Jesus Crucified

Jesus Crucified
Jesus Christ have mercy on us

Holy Tridentine Mass - Santa Missa Tridentina.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA-TERCEIRA MEMÓRIA-Visões da guerra

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA-TERCEIRA MEMÓRIA
7. Visões da guerra
Um dia fui a sua casa, para estar um pouco com ela. Encontrei-
a sentada na cama, muito pensativa.
– Jacinta, que estás a pensar?
– Na guerra que há-de vir. Há-de morrer tanta gente! E vai
quase toda para o inferno ! Hão-de ser arrasadas muitas casas
e mortos muitos Padres. Olha: eu vou para o Céu. E tu, quando
vires, de noite, essa luz que aquela Senhora disse que vem antes,
foge para lá também !

– Não vês que para o Céu não se pode fugir?
– É verdade! Não podes. Mas não tenhas medo! Eu, no Céu,
hei-de pedir muito por ti, por o Santo Padre, por Portugal, para que a guerra não venha para cá, e por todos os Sacerdotes.

Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo! V. Ex.cia não ignora como, há
alguns anos, Deus manifestou esse sinal que os astrónomos quiseram designar com o nome de aurora boreal. Não sei. Parece-
me que, se examinarem bem, verão que não foi nem podia
ser, da forma que se apresentou, tal aurora. Mas seja o que
quiserem. Deus serviu-se disso para me fazer compreender que a
Sua justiça estava prestes a descarregar o golpe sobre as nações
culpadas e comecei, por isso, a pedir, com insistência, a Comunhão
reparadora nos primeiros sábados e a consagração da Rússia. O
meu fim era, não só conseguir misericórdia e perdão de todo o
Mundo, mas, em especial, para a Europa. Deus, na Sua infinita
misericórdia, foi-me fazendo sentir como esse terrível momento se
aproximava, e V. Ex.cia Rev.ma não ignora como, nas ocasiões
oportunas, o fui indicando. E digo ainda que a oração e penitência
que se tem feito em Portugal não aplacou ainda a Divina Justiça,
porque não tem sido acompanhada de contrição nem emenda.
Espero que a Jacinta interceda por nós no Céu.
Já disse, nos apontamentos que enviei sobre o livro «Jacinta
», que ela se impressionava muito com algumas coisas reveladas
no segredo. Assim era a vista do inferno, a desgraça de tantas
almas que para lá vão, a futura guerra, cujos horrores ela parecia
ter presentes. Faziam-na estremecer de pavor. Quando a via muito
pensativa, perguntava-lhe:
– Jacinta, em que pensas?
E não poucas vezes me respondia:
– Nessa guerra que há-de vir, em tanta gente que há-de morrer
e ir para o inferno. Que pena! Se deixassem de ofender a Deus,
nem vinha a guerra, nem iam para o inferno!

Às vezes, dizia-me também:
– Tenho pena de ti. O Francisco e eu vamos para o Céu e vais a
ficar cá sozinha! Pedia a Nossa Senhora para te levar também para o Céu, mas Ela quer que cá fiques mais algum tempo! Quando vier a guerra, não tenhas medo. No Céu, eu peço por ti.

 
Pouco tempo antes de ir para Lisboa, num desses momentos
(em) que ela parecia abatida pela saudade, disse-lhe:
– Não tenhas pena de eu não ir contigo. É pouco tempo; podes
passá-lo a pensar em Nossa Senhora, em Nosso Senhor e a
dizer muitas vezes essas palavras (de) que gostas tanto: Meu Deus,
eu Vos amo! Imaculado Coração de Maria! Doce Coração de Maria! etc.

– Isso sim! – respondeu com vivacidade – Não me cansarei
nunca de dizê-las até morrer! E, depois hei-de cantá-las muitas
vez no Céu!