Jesus Crucified

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Jesus Christ have mercy on us

Holy Tridentine Mass - Santa Missa Tridentina.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976

EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976
E – Exorcista.
J – Judas Iscariotes.

( Contra Judas Iscariotes (J) e
Belzebú, demônio do coro dos Arcanjos (B))
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA
E - Em nome de Jesus, diz-nos, quem tem de falar?
J - Judas tem de falar.
E - Judas Iscariotes, nós Sacerdotes representantes de Jesus Cristo, coman-damos-te em nome da Santíssima Trindade (...) diz-nos quando é que te vais embora. Judas Iscariotes, fala!
J - Por agora, isso é uma questão supérflua. Primeiramente é preciso pôr os vossos assuntos em ordem (rosna).
J - O assunto que se refere à publicação deste livro (rosna de novo). E isso ainda não é tudo.
E - Que significa “não é tudo?” Diz a verdade, tens de falar. Diz a verdade, em nome (...)!
J - Nós não queremos falar. Já não queremos dizer mais nada.
E - Em nome do Santíssimo Sacramento do Altar, que tu traíste, depois da Última Ceia, tens de falar agora!
J - Se eu tivesse sabido, nunca O teria traído!
E - Nessa santa tarde traíste Jesus e agora, em seu Nome, e em nome de todos os Santos Apóstolos e Papas, que não atraiçoaram Cristo tens de falar. Diz agora a verdade e só a verdade. Tens de falar, Judas Iscariotes!
J - O que está impresso, está em ordem, mas isso não é ainda tudo.
E - Então que é que falta? Diz a verdade em nome (...)!
J - É precisamente isso que nós queremos dizer: Ide para casa, ide-vos embora.
E - Não, agora não vamos para casa! Agora tem de falar Judas Iscariotes e Belzebú. Nós vos ordenamos que digais só a verdade! Em nome (...) tendes de dizer o que a Santíssima Virgem nos quer transmitir por vosso intermédio. Sob as suas ordens tens de falar! Que é que é preciso ainda dizer?
J - Como nós (aponta para cima) A odiamos!
E - Sim, mas em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo, tendes de dizer a verdade!
J - (geme) Não nos podeis exigir isso!
E - Podemos sim! Ela é vossa Rainha e Soberana. Todo o inferno lhe deve obedecer!
J - De acordo, Ela, (aponta para cima), de acordo, Ela deve... (geme como um miserável), Ela lá está com coroa e cetro e sobre a coroa tem essa cruz (os seus gritos comovem). Oh! Como A tememos!
E - Em nome da Santíssima Virgem, diz-nos tudo o que nos tens a transmitir, mas só a verdade!
J - Nós não queremos que uma mulher mande em nós, não queremos.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...) diz toda a verdade!
J - Tenho de repetir coisas que já foram ditas e tenho de acrescentar coisas novas.
E - Judas Iscariotes, diz tudo o que a Santíssima Virgem te encarregou de dizer, em nome da Santíssima Trindade (...)!
J - Sem entrar em pormenores, Veroba disse que as vossas orações eram um paradoxo, pois sem elas o Aviso já teria surgido. No entanto, o verdadeiro motivo deste retardamento é outro: é para que mais alguns homens ainda se salvem.
E - Continua a falar, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem, mas só a verdade. É Ela quem agora te ordena, Judas!
J - A Santíssima Virgem quer que este maldito livro seja largamente difundido. E isso era só o que nos faltava; que todo o mundo soubesse o que nós tramamos. As pessoas, poderiam talvez mudar de vida, começariam certamente a mudar de vida, começariam certamente a duvidar de tudo o que nós propagamos através de Roma, e voltar-se-iam para a antiga tradição. Só nos faltava mais esta, só nos faltava mais esta.
E - Continua a falar, em nome da Santíssima Virgem. Diz só o que ela quer que transmitas! Fala agora! É tudo?
J - É claro que Ela (aponta para cima) quer que digamos outras coisas.
E - Tens que dizer a verdade, em nome (...)! Tens de falar para a Igreja!
J - Já fiz demais pela Igreja, por esse maldito “caixote de lixo.”
E - Fala agora para a Igreja, a Santa Igreja, que jamais perecerá, em nome (...)!
J - Bem! Não tenho outro remédio senão falar.
E - Sim, as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Vós não tendes poder para destruir a Igreja.
J - Sobre a Igreja falaremos mais tarde. Primeiro quero continuar com o tema que estava a tratar. Da Igreja falaremos mais tarde!
E - Então fala, Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima Virgem quer, em nome (...)!
J - Ela quer que eu ainda acrescente mais qualquer coisa ao assunto do sexo e aos problemas da juventude. Ela quer que todos saibam que é preciso falar do altar, sobre esses assuntos, que é preciso pregar sobre as virtudes (respira com dificuldade); que é preciso que todos saibam, como a culpa pesa... ouvis?... como pesa e aonde conduz.
OS PECADOS DOS HOMENS
E - Que culpa, fala em nome (...)! 
J - A culpa dos pecados em geral e de cada pecado em particular. Poder-se-á falar de cada um destes pecados separadamente, em sermões diferentes, ou agrupá-los num mesmo sermão, como for mais útil a cada um, mas antes deve invocar-se sempre o Espírito Santo.
E - Judas Iscariotes, fala em nome da Santíssima Trindade (...), Judas, fala!
J - É preciso que a juventude, que os crentes, tomem consciência da gravidade do pecado, como ele é imensamente grave e funesto, de onde vem e aonde conduz, como vem, como poderia evitar-se, o que é preciso fazer para o atenuar, para o eliminar completamente. (geme).
E - Judas Iscariotes, continua a dizer a verdade da parte da Santíssima Virgem, da Rosa Mística!
J - Em primeiro lugar é preciso dizer que a oração é um dos pilares mais sólidos, em que assenta a vida cristã. É preciso proclamá-lo dos púlpitos e não ao microfone. Mil microfones não substituem o púlpito. Quando um Padre fala do púlpito, os fiéis ficam diretamente suspensos da Palavra de Deus. Não olham para a frente, para trás, para os lados, numa palavra, evitam qualquer possibilidade de distração e podem concentrar-se muito melhor.
E - Mas tudo isso já foi dito aqui segundo a vontade da Santíssima Virgem!
J - Sim, já foi dito, mas é preciso que eu volte a repeti-lo, é preciso que seja referido mais uma vez.
E - Quando é que tu falaste disto, Judas Iscariotes? Ainda te lembras? Fala em nome (...)!
J - Sim, em 31 de Outubro.
E - Continua, continua em nome (...)!
J - A culpa é muito maior do que qualquer um de vós o poderá imaginar. Nós, os demônios, somos horríveis. Temos medo uns dos outros.
Temos um aspecto horrível. É-nos insuportável estar próximo uns dos outros. Se ao menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a isso somos obrigados! Temos que viver neste charco diabólico por toda a eternidade, e temos que nos encarar.
Quando somos obrigados a olhar o pecado ou a culpa nos homens, apodera-se de nós um grande terror. Podereis assim imaginar a gravidade da culpa, que consegue aterrorizar-nos, a nós demônios, habituados a tantas coisas, que permanecemos dia e noite neste horrível tormento, que somos obrigados a contemplar hora a hora, minuto a minuto, este espetáculo, terrível entre os terríveis. O pecado aterroriza-nos. Assim, podereis imaginar a gravidade da culpa, sobretudo diante d'Aquele que está lá em cima (aponta para cima) e cuja majestade ultrapassa. Tinha de dizer isto (geme dum modo lastimoso)!
A MAJESTADE DE DEUS
E - Continua a dizer a verdade, Judas Iscariotes e só a verdade...)!
B - Se conhecêsseis a Sua Majestade (aponta para o alto)!
Não é Judas que o diz, é Belzebú. Sou eu, Belzebú, quem a partir deste momento vai falar.
E - Bom, tu conheceste melhor do que Judas a majestade de Deus. Fala, em nome (...)!
B - É que Judas não contemplou a Majestade de Deus. Isto é, ele viu a humanidade de Deus e a partir dela conseguiu deduzir algo da sua majestade. Mas Judas não viu Deus na sua grande majestade, como eu o vi (suspira). Sabeis como é?
Eu vi-o, isto é, não como vocês o hão de ver um dia. Mas pude compreender a sua grandeza e uma grande parte foi-me dada a sentir e a conhecer. Nós não possuíamos ainda a beatitude total perfeita, mas já tínhamos atingido um grau elevado. Mas tínhamos inveja d'Ela (aponta para o alto), nós não queríamos dar-Lhe o prazer de nos governar ou dominar. Daí deriva o que irá seguir-se.
E - Continua a dizer a verdade Belzebu, em nome da Santíssima Virgem, que te ordena que fales, mas diz só a verdade!
B - De fato, Ela é-nos superior, é-nos terrivelmente superior
MARIA, MÃE DA IGREJA
E - Fala Belzebú em nome do Pai (...) e sob as ordens da Imaculada Conceição!
B - Foi precisamente a mim que Ela escolheu para dizer isto. Se Ela tivesse escolhido Allida, mas Ela quer que seja eu. Agora, escutai bem! Tenho de falar, Ela obriga-me.
E - Tanto melhor. Fala em nome (...)!
