Jesus Crucified

Jesus Crucified
Jesus Christ have mercy on us

Holy Tridentine Mass - Santa Missa Tridentina.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA -DOENÇA E MORTE DE JACINTA-Novas visitas de Nossa Senhora

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA 
DOENÇA E MORTE DE JACINTA

Novas visitas de Nossa Senhora
De novo a Santíssima Virgem se dignou visitar a Jacinta, para Ihe anunciar novas cruzes e sacrifícios. Deu-me a notícia e dizia-me:
Disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital; que não
te torno a ver, nem os meus pais; que, depois de sofrer muito,
morro sozinha, mas que não tenha medo; que me vai lá Ela a buscar
para o Céu.

E chorando, abraçava-me e dizia:
– Nunca mais te torno a ver. Tu lá não me vais a visitar. Olha,
reza muito por mim, que morro sozinha.

Até que chegou o dia de ir para Lisboa, sofreu horrivelmente!
Abraçava-se a mim e dizia, chorando:
– Nunca mais te hei-de tornar a ver?! Nem a minha mãe, nem
os meus irmãos, nem o meu pai?! Nunca mais hei-de ver ninguém?!

E depois morro sozinha!
Não penses nisso – Ihe disse um dia.
– Deixa-me pensar, porque, quanto mais penso, mais sofro; e
eu quero sofrer por amor de Nosso Senhor e pelos pecadores. E
depois não me importo! Nossa Senhora vai-me lá a buscar para o
Céu.

Às vezes beijava um crucifixo e, abraçando-o, dizia:
Ó meu Jesus, eu Vos amo e quero sofrer muito por Vosso
amor.

Outras vezes dizia:
– Ó Jesus, agora podes converter muitos pecadores, porque
este sacrifício é muito grande!

Perguntava-me, às vezes:
– E vou morrer sem receber a Jesus escondido? Se m’O levasse
Nossa Senhora, quando me for a buscar!...

Perguntei-lhe uma vez:
– Que vais a fazer no Céu?
– Vou amar muito a Jesus, o Imaculado Coração de Maria,
pedir muito por ti, pelos pecadores, pelo Santo Padre, pelos meus
pais e irmãos e por todas essas pessoas que me têm pedido para
pedir por elas.

Quando a mãe se mostrava triste por a ver tão doentinha dizia:
– Não se aflija, minha Mãe: vou para o Céu. Lá hei-de pedir
muito por si.

Outras vezes, dizia:
– Não chore, eu estou bem.
Se Ihe perguntavam se precisava de alguma coisa, dizia:
– Muito obrigada, não preciso nada.
Quando se retiravam, dizia:
–Tenho muita sede, mas não quero beber; ofereço a Jesus
pelos pecadores.

Um dia que minha tia me fazia algumas perguntas, chamou-me
e disse-me:
– Não quero que digas a ninguém que eu sofro; nem à minha
mãe, porque não quero que se aflija.

Um dia, encontrei-a abraçando uma estampa de Nossa Senhora
e a dizer:
– Ó minha Mãezinha do Céu, então eu hei-de morrer sozinha?
A pobre criança parecia assustar-se com a ideia de morrer
sozinha. Para a animar, dizia-lhe:
– Que te importa morrer sozinha, se Nossa Senhora te vai a
buscar?

– É verdade! Não me importa nada. Mas não sei como é; às
vezes não me lembro que Ela me vai a buscar, só me lembro que
morro sem tu estares ao pé de mim.