Jesus Crucified

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Jesus Christ have mercy on us

Holy Tridentine Mass - Santa Missa Tridentina.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-A MENSAGEM DE FÁTIMA

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
 APÊNDICE IIIA parte mais bem guardada do «segredo» de Fátima, acompanhada
de um comentário adequado da Congregação para a Doutrina da Fé, foi publicada em 26 de Junho de 2000. Com esta divulgação a Mensagem de Fátima alcança uma actualidade e um valor extraordinários.
Transcrevemos aqui, na íntegra, o texto do referido documento.


A MENSAGEM DE FÁTIMA
APRESENTAÇÃO

Na passagem do segundo para o terceiro milénio, o Papa João
Paulo II decidiu tornar público o texto da terceira parte do «segredo
de Fátima».
Depois dos acontecimentos dramáticos e cruéis do século XX,
um dos mais tormentosos da história do homem, com o ponto culminante no cruento atentado ao «doce Cristo na terra», abre-se
assim o véu sobre uma realidade que faz história e a interpreta na
sua profundidade segundo uma dimensão espiritual, a que é refractária a mentalidade actual, frequentemente eivada de
racionalismo.
A história está constelada de aparições e sinais sobrenaturais,
que influenciam o desenrolar dos acontecimentos humanos e
acompanham o caminho do mundo, surpreendendo crentes e descrentes.
Estas manifestações, que não podem contradizer o conteúdo
da fé, devem convergir para o objecto central do anúncio de
Cristo: o amor do Pai que suscita nos homens a conversão e dá a
graça para se abandonarem a Ele com devoção filial. Tal é a mensagem de Fátima, com o seu veemente apelo à conversão e à
penitência, que leva realmente ao coração do Evangelho.
Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas.
A primeira e a segunda parte do «segredo», que são publicadas
em seguida para ficar completa a documentação, dizem respeito
antes de mais à pavorosa visão do inferno, à devoção ao Imaculado
Coração de Maria, à segunda guerra mundial, e depois ao prenúncio dos danos imensos que a Rússia, com a sua defecção da fé cristã e adesão ao totalitarismo comunista, haveria de causar à
humanidade.
Em 1917, ninguém poderia ter imaginado tudo isto: os três
pastorinhos de Fátima vêem, ouvem, memorizam, e Lúcia, a testemunha sobrevivente, quando recebe a ordem do Bispo de Leiria e a autorização de Nossa Senhora, põe por escrito.
Para a exposição das primeiras duas partes do «segredo»,
aliás já publicadas e conhecidas, foi escolhido o texto escrito pela
Irmã Lúcia na terceira memória, de 31 de Agosto de 1941; na quarta memória, de 8 de Dezembro de 1941, ela acrescentará qualquer observação.
A terceira parte do «segredo» foi escrita «por ordem de Sua
Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da (...) Santíssima Mãe»,
no dia 3 de Janeiro de 1944.
O envelope selado foi guardado primeiramente pelo Bispo de Leiria. Para se tutelar melhor o «segredo», no dia 4 de Abril de 1957 o envelope foi entregue ao Arquivo Secreto do Santo Ofício.
Disto mesmo, foi avisada a Irmã Lúcia pelo Bispo de Leiria.
Segundo apontamentos do Arquivo, no dia 17 de Agosto de 1959 e de acordo com Sua Eminência o Cardeal Alfredo Ottaviani,
o Comissário do Santo Ofício, Padre Pierre Paul Philippe OP, levou
a João XXIII o envelope com a terceira parte do «segredo de Fátima». Sua Santidade, «depois de alguma hesitação», disse: «Aguardemos. Rezarei. Far-lhe-ei saber o que decid

Lê-se no diário de João XXIII, a 17 de Agosto de 1959: «Audiências: P. Philippe,
Comissário do S.O., que me traz a carta que contém a terceira parte dos segredos de Fátima. Reservo-me de a ler com o meu Confessor
».


 O «SEGREDO» DE FÁTIMA
Primeira e segunda parte do «Segredo» segundo a redacção feita pela Irmã Lúcia na «Terceira Memória», de 31 de Agosto de 1941, destinada ao Bispo de Leiria-Fátima.
(texto original)

 "Terei para isso que falar algo do segredo e responder ao primeiro
ponto de interrogação.
O que é o segredo?
Parece-me que o posso dizer, pois que do Céu tenho já a licença.
Os representantes de Deus na terra, têm-me autorizado a
isso várias vezes, e em várias cartas, uma das quais, julgo que
conserva V. Ex.cia Rev.ma do Senhor Padre José Bernardo Gonçalves, na em que me manda escrever ao Santo Padre. Um dos pontos que me indica é a revelação do segredo. Algo disse, mas para não alongar mais esse escrito que devia ser breve, limitei-me ao indispensável, deixando a Deus a oportunidade d’um momento mais favorável.
Expus já no segundo escrito a dúvida que de 13 de Junho a 13
de Julho me atormentou e que n’essa aparição tudo se desvaneceu.
Bem o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais
vou revelar.
A primeira foi pois a vista do inferno!
Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fôgo que parcia
estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fôgo os demónios e
as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou

bronziadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas
pelas chamas que d’elas mesmas saiam, juntamente com nuvens
de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das
faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre
gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa bôa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promeça de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que
nos disse com bondade e tristeza:
– Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres
pecadores, para as salvar, Deus quer establecer no mundo a
devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser
salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas
se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará
outra peor. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz
desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que
vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e
de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei
pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a
comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a
meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não,
espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e
perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre
terá muito que sufrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o
meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á
a Rússia, que se converterá, e será consedido ao mundo algum
tempo de paz."
 

Na «quarta memória», de 8 de Dezembro de 1941, a Irmã Lúcia escreve: «Começo pois a minha nova tarefa, e cumprirei as ordens de V. Ex.cia Rev.ma e os desejos do Senhor Dr. Galamba. Exceptuando a parte do segredo que por agora não me é permitido revelar, direi tudo; advertidamente não deixarei nada.
Suponho que poderão esquecer-me apenas alguns pequenos detalhes de mínima importância»
.


 Na citada «quarta memória», a Irmã Lúcia acrescenta: «Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé etc.».

TERCEIRA PARTE DO «SEGREDO»
(texto original)

«J.M.J.
A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na
Cova da Iria-Fátima.
Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo
mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e
da Vossa e minha Santíssima Mãe.
Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo
de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada
de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que
parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto
do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu
encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com
voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n’uma
luz emensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as
pessoas n’um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo
vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo
Padre”. Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas
subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca;
o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade
meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado
de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n’êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Tuy-3-1-1944 »
.