B - Ela lá está, com a coroa e o cetro. Ela lá está, quase que me esmaga. Foi assim: a princípio, com os Apóstolos, quando Ela, a Mãe (aponta para cima), vivia ainda, foi Ela por assim dizer, a orientadora da Igreja, que começava a dar os seus primeiros passos.
Ela tinha que rezar para que a Igreja se desenvolvesse convenientemente, para que se desenvolvesse como (rosna)...
E - Em nome do Pai, do Filho (...) diz a verdade!
B - ...como devia desenvolver-se, segundo a vontade do Espírito Santo. Ela ficava dia e noite de joelhos, rezava para que a Igreja crescesse e se libertasse do Antigo, isto é, da lei mosaica e que a circuncisão desaparecesse. Ela compreendia que a circuncisão fôra conveniente numa determinada época e que, segundo a lei dessa época, tinha sido necessária. Mas depois da vinda de Cristo e da Sua obra, já não o era. Jesus Cristo ainda se submetera à circuncisão, mas Ele não queria que ela continuasse. A partir desse momento existia o Santo Sacrifício da Missa (rosna).
E - Belzebú, continua, sob as ordens da Santíssima Trindade, do Pai (...) da Imaculada Conceição, sob cujas ordens, hoje, tens de falar!
B - A Santíssima Virgem estava presente, quando os Apóstolos celebraram a primeira Missa.
Depois da Ascensão de Cristo, a Santíssima Virgem participava sempre da Santa Missa celebrada pelos Apóstolos e recebia a Sagrada Comunhão. Preparavam-se durante horas para a Santa Missa. Quem é que procede assim, nos tempos de hoje? Poucos ou nenhuns. Muitas vezes os Apóstolos preparavam-se dias inteiros só para a celebração de uma Missa.
Certa ocasião, a Santíssima Virgem retirou-se durante dez dias para rezar dia e noite. Então foi levada ao Céu e pôde contemplar a majestade infinita de Deus. Deus, a Santíssima Trindade, ordenou-nos a nós, lá em baixo, que subíssemos do inferno (aponta primeiro para baixo e depois para cima). Ainda não era a esfera celestial perfeita, mas já era uma esfera superior. Fomos obrigados a subir e a contemplar essa criatura, quer o desejássemos, quer não.
A Santíssima Trindade obrigou-nos a contemplá-La, na sua majestade, quase perfeita. A sua majestade e esplendor eram maiores do que quando a tínhamos visto anteriormente. A Santíssima Virgem vencera, tinha-nos vencido. Vimo-La revestida de Sol. Seja como for, vimo-La em grande majestade, com a lua a Seus pés, isto é, o mundo. O mundo inteiro é significado pela lua, que Ela tem aos pés, e como adversário a serpente, que nos representa a nós.
Como nós suplicamos a Deus! Como nós imploramos a Majestade Divina, que afastasse aquela visão! Até Lhe suplicámos que nos precipitasse imediatamente ao inferno, a fim de que nos pudéssemos afundar nas esferas infernais, de tal modo nos era difícil suportar o seu olhar! Mas Ele não nos deixou partir. Tivemos ainda de suportar uns momentos aquele olhar terrível (solta gemidos cheios de desespero).
E - Fala em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Não podeis imaginar o tempo que passamos em deliberações para descobrir a melhor forma de enfraquecer ou molestar, nem que fosse só um pouco, aquela criatura! (aponta para cima). Mas nada conseguimos. Ela vencia-nos em toda a parte. Era soberana em toda a parte. Durante anos, durante séculos, deliberamos, para vencer o que podíamos, o que poderíamos fazer, quando Ela lá estivesse. E quando isso aconteceu, nós nem sequer A reconhecemos imediatamente...
E - Não A reconheceram imediatamente?
B - ...Imediatamente, não. Sentimos que devia ser Ela. Sentimos que devia tratar-se duma criatura extraordinária, incrivelmente virtuosa, sobre quem não tínhamos qualquer poder. O porque, não o compreendemos logo (rosna e geme violentamente)... nem compreendemos quem se escondia lá atrás. Eu, Belzebú e Lúcifer, convocamos todo o Conselho.* Quando tivemos a certeza absoluta de que era Ela, deliberamos longamente, dia e noite, a ver o que poderíamos fazer para A prejudicar. Até convocamos os melhores mágicos.
Ordenamos-lhes que A (aponta para cima) molestassem, no seu corpo e na sua alma, para que a sua força enfraquecesse, a sua oração não nos fosse tão desastrosa, e para que deixasse de exercer um poder tão grande. Nós já víamos que seria Ela quem teria, mais tarde, a Igreja nas mãos. O próprio Pedro caía a seus pés, quando era preciso (resmunga). Ela tem um poder imenso, porque Ela é a criatura mais perfeita e a mais amada por Deus. Foi um ser duma perfeição incrível. Depois de Deus, está milhares e milhares de vezes acima das criaturas. Mesmo o seu esposo, S. José, que estava milhares e milhares de vezes acima dos outros homens, era-lhe ainda imensamente inferior.
Então prosseguimos nas nossas deliberações, e os feiticeiros concordaram fazer tudo, para a molestar. Tudo tentaram, mas Ela perseverava na oração e continuava imperturbável. Apercebia-se certamente do que fazíamos, mas nada conseguimos. Não conseguimos molestar esta terrível criatura, pois Ela não estava submetida no pecado original como o resto da humanidade.
Nem mágicos, nem feiticeiros, nem ninguém lhe poderia fazer mal. Nós, demônios e os feiticeiros, só podemos molestar as criaturas humanas, e dum modo especial, os possessos. Mas sobre Ela, os mágicos infernais não tinham qualquer influência. Acometeu-nos então uma fúria infernal, um furor louco de que só o inferno é capaz, quando verificamos que todos eles nada podiam contra esta criatura incompreensível, predestinada por Deus. Então precipitamo-nos sobre mágicos e feiticeiros e neles descarregamos todo o nosso furor. Receberam o dobro do mal que Lhe (aponta para cima) deviam ter feito (geme).
E - Continua Belzebú, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em nome da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar agora. Diz a verdade!
B - É para mim um tormento horrível que tenha de ser eu a falar destas coisas. Precisamente eu!
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade! Tu não tens o direito de mentir!
B - Deixa-me em paz. A mulher (refere-se à possessa) tem quase um ataque cardíaco; deixa-me em paz!
E - É a Santíssima Virgem que te ordena...
B - Nós não queremos falar mais, não!
E - Tens de falar! Fala!
B - Não, deixa-me em paz! (rosna). E - Tens que falar agora, em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Não se pode descrever a fúria do inferno quando se viu que todas as nossas tentativas tinham sido vãs. Como nada tínhamos conseguido, voltamos a refletir na maneira de A molestar, mas Ela destruiu os nossos intentos perversos e tudo o mais. Ela é mais poderosa do que nós. É que Ela era uma criatura escolhida por Deus, escolhida dum modo especial. Enquanto a Terra subsistir até ao fim do mundo, nunca se encontrará ninguém que se assemelhe, e desde o começo do mundo até a eternidade jamais haverá alguém que se lhe possa igualar. E Ele, lá em cima (indica os Céus), não podia ter imaginado nada mais atroz, não podia lembrar-se de nada mais vergonhoso, do que obrigar-nos a subir a essa Esfera para nos apresentar esta criatura. Isso foi para nós uma terrível derrota (fala em tom lamuriento).
Teríamos preferido ficar no fundo do inferno, no meio do fogo mais cruel, a ser obrigados a contemplar essa... Nós não podemos dizer o que queremos, mas se isso fosse possível, gostaria de usar expressões bem mais injuriosas. Ela não o permite.
E - Diz a verdade! Tens de falar em nome da Santíssima Virgem, em nome da Santíssima Trindade!
B - Sermos forçados a contemplar esta criatura, revestida da maior Santidade com coroa e cetro, eleita pelo Altíssimo (lança gritos medonhos), foi ultraje para nós. Tenho ainda essa visão diante dos olhos. E essa visão de então, enlouquece-nos ainda (grita).
É como se tudo tivesse sucedido hoje, e o mesmo se passa com os outros. Ainda agora isso nos faz saltar de raiva. Quando pudemos, foi mais uma autorização que uma ordem, voltar ao inferno, lançamo-nos em fúria uns contra os outros. Podeis imaginar como nos maltratamos... pois era-nos insuportável ter de nos ver uns aos outros. É horrível sentirmo-nos dominados por uma criatura assim, por uma mulher! É horrível! É uma loucura!
Relacionado com esta ocasião, devo acrescentar mais uma coisa... (uiva e grita dum modo horrível). Quando Ela foi chamada a colaborar na formação da Igreja, fundada por Seu Filho, mergulhava de tal modo na oração que o Todo-Poderoso teria vontade de segurá-la nas Suas mãos, tal era o Seu deleite.
* Palavra que utiliza a grande vidente espanhola Madre Agreda. Foi durante um 2º Conselho diabólico, depois da morte de Jesus, que se estabeleceu o novo plano de domínio do mundo. O demônio fala aqui no primeiro Conselho, realizado depois de verificarem a identidade de Maria e de suspeitarem da Sua Missão. 
A REDAÇÃO DOS EVANGELHOS
Um dia chegou o Apóstolo Barnabé acompanhado de um outro, inclinaram-se diante d'Ela e chamaram-lhe a atenção para a necessidade de escreverem os Evangelhos. Invocaram longamente o Espírito Santo e perseveraram dias inteiros em oração. Rezar assim, já não é vulgar nos dias de hoje, a não ser em circunstâncias e lugares extremamente raros. Sim, rezaram dias inteiros, assaltaram o Céu com orações, para saber quem seria escolhido para escrever os Evangelhos.
E então a Santíssima Virgem designou Lucas, João, Marcos e sei lá quem mais para escrever essa “porcaria.” Como isso nos contrariou.
Podereis imaginar tudo o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus, Marcos, Lucas e João? (rosna furioso). Pensai apenas que estes quatro foram escolhidos pela Santíssima Trindade e pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade. Nem mesmo Pedro foi encarregado de o fazer. Nem ele. Ele era a pedra, tinha a missão geral de tudo, e a Igreja fôra fundada sobre Ele. Contudo, a redação dos Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já mencionados.
E - Diz a verdade em nome (...)!
B - Então o Espírito Santo desceu sobre eles, sob a forma de uma pomba, e foi assim que os quatro tinham sido escolhidos. Todos viram. Mas agora não quero continuar a falar.
E - Tens que falar, em nome do Pai (...), em nome da Imaculada Conceição, tens de falar agora; continua Belzebú!
B - Quando Barnabé e ainda um outro foram visitar a Santíssima Virgem, Ela disse-lhes: “Deveis contar em especial a vida de Cristo, compreendeis? É Ele que deve ser glorificado, é Ele que deve estar sempre no primeiro plano. Deixai que eu me apague. Quanto a mim, relatareis apenas a Incarnação e o Nascimento de Cristo, o que é indispensável. Deixareis de lado o resto.” Embora eles estivessem ao corrente e tivessem visto coisas extraordinárias e elevadas não puderam escrevê-las. Isso foi para eles um sacrifício. Mas Ela queria apagar-se por humildade, para que o Filho de Deus, o seu Jesus Cristo, sobre o qual a Igreja fôra fundada, ficasse no primeiro plano.
Mas Ela, a Mãe de Deus, é o grande sinal de Deus e, em certa medida, simboliza também a Igreja. Ele, Jesus, ama a Igreja como uma Esposa. Então, para os dois Apóstolos não ficarem tristes, disse-lhes que Cristo mais tarde haveria ainda de falar d'Ela, através da humanidade ou através não sei de quem (lança gritos horríveis).
E - Maria de Agreda.
B - (Virando-se para o Sacerdote): Adivinhaste: Maria de Jesus, de Agreda. Disso não sabemos mais do que vós. Sim, nós amaldiçoamos esses livros, nós tememo-los. E ser ainda obrigado a confessá-lo... * (rosna e grita ansioso).
* O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi escrito em 1665.
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná.
ou Editora Correio da Rainha da Paz  |  Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403  - www.rainhadapaz.net
O COMEÇO DA IGREJA
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade em (...)! 
B - No maldito começo da Igreja fui deixado de lado. A Santíssima Virgem e os Apóstolos foram os instrumentos. O papel desempenhado por Ela (aponta para cima) foi decisivo; foi-o dum modo extraordinário. Nós nada pudemos fazer. Muitas vezes mergulhava na oração, dia e noite, pelos Apóstolos, para que eles fizessem as coisas como deviam ser feitas. Para que nós não os vencêssemos, Ela rezou muitas vezes dia e noite. E freqüentemente ficava dia e noite de joelhos, sem comer (resmunga desesperado). É por isso que Ela agora goza de um poder tão grande. Isto são verdades sublimes que nós somos obrigados a revelar-vos. Nós bem gostaríamos que este livro saísse sem esta parte (gane como um cão).
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós não queremos dizer estas coisas, não queremos... e também não queremos continuar a falar. Eu, belzebú, não quero continuar a falar.
E - Tu, Belzebú, tens de continuar a falar em nome da Santíssima Trindade, em nome da Imaculada Conceição (...)!
B - Então Ela disse que queria ficar em segundo plano. Queria-o unicamente por humildade. Em parte alguma queria aparecer em lugar de destaque, embora fosse uma criatura poderosa. Nós próprios o temos de reconhecer. Ela estava e está a uma enorme distância, acima de nós, a uma grande distância dos vossos Anjos.
E quando eu digo, distância, não me refiro a uma distância em léguas, mas a uma que se perde no infinito. Isto significa “tão longe”, que há uma distância gigantesca entre os Anjos e Ela (geme).
É uma criatura terrivelmente majestosa, mas quis permanecer escondida. Procedeu assim para mostrar aos homens que também eles deviam permanecer ignorados, como também deviam ser humildes. Mas os homens não procedem assim. Nada fazem em relação ao que Ela realizou e ao que foi realizado graças a Ela...
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Embora os homens não possam nada, não sejam nada, gostam que falem deles, enquanto esta Criatura, infinitamente predestinada, não queria que falassem dEla. Portanto, apagou-se. E isso foi para nós muitíssimo vantajoso. Pois começaram a aparecer seitas (ri maldoso) que não reconheceram esta Criatura. Se Ela tivesse dito abertamente quem era, se os Apóstolos tivessem relatado os milagres extraordinários obtidos por sua intercessão e se tudo isso figurasse nos Evangelhos, essas seitas não teriam crescido como a erva (solta gemidos).
Apareceram então milhares de seitas, seitas que combatem ferozmente a Santíssima Virgem, seitas que combatem os católicos, unicamente porque estes reconhecem esta Criatura predestinada. Elas combatem esta Mulher porque crêem que esta maneira de proceder (dos católicos) põe Cristo em segundo plano.
No entanto, Ela só serviu a Cristo. Só O quis glorificar. Tudo o que fez, foi por Ele e pela Sua Igreja. Ela manteve-se sempre no escondimento e isso foi para nós uma grande vitória. No entanto, procedendo assim, ensinou a humildade, e isso constituiu para nós uma grande derrota. Mas isto só é conhecido dos católicos. Por amor de seu Filho, Ela quis ficar esquecida para que Ele reinasse e tivesse um papel primordial.
Mesmo no que respeita aos seus sofrimentos, só aceitou um papel de segundo plano, o que era indispensável. Os Apóstolos, no entanto, estavam constantemente a ver como Ela se humilhava, como tudo previa extraordinariamente, quanto sofria, o que era obrigada a suportar e a padecer. Ela é muito pouco engrandecida nos Evangelhos. Se ao menos, não tivesse sido tão humilde! Mas coube-nos ainda esta vantagem, que deu origem às seitas. Mas também isso foi permitido por Deus.
E - Em nome do Pai... da Imaculada Conceição, da Rosa Mística, tens de falar agora belzebú, tens de dizer toda a verdade!
B - A partir desse momento apareceram as seitas. Os seus adeptos pensavam que Maria desempenhara apenas um papel marginal, que fôra escolhida apenas para receptáculo d'Esse que está lá em cima (aponta para cima), e que poderia agora desaparecer como uma velha...; não me deixaram utilizar a expressão.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós somos delicados. Nós não usamos palavras “muito grosseiras.” Apenas os condenados humanos as dizem. Nós somos mais delicados que esses. Devo acrescentar outra coisa que me ocorreu agora. Quando Judas foi obrigado a falar, no dia 31 de Outubro, não foi Judas que riu pela boca desta mulher (a possessa). É que Judas nunca ri. Como nós já uma vez dissemos, Judas está no canto mais sombrio. Ele é o desespero personificado. Quando Judas foi obrigado a falar, não foi ele que riu, pela boca dessa mulher, foram os condenados humanos que riram da malvadez (grita). É preciso que nunca esqueçais isto: Judas nunca ri. Nós tínhamos que dizer isto. Esta observação refere-se às revelações de Judas, em 31 de Outubro.
E - E agora tens mais alguma coisa a acrescentar? Continua, sob as ordens da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade (...)!
B - Sim, esta charlatã... E agora chego ao ponto de questão, mas não quero dizer, não quero dizê-lo.
ANA CATARINA EMMERICH E MADRE AGREDA
E - Fala Belzebú, em nome da Santíssima Trindade! 
B - A propósito do começo da Igreja devo acrescentar que embora os Evangelhos pouco contenham sobre a Santíssima Virgem, mais tarde, inspirados pelo Céu, em visões e revelações, grandes Santos lançaram muita luz sobre a vida e obra d'Essa que está lá em cima (aponta para cima).
Um dos maiores é a Catarina Emmerich, que nem sequer ainda foi canonizada (ri maldoso). Ela não foi só uma das almas mais sofredoras, mais humildes, mais missionárias, como é também uma das maiores Santas do Céu. A outra é Maria de Jesus Agreda. Viveu em Agreda. Era Abadessa. Já os seus pais se tinham retirado para um convento (rosna)... tinham prometido consagrar-se à vida religiosa.
Eles é que obtiveram a sua filha, a sua predileta, a graça de ter essas malditas visões.
E - Fala agora, em nome (...), fala agora sobre o ponto essencial a que te referiste!
B - Como os Evangelhos contêm muito pouco sobre a Santíssima Virgem, é seu desejo que nos confusos tempos que correm, que do alto dos púlpitos se recomende a leitura dos livros de Maria de Jesus Agreda. Eles não deviam faltar em nenhuma família católica. Todos deviam possuir esses volumes (grita desesperado).
E - Continua a falar em nome da Santíssima Trindade, em nome da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar!
B - Ela quer que os Sacerdotes digam que estes livros não devem faltar em nenhuma família católica, que deveriam mesmo recomendá-los aos protestantes. Quando os leitores verificarem toda a riqueza destes livros, não tardarão a compreender que Ela...
E - Continua em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Ela é uma Criatura eleita e predestinada, uma criatura duma grandeza imensa jamais atingida por qualquer mortal. Os Sacerdotes devem fazer compreender aos fiéis que é necessário divulgar estes livros, tão instrutivos, pelo mundo inteiro e, sobretudo, lê-los. Aí podereis compreender a nossa derrota em toda a sua extensão e amplitude, tal como a grandeza e dignidade desta criatura, que nos esmaga a cabeça (range os dentes).
Ela quer (lança gritos horríveis)... não quero falar, não quero falar (chora)... É que não posso auxiliar Aquela que está lá em cima (aponta para cima), mas sim quem o “velho”, (lúcifer) quer. Não quero falar.
E - Mas tu tens de falar em nome (...), em nome da Imaculada Conceição, em nome da Anunciação da Santíssima Virgem, em nome de S. Miguel Arcanjo, tens de falar!
B - Isto está fora do nosso campo de ação, não é nada conosco! Nós temos a missão de seduzir os homens. Não queremos conduzi-los ao bom caminho. Por estes livros os homens seriam levados a trilhar caminhos melhores (grita).
E - Continua! Tens de falar em nome da Imaculada Conceição, em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo! Tu não podes mentir! Continua!
B - Nestes livros aprendereis como a Santíssima Virgem viveu e morreu. Para conhecer os planos eternos de Deus, tanto quanto esses planos podem ser conhecidos pelos homens, é lá que se encontram as fontes seguras e dignas de fé. Aí, os fiéis verão o fundamento de todas as coisas.
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Reconheceriam n'Ela (aponta para cima) uma criatura universal, acabariam por render-se perante tanta humildade e dignidade. Até nós A tememos, nós próprios temos que capitular perante tais atributos. Quanto mais vós, criaturas humanas, que não passais todos de poços de imundicie! Não valeis um pataco! Nós somos muito superiores... quando mais Ela (aponta para cima).
E - Em nome (...) continua!
B - Se vós pudésseis contemplar ao menos um décimo da sua dignidade, preci-pitar-vos-íeis imediatamente no pó e é bem contra a minha vontade que eu digo isto! Nós vimos, fomos obrigados a vê-la, fomos obrigados. Não desejamos que A venhais a ver, pois nós queremos que vos precipiteis bem cá para baixo e não para cima. Também as pessoas instruídas, os acadêmicos, deveriam ser informados sobre esta Maria de Jesus Agreda, antes de se juntarem aos Sacerdotes para combater os “tradicionalistas. 
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Mesmo os “tradicionalistas” estão muito longe, imensamente longe de conceber uma tal dignidade, a não ser dum modo aproximado, mesmo que leiam estes livros. Mas devem ser lidos por vós, em nome de Deus. Vós não podeis passar sem o fazer, nem mesmo os leigos. E vós padres, deveis anunciá-lo a todas as criaturas. Tenho que repeti-lo. É preciso proclamá-lo do alto dos púlpitos. Essa, que está lá em cima, quer que estes livros sejam conhecidos nos quatro cantos do mundo.
Falarei em seguida da Segunda. Catarina Emmerich, alma expiadora. Tinha de estar sempre deitada de costas, tais eram as suas dores e sofrimentos. Não teve nada a dizer durante a sua vida, mas, quando morreu todo o Dülmen estava em chamas. Quando de todos os lados acorreram com os carros dos bombeiros deveriam ter visto naquilo um sinal do Céu... mas os homens são estúpidos. Que sabem os homens? Nada compreendem... são estúpidos como cepos.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - Um cepo é ainda mais inteligente. Aqui e acolá, pode apresentar ainda uma folhinha verde, mas os homens, esses, só tem lixo e palha.
E - Continua, diz a verdade em nome da Imaculada Conceição, em nome da Bem Aventurada Virgem Maria e de S. Miguel Arcanjo!
B - Esta Catarina Emmerich teve de falar para a Igreja, fez vaticínios sobre a Igreja e sofreu e rezou muito por ela. Já em pequenina, a sua capacidade de sofrimento era enorme. Nós tínhamos-lhe um ódio terrível. Tão pequenina e já fazia Via Sacra, e imitava à letra a humildade d'Aquela que está lá em cima... Ah!... e a cruz, cruz também, tal como Aquela, que está lá em cima.
Foi uma grande Santa. Nós receávamo-la muito e, por isso mesmo, queríamos destruí-la, mas não o conseguimos. Ela safava-se sempre, embora tivesse sofrido doenças mortais, que oferecia sempre pelos outros, para que eles pudessem obter ainda a graça de se converterem. Só morreu quando Aqueles lá em cima (aponta para cima) verdadeiramente o quiseram, pois foram Eles que acolheram a sua alma venerável, a sua alma santa... porque ela era uma Santa... no Céu. Há no Céu muitos santos, quero dizer muitos Santos canonizados por Roma, que são menos santos e menores que ela. Ah! Como é horrível ser obrigado a confessá-lo! 
E - Sim, continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Se ela for canonizada, pensamos nós, então os seus livros serão conhecidos. Enquanto não o for, os seus livros não serão tão bem aceitos. É por isso que os Bispos não querem ouvir falar deles. Talvez um ou outro já os tenha lido, mas isso são fatos isolados, sem conseqüências.
Devo ainda acrescentar que ela é uma Santa poderosa no Céu (chora). Há muito que os seus livros deviam ter sido difundidos pelo mundo inteiro. É preciso que vós também o proclameis do alto dos púlpitos. E agora não digo mais nada, mais nada (gane como um cão).
E - Fala em nome da Imaculada Conceição, da Bem-Aventura Virgem Maria, em nome de S. Miguel Arcanjo!
B - Dos seus livros, é sobretudo o volume Vida e Morte da Venerável Catarina Emmerich que deve ser difundido. Deveríamos atar esses livros às costas das crianças para que aprendessem a caminhar com a cruz que o Senhor pôs no seu caminho.
Esta pequenina Santa já ia, aos quatro anos, fazer a Via Sacra, mesmo à noite, ficando com os pés feridos, ensangüentados, tudo para a glória do Seu Rei Crucificado. De manhã a mãe tinha de lhos ligar, e nem sequer sabia de onde ela vinha, pois a pequena nada dizia (uiva) 
Catarina foi uma grande alma sofredora. No seu quarto, o frio era glacial. É que ela era muito pobre e mesmo quando os seus lençóis estavam lisos com o frio e, no meio deles, ardia com febre, nunca pedira para lhos mudarem. Ela queria viver a sua Paixão e oferecê-la humildemente. Onde é que se vêem, hoje em dia, almas assim? Religiosas compadecidas substituíam-lhe os lençóis. Catarina não o teria exigido e acabaria por morrer de frio ou ficaria entorpecida. Ela tudo suportava pelo seu Senhor Crucificado. É inimaginável o que ela fazia por Ele.
Ela é uma poderosa Santa que nós sempre tememos. Sentimos repugnância por estas pessoas, que renunciam a si mesmas, seguem voluntariamente o caminho da cruz e tudo oferecem pelos outros. Há grandes santos que fazem muitos milagres, que são considerados grandes aos olhos do Senhor, que têm o dom de ler nas consciências, como ela aliás também tinha, mas como ia dizendo, embora esses possam ser mais conhecidos, embora a eles acorram milhares de pessoas, embora sejam grandes santos, não se lhe podem comparar e não se lhe comparam. Era uma alma sofredora, humilde, apaixonada por Deus. Deus amou-a e glorificou-a dum modo muito especial e é por isso que Ele quer que seja canonizada 
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Já há muito e não só agora, que ela o deveria ter sido. Deve-se falar às pessoas dos seus livros e das suas numerosas visões e revelações. É preciso que o façais por amor à dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela desejava-o e o próprio Jesus o deseja também. Dos seus textos, devereis citar em primeiro lugar A Dolorosa Paixão de Jesus Nosso Senhor. Este livro também não devia faltar em nenhuma família, sobretudo numa família que se preze de ser católica (geme). Mas chega de conversa por agora!
E - Tens de continuar! Em nome do Pai (...) em nome da Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, de todos os Santos Anjos, tens de falar Belzebú!
B - Jesus Cristo e a Santíssima Virgem concederam a estas duas grandes Santas visões e revelações para que chegassem ao conhecimento dos fiéis. Estes devem recebê-las nos seus corações, seguirem-nas e transmitirem-nas aos outros. Não se trata de uma anedota, mas de algo muito sério, muito grande, que já foi profetizado pela Santíssima Virgem, quando disse outrora aos Apóstolos: “Deus proverá, o Céu proverá, para que o meu nome, no devido tempo... (gane como um cão).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - ...venha a ser glorificado e conhecido e que tudo o que deve ser revelado a meu respeito, o seja na devida altura.” Agora já é a altura. Estamos agora em pleno Apocalipse. E Ela é o Grande Sinal. É por isso que as pessoas devem ler estes livros, porque em Emmerich, mas mais especialmente em Maria de Jesus, se fala do Apocalipse, do Grande Sinal, da Santíssima Virgem.
E - Continua a dizer a verdade, diz o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem, da Imaculada Conceição, de S. Miguel Arcanjo e de todos os Santos Anjos e Arcanjos! 
B - Se as pessoas lessem estes livros (solta sons como gemidos) compre-enderiam facilmente que a hora chegou. Compreenderiam melhor o Apocalipse e o que está escrito na Bíblia. Vós não passais de grandes burros! Os homens são imensamente estúpidos, deixam que tesouros tão valiosos se percam, lhes escapem, se enferrugem (ri maldoso).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Permitem que estes preciosos tesouros de valor infinito apodreçam e fiquem escondidos. E o que devia ficar escondido é difundido (ri torcista). Como, por exemplo, Bíblias que de Bíblias nada têm, vidas de Santos que de religioso nada têm também. Esse gênero de livros é mais dirigido de baixo do que do alto (arreganha os dentes, malicioso). Não passam de palavreado ôco. Até um burro ou um cavalo é mais inteligente; duma maneira ou de outra, eles sentem o que o seu dono quer. Mas aqui (no mundo) não é assim. Só quando já é demasiado tarde é que se apercebem que deveriam ter procedido dum modo diferente.
Ah! Para nós, estes escritos de Ana Catarina Emmerich e Maria Agreda, são livros malditos, que desde há muito tememos e sempre temeremos. Nós, lá em baixo, há muito tempo, nem sei bem há quanto, deliberámos para ver o que poderíamos fazer contra eles... e os homens nem sequer os lêem (ri sarcástico). Mesmo aqueles que se dizem bons católicos, não os têm em casa! (as suas gargalhadas transformam-se em gemidos).
E - Diz a verdade em nome (...), da Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, S. José, de todos os Coros dos Espíritos Bem Aventurados!
B - Deveis informar as pessoas. Todos os Padres, os “tradicionalistas” e mesmo os modernistas, deviam proclamar do altar que é necessário difundir estes livros por toda a parte e o mais rapidamente possível, para que sejam lidos. Se isso acontecer e se o seu conteúdo fosse posto em prática, ainda que aproximadamente, muitas almas se haveriam de salvar (geme horrivelmente).
E - Continua, em nome da Santíssima Trindade!
B - Catarina Emmerich teve visões sobre a Dolorosa Paixão de Jesus para que ela fosse conhecida dum modo mais direto e mais profundo, pois os Evangelhos não relatam senão fragmentos. Embora os Apóstolos tivessem conhecido mais pormenores, resumiram-na muito. Nas visões desta grande Santa há partes sintetizadas e resumidas que são horrivelmente extensas para nós. Aprende-se, por exemplo, a maneira de conseguir um arrependimento perfeito, que desempenha um papel primordial na confissão. Aprende-se a não ofender tanto o Senhor, que tanto sofreu. Os seus padecimentos são descritos duma maneira mais profunda do que em qualquer outro livro (rosna). Estes livros deveriam figurar em todas as livrarias, sobretudo nas católicas, que os deveriam possuir em quantidade, e não apenas um exemplar.
E - Belzebú, diz qualquer coisa sobre os sofrimento secretos de Cristo na Quinta-feira Santa, em nome (...)!
B - Não nos agrada falar desse assunto, mas porque se está na Quaresma, Ela deseja que ao menos algumas frases...
A PAIXÃO DE CRISTO
E - Então fala dos sofrimentos secretos de Cristo, como tu os viste, em nome (...)!
B - Nós nos olhamos muito, não queríamos ver nada daquilo. Rodopiávamos à sua volta como setas e ferimo-nos uns aos outros, cheios de cólera e raiva (grita). Naturalmente, sabíamos o que se passava. É claro que sabemos mais do que se poderá pensar. Mas a essa, a esta Emmerich, foi tudo mostrado dum modo positivo. Ela viu, por exemplo, que no Jardim das Oliveiras, Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu muito mais horrivelmente do que se poderia imaginar.
Mesmo durante a sua vida, várias vezes suou sangue de angústia. Nós, demônios, perseguimo-Lo horrivelmente no Jardim das Oliveiras. Ele viu como nós, numa multidão medonha, nos precipitávamos sobre Ele. Tínhamos as formas dos pecados, que os homens deveriam cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela visão desse horror, o Filho de Deus perdesse a coragem de suportar esta Paixão. Ele viu um horror imundo que lhe fez sair pelos poros um suor de sangue.
Nestes momentos de obscuridade e horror abomináveis, Ele pensava que a sua Paixão, que era apenas dum homem - Ele era Deus, mas nessa altura não se sentia mais que um homem - não chegaria para apagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se retirar, tremia sob a violência do sofrimento. Foi então que apareceu um Anjo com o Cálice para o fortificar. Na realidade, esse Cálice não era senão a aceitação daquele sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava apenas que aceitava a Paixão (geme) e que estava disposto a beber todo o cálice até o fim (geme). Graças a isso, vós, poços de imundície, vereis um dia o Céu, a que nós jamais teremos acesso (furioso).
Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a flagelação o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos. Quando foi crucificado já não tinha sequer metade dos seus cabelos. Tinham-Lhos arrancado quase todos, o que aliás foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e pés de viajante. À força de tanto andar a pé, tinha a pele dura e calosa. Ao contrário, as mãos eram muito finas, demasiado finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós tivéssemos podido provar só um pouco do seu Sangue derramado, só uma gota, então também nós o haveríamos de adorar por toda a eternidade.
Porém, Ele não no-lo permitiu. Para nós, já era demasiado tarde (rosna). Depois, na cruz, quando foi suspendido, tudo ofereceu por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens, atiçou ainda mais o furor do inferno. Quando estava suspenso na cruz, era como um verme, como já disse Akabor: já não era homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo por vós? Por nós não o teria feito (solta gemidos que comovem). Um verme e não um homem, esmagado por todos (chora)!
Era como se Ele tivesse tomado sobre Si o peso dos pecados de toda a humanidade; parecera-Lhe ser o maior dos criminosos. Parecia-Lhe que fôra abandonado e repudiado por Deus Pai, de tal modo os seus verdugos O tinham golpeado, picado, flagelado e, por fim, deixado a esvair-se em sangue (resmunga) E tudo isto Ele fez por vós! Porque é que nós não o conseguimos evitar? (chora)
Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não deveríeis reparar uns pelos outros para evitar que tantas almas fossem para o inferno? Ele, que era Deus e não tinha pecados, realizou algo extraordinário, algo que jamais será realizado por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas tão atrozes, então vós deveríeis passar por toda a vida sob o machado do carrasco. E isso não seria muito, não seria nada que não tivésseis merecido.
Mas os homens não compreendem isto. Só pensam em levar uma vida de gozo, apesar do seu Mestre ter marchado à sua frente, com a Cruz e o bom exemplo, e ter suportado tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos infernais. Mas durante pouco tempo. Nós próprios, no nosso ódio, admiramo-LO por ter feito tudo isto por vós! Jamais nos passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal coisa por um lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas nunca imaginávamos que fosse uma dádiva tão imensa.
Com tudo isto, quero ainda dizer que é preciso insistir na necessidade, durante a Quaresma, de fazer penitência em união com Cristo Jesus.
Durante quarenta dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e também Ele sentiu a dureza da fome...
A CRUZ E O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA ABREM O CÉU
B - Durante quarenta dias preparou-se para a Sua Vida pública e também para o Seu grande Sacrifício. Ele sabia que se tratava dum sacrifício tão vasto como o mundo, duma eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer ao Todo-Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a fim de que vós pudésseis chegar à visão eterna de Deus.
Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis apenas o Paraíso, caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens para o inferno, porque não teriam acesso às graças que obtém o Santo Sacrifício da Missa. São incalculáveis as graças decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz, por cuja oferta, o Sangue de Cristo corre de novo. Nós, lá em baixo (aponta para baixo), odiamos este Sacrifício da Missa, que é celebrado todos os dias em muitas Igrejas.
Em muitas casas de Deus, nem sempre é convenientemente celebrado. Antigamente, era horrível para nós, quando se celebrava o tradicional Sacrifício da Missa. Efetivamente, é a renovação do Sacrifício de Cristo na Cruz que apaga os pecados e que obtém graças extraordinárias para a salvação das almas, que, sem isso, se perderiam aos milhares e viriam para o inferno.
Devo ainda acrescentar isto (solta gemidos): não digo mais nada, não quero dizer mais nada.
E - Em nome da Santíssima Trindade (...) diz a verdade, o que Maria quer que digas!
B - Eu não quero dizer mais nada, não posso continuar a falar. Se quiserdes que fale, é preciso que reciteis ainda um pequeno exorcismo. Lúcifer está furioso. Desejaria estrangular-me. Eu não devia ter dito estas coisas. Se continuo a falar, quando eu chegar lá abaixo, castiga-me.
E - (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de Deus, lúcifer não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para a Igreja! Ele não poderá fazer-te mal!
B - Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza. É por esse motivo que lúcifer se enfurece e diz: “Já que és tão grande, devias saber que não deves dizer tantos disparates. Devias ter mais cautela!” É isto que ele vai dizer (range os dentes com violência). Ela (aponta para cima) ordenou-me que falasse, porque eu estava presente na queda dos Anjos. Eu era o segundo em dignidade e é por isso que Ela me força a falar desta “porcaria.” Ela continua a ter poder sobre nós, os lá de baixo (resmunga com violência).
OS NOMES
E - Belzebú, sob as suas ordens, tens que falar agora e dizer só a verdade! 
B - Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas revelações, deveis mencionar o meu nome. E deveis proceder do mesmo modo relativamente aos outros demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não é em vão que dizemos quem fala.
E - Belzebú, em nome da Santíssima Virgem tens de falar!
B - Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem fala, e depois Ela quer também que se indique quem falou. Sobretudo quando se tratar de assuntos importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que escolheu, qual o que devia falar...
E - Belzebú, tens que falar agora, em nome (...)!
B - Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser mencionado. 
A ESTUPIDEZ HUMANA
B - No dia 12 de Janeiro, Veroba referiu-se ao Aviso e ao Castigo. Disse que se devia mencionar no livro. Também explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e ainda o fato da oração ser paradoxal.
Vós, homens, não valeis nada (ri maldoso), vós nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na cabeça, miolos de mosca ou um crivo?
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para cima), todos os vossos ossos se soltariam. É Ele quem carrega permanentemente com a vossa carcaça. Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos. É por isso que nós, lá em baixo, não podemos compreender que professores, doutores e tantos outros, tenham uma presunção tão grande. Porque serão assim tão vaidosos, quando não passam de porcaria que há-de ser corroída por vermes?*
E - Belzebú, continua, em nome e sob as ordens da Santíssima Trindade (...) 
B - A propósito desta presunção, Ela quer que se acrescente isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem tanto; eles são uma abominação diante de Deus. Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso, não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o que está nas Escrituras, pois Jesus disse: “Quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado.” Quer dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em seguida horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas numa infinidade de graus. Compreendeis o que queremos dizer?
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto, mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem se humilhar, por mais alto que esteja - nós somos sábios, sabemos bem como as coisas se passam! (sublinha as palavras com um gesto do dedo) - receberá segundo a parábola do banquete, em que Jesus disse: “Aquele que se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do banquete a ocupar o primeiro lugar...” Quero dizer, com isto, que aqueles que se humilham não serão apenas exaltados em outro tanto, mas ocuparão uma posição milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda a eternidade.
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal de grande estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho que o dizer, pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os homens tivessem plena consciência daquilo que fazem, horrorizar-se-iam consigo próprios - (ri maldoso).
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma criatura, mostra aqui a repugnância e o profundo desprezo que sente pela natureza humana, inferior à angélica, mortal. 
A VIRTUDE FUNDAMENTAL DA HUMILDADE
B - Se Ela não se tivesse colocado sempre em último lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto sempre soube reconhecer o elevado grau da sua dignidade, e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje, nem nunca teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o mundo. Não teríeis n'Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós, medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse dado o exemplo em primeiro lugar.
Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até ao último grau de heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita virtude da humildade, ter-nos-íamos podido aproximar dela. E, decerto, isso teria constituído mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).
E - Belzebú, continua a falar em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - O mesmo acontece com os homens. E isto é claro como água: a falta de humildade abre as portas ao vício. Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do momento em que a sua sabedoria ou o que lhe chamais lhe sobe à cabeça. Há muito que o homem deixou de ser sábio e tem miolos de galinha. Mesmo quando se julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu não quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria, pois passaram-se conosco. Como nós caímos, milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).
E - Continua, belzebú, em nome (...)!
B - Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado original, do orgulho. Devíeis empregar todos os esforços no sentido de fomentar a virtude da humildade. Falai dos Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino Jesus e tantos outros.
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de batatas. Uma ocasião comeu batatas pôdres, já cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer se queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado! Achava-a demasiado boa para si. Não temos qualquer poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a achar-se indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não procedem assim para se vangloriarem perante os outros de que são bons, dizendo, por exemplo: “Olhai, eu não quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso, vou deitar-me na cama mais incomoda.”
Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S. João Maria Vianney encobriu sempre que não comia como deveria ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich. Ela nunca quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o seu corpo. Só quando as pessoas viram e disseram: “Em que estado horrível ela se encontrava! É preciso fazer qualquer coisa!” É que ela deixou que a mudasse, porque era absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase desfeito. O seu maior desejo era levar uma existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os Santos dum modo geral, mas principalmente os humildes. Estes gozam duma predileção muito especial, lá em cima. Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente, passo a passo, o duro caminho que a ele conduz. A virtude da humildade deve ser novamente pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras. Depois vem a virtude da pureza, bem adaptada à nossa época (respira com dificuldade), em seguida a verdade, e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz. Também é preciso citar exemplos.
E - Lúcifer, retira-te! Tu belzebú, tens de falar da parte da Santíssima Virgem, em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do orgulho. Devemos dizer que a virtude da humildade devia ser escrita com letras capitais. Seguem-se, naturalmente, a cólera, o roubo e todos os outros. Deve preocupar-se sempre fazer comparações, dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos (dá berros horríveis). Deixem-me!
E - Continua, Belzebú, continua em nome do Pai (...) da Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria e Mãe de Deus... (neste momento é interrompido por Belzebú).
B - Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso insistir muito; deveis assinalar, com mais insistência, o efeito devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com toda a clareza, as conseqüências do pecado que são mais horríveis do que vós podeis imaginar. É o pecado e as suas conseqüências que deveis retratar com a maior clareza possível. Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também proceder assim, pois isto não é apenas para vós. Se eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação, causarão grande dano e privar-se-ão a si e a todos os que se encontram na sua dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com isso e não receberão as graças que de outro modo poderiam receber. 
 
A IMITAÇÃO DE CRISTO
 
E - Belzebú, fala por ordem da Santíssima Virgem, em nome (...) diz a verdade!
B - A propósito destas virtudes, devo acrescentar que é preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos (gane como um cão), seja citado, difundido e lido.
Não deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se por seguir e pôr em prática os seus ensinamentos.
Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a completa; na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com o andar do tempo acabam por mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los.
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos que nela se encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A Imitação de Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma obra que vem do Céu. O Céu a quer e a recomenda, já que ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de todos, concretamente, ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo. Assim, o homem aprende como Cristo sofreu e como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar um passo ou um decímetro atrás d'Ele. Deve ter sempre presente que, com tudo isto, ainda estará longe de ser um santo e que se deve julgar com humildade. É imprescindível que insistais neste ponto.
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões, que crêem que são boas porque fizeram isto ou aquilo. Mas isso não basta! Só serão verdadeiramente boas quando não se acharem ainda boas, pensando que fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais. Serão boas quando se julgarem com humildade e fizerem por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos. 

OS DEVERES DA MULHER
       VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM

B - A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os seus deveres caseiros, que o fez com humildade, para maior glória de Deus e com o objetivo único de servir a Cristo e que não convém que uma pessoa se queira enaltecer acima dos seus serviços e deveres.
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo de O acompanhar. Ela amava o seu Filho a tal ponto que vê-Lo partir lhe causou uma dor e um tormento enorme. Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais fortes que os dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se sentia bem na sua proximidade, mas apesar de tudo isso quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse momento só O viu raras vezes.
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para que também as pessoas aprendessem a ser humildes. Foi alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa? Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que todos os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é também a Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus trabalhos caseiros.
Não compete à mulher desempenhar funções públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro lado, desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o coração, tem mais valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher doutora, ainda que o seu discurso ressoe através de todos os microfones e seja registrado por todos os jornais.
Uma mulher destas vale muito menos lá em cima do que uma Mãe que leva a sua Cruz cotidiana, educa bem os seus filhos e aceita o filho que concebeu.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a “malta dos três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras: “Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher não aceita os seus deveres caseiros e só aspira a grandezas, não pode conservar-se humilde.
Toda a mulher que se quiser elevar, será humilhada no Céu. Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se no bom caminho. Obtêm para as suas famílias e para os povos muito mais graças do que outra que só pense em brilhar.
Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher já não quer ser apenas “mãe de família”, com um papel a desempenhar: a educação dos filhos. Quer ser e parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de muitas crianças por aborto. É claro que há muitas mães que se encontram em grande necessidade. Essas deveriam ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar viver o filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício transformar-se-ia em fonte de bênção.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão e preparassem boas refeições aos maridos, decerto não haveria tantos divórcios, como atualmente. Se as mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas de casa e proporcionassem aos maridos um ambiente caseiro mais agradável, não haveria tantas desavenças e separações.
Se não existissem tantos homens e mulheres em concubinato, haveria mais cônjuges dotados de espírito de sacrifício e menos lares desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e não sabem o que é renunciar como quereis que venham a constituir família? Aos seus olhos, o casamento exige muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi, é assim e há-de ser sempre assim.
Entre os que viveram juntos durante muito tempo, poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil para uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar atrás e corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que a uma outra que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda ou para a direita, para a seu belo prazer colher aqui as uvas e ali os rabanetes.
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS

E - Em nome (...) diz a verdade! Diz o que a Santíssima Virgem quer que digas e só a verdade!
B - Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros da venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de Cristo de Thomas Kempis, têm grande valor (geme). Não quero falar disso.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas também é necessário procurar neles temas para homilias, ideais, o que é muito importante para o confuso mundo de hoje, para os fiéis do nosso tempo.
E - Diz a verdade Belzebú, fala em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, da Imaculada Conceição, de S. Miguel Arcanjo!
B - Tenho que falar do imenso valor destas “desbotadas” estampas com imagens piedosas. Já falei uma vez acerca deste assunto.
Deveis falar dele, do alto dos púlpitos, e é também necessário que fique registrado no livrinho. Sobretudo as estampas que contêm promessas têm um grande valor. E vós deveis dar a conhecer essas promessas, que foram feitas a pessoas piedosas. Muitos não as conhecem e até ao presente nunca as leram. A propósito da estampa com a Agonia de Cristo, onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes promessas. É necessário mencionar também a imagem de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que estão também ligadas promessas importantes.
Seria ótimo ter destas estampas em grandes quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo... sim, lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível, colá-las às costas de cada um. Sois tão estúpidos como cegos! Tendes à vossa disposição essas pagelas, essas promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos a grande maioria das pessoas não se servem delas! Há ainda outros folhetos deste gênero, por exemplo, o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus. A devoção ao Coração de Jesus está atualmente muito reduzida. A ela estão também ligadas grandes promessas e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado Coração de Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz Maria Grignion de Montfort, também quase caiu no esquecimento.
Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens, que acabo de mencionar, em particular as da Santa Face, da Agonia de Cristo e de Jesus Misericordioso, pôr-lhe-íeis uma moldura em ouro, tal como ao Terço!
E - Belzebú, tu citaste ainda outras. Quais?
B - A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria, com as suas importantes promessas, o Terço da Misericórdia, a contemplação da amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face estas cinco ocupam o lugar de honra. Difundi-as por toda a parte. Ela (aponta para cima) assim o quer. Deveis falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas coisas, se soubessem perseverar na oração, ter-se-iam convertido ou, pelo menos, não cairiam tão baixo (geme).

O PAPA E A IGREJA
E - Belzebú, continua a falar, diz tudo o que tens a dizer... 
B - A situação atual do mundo é muito grave. O Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão! Como ele já pouco pode dizer, deveis ao menos dedicar-vos à difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina Emmerich e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de cima desejam.
* O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi escrito em 1665.
 Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná.
ou Editora Correio da Rainha da Paz  |  Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403  - www.rainhadapaz.net
E - Que é que tens ainda a dizer, Belzebú? Fala em nome da Santíssima Trindade!
B - Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um grande combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem o sabe.
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem Maria, do S. Miguel Arcanjo, e em nome de todos os Santos Anjos e Arcanjos!
B - O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Missa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não foi acolhido como ele desejaria, e que a nova missa... (solta gritos horríveis).
E - Em nome da Santíssima Trindade, diz a verdade!
B - Ah! Nós não gostamos de falar do Papa. Temos mais que fazer, temos que nos ocupar dos homens. Nós já não podemos atacar pessoalmente o Papa (rosna desesperado).
E - Belzebú, tens de dizer a verdade, em nome da Santíssima Trindade (...), da Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus! Diz o que tens a dizer!
B - Nós já uma vez afirmámos que o Papa Paulo VI tinha elaborado e queria promulgar um documento a favor da antiga Missa. Por outras palavras: o Papa queria reintroduzir a Missa de S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido. Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi. Alguns dos seus subordinados entraram em deliberação para verem como poderiam impedir o restabelecimento da antiga Missa. Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma maneira tão perfeita, quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma pessoa aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava dum documento falso.
E - Porque é que o Espírito Santo permite estas coisas? Belzebú diz a verdade (...)!
B - Permite-as, para que se cumpram as Escrituras. Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos que cada um dirá: “Cristo está aqui!” ou “Cristo está ali!” Hoje, uns dizem “Isto é melhor” outros afirmam “aquilo é melhor”, e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa que é bom, que é superior, e põe-se à frente dos outros. Há mesmo pessoas que seguem a muitos “Cristos”..., e outras que seguem somente um... normalmente o falso (ri maldoso).
E - Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo (...). Em nome (...)!
B - Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo, mas se certos Cardeais e Bispos não forem melhores, não é culpa nossa que se deixem levar pela nossa malícia.
E - Continua Belzebú, diz o que tens ainda a dizer em nome (...)!
B - No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta crise, mas é necessário que as coisas se passem assim, que o mundo seja passado a crivo, segundo a profecia do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só haverá uma esquerda e uma direita e nenhuma situação intermédia. Talvez as coisas não se passassem assim, se não tivéssemos chegado a esta confusão. É preciso que o mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos últimos cinco séculos da Igreja.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho do Espírito Santo, nós te ordenamos Belzebú, que digas tudo o que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!
B - Eu, Belzebú, devo ainda dizer que as revelações do Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia, são mal compreendidas pela maior parte das pessoas, porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para melhor as compreender deve consultar-se o livro de Maria Agreda. Lá se encontra a explicação de muitas coisas relativas à Revelação.
Estamos nos últimos tempos e é por isso que todos os fiéis devem pegar nestes livros e seguir os seus ensinamentos. Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas coisas.
 
VERDADEIRAS E FALSAS ALMAS PRIVILEGIADAS
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, diz o que tens a dizer!
B - Atravessamos uma época de grande confusão e guerras. Aquilo que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento, hoje em dia, de tantas almas privilegiadas que, na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas não o são verdadeiramente.
Devo acrescentar ainda - e faço-o contra a minha vontade -, que muitos fiéis têm tendência a seguir, com fanatismo, os que se dizem almas privilegiadas. Na verdade, isso é mais fácil do que seguir a Cruz.
Relativamente às autênticas almas privilegiadas, encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós, demônios, permanecemos por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a maioria dos fiéis, pelo menos grande parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas almas privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanaria e fanatismo.
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas como atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo fiéis piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando se trata de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um grande poder e utilizamo-lo especialmente para tentar as almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente.
Muitos dos “milagres” que acontecem no seio de certas seitas e que se passam com certas almas privilegiadas, vêm lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade tudo é realizado por nós (aponta para baixo), em nome do inferno. Nós podemo-nos transformar em “Anjos de Luz.” Também é possível curar doentes, em nosso nome, se isso servir duma maneira vantajosa aos nossos objetivos.
É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias pelo poder do inferno e em seu nome, do que às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas extraordinárias e verdadeiros milagres. A estas últimas é necessário muita oração e virtude. Por esse motivo é que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito menos milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes também que almas privilegiadas autênticas se desviem de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é preciso lembrar aquele aviso: “Examinai tudo, e guardai o que é bom” (Tess. 5,21). 
OS ÚLTIMOS TEMPOS
B - Cristo disse: Tempos virão em que vos será dito: “Cristo está aqui”, “Ei-lo ali.” Se alguém vos disser: “Ele está no deserto”, não o acrediteis, pois surgirão falsos Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam enganados. Estas palavras poderiam aplicar-se muito bem às falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás delas como atrás de falsos Cristos. De fato, o Anti-Cristo surgirá como um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também ao que acabo de referir.
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com novo esplendor.
E - Em nome de (...)!
B - Escutai uma comparação tomada da figueira: quando no tronco aparecem as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes suceder estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus (Lc.21,29-31). Agora, esse tempo está terrivelmente perto.
Ela (aponta para cima) manda dizer: “Coragem! Fazei penitência e convertei-vos, enquanto ainda é tempo”... pois o Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa cólera de Deus.
RESPOSTAS A ALGUMAS CRÍTICAS
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
 
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e ordenou-lhes: “Calai-vos”.
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha revelado a Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios. O Pai testemunharia por Ele.
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que se calassem. Depois da Sua Transfiguração no Monte Tabor disse aos Apóstolos: “Não faleis a ninguém desta visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar dos mortos” (Mt. 17,9).
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a revelação da Sua divindade. Por esse motivo é que recusou o testemunho dos demônios. Mas permitiu também que eles dissessem: “Nós sabemos quem és: és o Santo de Deus” (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta declaração, contudo não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do testemunho dos demônios.
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé. Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o que querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade e o erro.
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas. Quando isso acontece, deve contar-se com respostas mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios, mas também aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente, são muitas vezes tomados por agências de informações. Por exemplo, uma vez perguntaram ao Santo Cura d'Ars: “O meu marido está no Purgatório?” Ele respondeu: “Isso é que não lhe sei dizer. Nunca lá estive.”
Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: “O homem em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um ato de contrição.”
Neste caso havia um motivo especial. Não se tratava apenas de dar a resposta a um pergunta curiosa.
c) A existência dos demônios é um fato. A Sagrada Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e dos demônios. O Papa fala da existência e da ação dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam. Por esse motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi: “O Papa sofre e reza; está sob uma cruz que o consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior.”*
Através dos possessos a existência e a ação dos demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para a nossa fé.
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou nestes últimos anos do Inferno e dos demônios? O inferno e os demônios foram praticamente considerados tabu para a pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o caso Kligenberg** é que o problema voltou a ser discutido à escala mundial. Resultado: Uma divisão dos espíritos em que uns acreditavam e outros negavam a existência de satanás e do inferno. Daí resultou, por outro lado, uma negação dos fatos, por outro, uma fé renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir sobre o inferno e satanás, o que nunca teria acontecido se não fosse o caso Klingenberg.
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações feitas nos lugares de Aparições, nem das revelações de Videntes ou almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz ao Padre Gobbi: “As Minhas mensagens multiplicam-se tanto mais, quanto mais a voz dos meus servos se recusa a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão importantes para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo: os ensinamentos sobre o Paraíso que vos espera, sobre a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o pecado que fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual tantas almas se precipitam diariamente, sobre a urgência da oração e da penitência.”
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios, tínhamos que recusar as suas revelações. Mas, precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela obriga os demônios a manifestar verdades necessárias à Igreja do nosso tempo, verdades esquecidas que é preciso relembrar.
g) Os ensinamentos da Igreja são recusados, do mesmo modo que as mensagens da Santíssima Virgem nos lugares das Suas Aparições e as revelações das almas privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas de sangue da Mãe do Céu. Agora, a Santíssima Virgem tenta ainda um novo meio: as revelações dos demônios. Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda brilha um mínimo de boa vontade.
h) As revelações dos demônios não são senão um favor do Céu, uma prova do Amor pleno de solicitude da Santíssima Virgem.
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Mas hoje, já não se faz o que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas com mais urgência: “Fazei o que Ele vos disser.” Ela di-lo mesmo através dos demônios, para que nós sejamos salvos e para que contribuamos para a salvação dos outros.
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI no Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos, os resgatados por seu Filho. Teriam, porventura, as almas menos valor para Ela do que para o inferno, que emprega todos os esforços, que trabalha sem cessar, para as perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o demônio. Os textos destas locuções encontram-se em “Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais”, Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o exorcismo oficial.
3. Mas como é possível que os demônios falem entre si, falem em detrimento do inferno? Eles só podem querer o mal da Igreja!
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos mal. Não nos querem dizer o que contraria o inferno. O seu objetivo principal é denegrir a Igreja, sempre que isso for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca do demônio: “Eu sou a força que só quer o mal, e que contudo, pratica sempre o bem.” *
b) O que se passa com os possessos é precisamente isto: o poder da Santíssima Virgem exprime-se de maneira tangível, quando força os demônios a anunciar o bem e a verdade.
c) Os demônios não querem fazer estas revelações. Só as fazem quando são obrigados, sob o poder e as ordens da Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só fazem estas revelações quando, intimados em nome da Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração Imaculada de Maria ou em nome de Jesus, são obrigados a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas exigências feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas ou omitidas, por falta de espaço e para que a leitura não se tornasse excessivamente monótona). Mas sem essas ordens, pode acontecer, como aliás aconteceu ouvir o demônio exclamar: “Estás a ser insolente.” Porquê? interrogou o exorcista . “Dizes apenas: diz a verdade! Se falas só em teu nome, então não somos obrigados a revelar o que quer que seja!”
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja. Se assim forem consideradas podem fazer muito bem. Para muitas almas, podem significar o bem espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por isso mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao limite do possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg, que morre depois do exorcismo. A esse respeito, confessarão os demônios: “Nós atormentámo-la para lá de qualquer medida, a tal ponto que deveria ter desesperado e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar o nosso objetivo! Ela resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por lúcifer.” E os demônios acabaram mesmo por confessar: “Se ela não foi imediatamente para o Céu, decerto chegou bem alto, bem alto.”
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes “Avisos” puderam verificar os sofrimentos monstruosos que ela desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim são garantia da autenticidade desta possessão e destas revelações. É por isso que o livro constituirá uma obra importante, para o bem das almas e para a Igreja.
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro. Sem a proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não se teria conseguido vencer os obstáculos e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido possível. Os próprios demônios tiveram que reconhece-lo. Aliás, todos aqueles que nele colaboraram, bem o sabiam, mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o vieram a confirmar mais tarde.
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10 de Junho e até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções do “Ritual Romanum”, segundo as quais o exorcista não se deve deixar levar no engodo das palavras dos demônios ou pôr perguntas sobre questões futuras ou secretas, pois não é nisso que consiste o seu trabalho.
g) Pelo desenrolar das “Confissões” verificou-se que a Santíssima Virgem decerto, como um último recurso, quis revelar pela boca dos demônios o que é útil para a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que foram feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas “somente a verdade e o que a Santíssima Virgem quer.”
h) Antes das revelações importantes foram exigidas certas e determinadas orações, “para que nós (demônios) sejamos obrigados a dizer a verdade.”
i) Se os demônios não falassem a “linguagem do inferno”, a possessão não seria autêntica. Os demônios voltam sempre a exprimir o seu ponto de vista. O leitor reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o seu próprio ponto de vista.
j) Os demônios estão ligados ao “instrumento”, no seu modo de falar. Também é possível que as idéias do “instrumento” (da pessoa possessa) se misturem com as suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar as revelações com os ensinamentos verdadeiros da Santa Igreja. “Examinai tudo, retendo apenas o que for bom” diz S. Paulo.
k) Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos como parece ser agora o caso, parece muito oportuno que a Santíssima Virgem, a vencedora de todos os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça a satanás, os force a fazer revelações mesmo contra a sua vontade, para bem dos homens e da Igreja. Também isto é um triunfo de Maria.
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja impresso o mais rapidamente possível (porque o tempo urge?), certos pontos mais obscuros não puderam ser acompanhados de notas explicativas.
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito. Os próprios demônios pediam constantemente, da parte da Santíssima Virgem, certas e determinadas orações. “Rezai muito ao Espírito Santo!”
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm a necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz com que tudo concorra para o bem daqueles que ama, inclusivamente a ação do diabo.
N.B. A documentação final esclarece alguns pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.

O QUE É A POSSESSÃO?
Pelo Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio: Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes ensinamentos concordam: o demônio existe.
A ação do demônio: O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas pessoas através da possessão.
A Possessão: Embora a possessão não possa ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo abstraindo dos ensinamentos do Magistério e das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros). A história da Igreja fornece um grande número de casos de possessão, que não são aqui mencionados.
É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de possessão, pois existem doenças psicológicas que se assemelham muito a possessões. Há diferentes fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão. O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado “exorcismus probativus.” Mas mesmo neste caso é possível que os demônios se escondam, que não se manifestem e não reajam. No caso de não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um fator importante é fornecido pelo comportamento perante objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas, neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente que os objetos estão benzidos.
O comportamento perante a água vulgar e a água benta é um sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode explicar dum modo natural.
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo. Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos. Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b) Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado, mas também há especialmente casos de pessoas que se consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do exorcista, mas não são casos desesperados, sobretudo se a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre Rodewyk). (2)
c) Um caso particular de possessão é o que se chama “possessão expiadora.” As pessoas em causa não são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a um sofrimento horrível. A história mostra que os possessos que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso dos meninos de Illfurt).
Há possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d) Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand,(3) ou o de Altotting,(4) pode-se pensar que estes casos têm uma missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou o caso Klingenberg.(5) As revelações feitas nestes casos devem ser consideradas um testemunho e um auxílio à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se até à conformação com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese morreu de fome e sede.
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem-Aventurança, ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977).
A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um fracasso do exorcismo.
Em que é que consiste exatamente a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave ou “pecado mortal”, como também do corpo e das forças físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro demônio apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra o que os demônios querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem impôr. Neste caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se pode falar de culpa, se durante a “crise”, ou depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam do que tinha acontecido durante a possessão.
Muito especialmente, nos casos de “possessões expiadoras”, há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão: Resumindo: pode haver um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio sangue (o caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou algo semelhante.
A possessão e a Ciência: Satanás e a possessão pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos. Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa os limites da sua competência e não merece crédito. O mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.
É razoável e até aconselhável, quando se desconfia de que há possessão, pensar em primeiro lugar, nas causas naturais e também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O fracasso da Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças dos possessos desaparecem com a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela medicina.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por expulsar o demônio pela oração, por leituras da Sagrada Escritura, por adjurações*, intimações em nome de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os demônios.
Estes repetem constantemente: “Nós não somos obrigados a partir já.” É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
NOTAS
1) Padre P. Sutler: “O poder de satanás e a sua ação.”
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975. História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução em francês na editora Résiac.
2) P. Adolf Rodewyk, SJ: “A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.” o caso Magda. Edição alemã de Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) Johann Erni Sermões do diabo Nicolas Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) Teufelspredigt von Altoltting Sermões do diabo de altoltting.
5) Sobre o “Caso Klingenberg” ainda não há nada publicado em definitivo.
* Adjurações: Rogo, pedido instante, emprego do nome de Deus e dos Santos para imprecação; esconjuro; exortação.
Não confundir com Abjurar que significa: Renunciar, desdizer, negar com falso testemunho.