E
– Exorcista.
J
– Judas Iscariotes.
( Contra Judas Iscariotes (J) e
Belzebú, demônio do coro dos Arcanjos (B))
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA
E - Em nome de Jesus, diz-nos, quem tem de falar?
J - Judas tem de falar.
E - Judas Iscariotes, nós Sacerdotes representantes de Jesus
Cristo, coman-damos-te em nome da Santíssima Trindade (...)
diz-nos quando é que te vais embora. Judas Iscariotes, fala!
J - Por agora, isso é uma questão supérflua. Primeiramente é
preciso pôr os vossos assuntos em ordem (rosna).
J - O assunto que se refere à publicação deste livro (rosna
de novo). E isso ainda não é tudo.
E - Que significa “não é tudo?” Diz a verdade, tens de
falar. Diz a verdade, em nome (...)!
J - Nós não queremos falar. Já não queremos dizer mais nada.
E - Em nome do Santíssimo Sacramento do Altar, que tu
traíste, depois da Última Ceia, tens de falar agora!
J - Se eu tivesse sabido, nunca O teria traído!
E - Nessa santa tarde traíste Jesus e agora, em seu Nome, e
em nome de todos os Santos Apóstolos e Papas, que não
atraiçoaram Cristo tens de falar. Diz agora a verdade e só a
verdade. Tens de falar, Judas Iscariotes!
J - O que está impresso, está em ordem, mas isso não é ainda
tudo.
E - Então que é que falta? Diz a verdade em nome (...)!
J - É precisamente isso que nós queremos dizer: Ide para
casa, ide-vos embora.
E - Não, agora não vamos para casa! Agora tem de falar Judas
Iscariotes e Belzebú. Nós vos ordenamos que digais só a
verdade! Em nome (...) tendes de dizer o que a Santíssima
Virgem nos quer transmitir por vosso intermédio. Sob as suas
ordens tens de falar! Que é que é preciso ainda dizer?
J - Como nós (aponta para cima) A odiamos!
E - Sim, mas em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo,
tendes de dizer a verdade!
J - (geme) Não nos podeis exigir isso!
E - Podemos sim! Ela é vossa Rainha e Soberana. Todo o
inferno lhe deve obedecer!
J - De acordo, Ela, (aponta para cima), de acordo, Ela
deve... (geme como um miserável), Ela lá está com
coroa e cetro e sobre a coroa tem essa cruz (os seus
gritos comovem). Oh! Como A tememos!
E - Em nome da Santíssima Virgem, diz-nos tudo o que nos
tens a transmitir, mas só a verdade!
J - Nós não queremos que uma mulher mande em nós, não
queremos.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...) diz toda a
verdade!
J - Tenho de repetir coisas que já foram ditas e tenho de
acrescentar coisas novas.
E - Judas Iscariotes, diz tudo o que a Santíssima Virgem te
encarregou de dizer, em nome da Santíssima Trindade (...)!
J - Sem entrar em pormenores, Veroba disse que as vossas
orações eram um paradoxo, pois sem elas o Aviso já teria
surgido. No entanto, o verdadeiro motivo deste
retardamento é outro: é para que mais alguns homens ainda se
salvem.
E - Continua a falar, diz o que tens a dizer da parte da
Santíssima Virgem, mas só a verdade. É Ela quem agora te
ordena, Judas!
J - A Santíssima Virgem quer que este maldito livro seja
largamente difundido. E isso era só o que nos faltava;
que todo o mundo soubesse o que nós tramamos. As pessoas,
poderiam talvez mudar de vida, começariam certamente a mudar
de vida, começariam certamente a duvidar de tudo o
que nós propagamos através de Roma, e voltar-se-iam
para a antiga tradição. Só nos faltava mais esta, só
nos faltava mais esta.
E - Continua a falar, em nome da Santíssima Virgem. Diz só o
que ela quer que transmitas! Fala agora! É tudo?
J - É claro que Ela (aponta para cima) quer que digamos
outras coisas.
E - Tens que dizer a verdade, em nome (...)! Tens de falar
para a Igreja!
J - Já fiz demais pela Igreja, por esse maldito “caixote de
lixo.”
E - Fala agora para a Igreja, a Santa Igreja, que jamais
perecerá, em nome (...)!
J - Bem! Não tenho outro remédio senão falar.
E - Sim, as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Vós não tendes poder para destruir a Igreja.
J - Sobre a Igreja falaremos mais tarde. Primeiro quero
continuar com o tema que estava a tratar. Da Igreja
falaremos mais tarde!
E - Então fala, Judas Iscariotes, diz o que a Santíssima
Virgem quer, em nome (...)!
J - Ela quer que eu ainda acrescente mais qualquer coisa ao
assunto do sexo e aos problemas da juventude.
Ela quer que todos saibam que é preciso falar do altar,
sobre esses assuntos, que é preciso pregar sobre as
virtudes (respira com dificuldade); que é
preciso que todos saibam, como a culpa pesa... ouvis?...
como pesa e aonde conduz.
OS PECADOS DOS HOMENS
E - Que culpa, fala em nome (...)!
J - A culpa dos pecados em geral e de cada pecado em
particular. Poder-se-á falar de cada um destes pecados
separadamente, em sermões diferentes, ou agrupá-los
num mesmo sermão, como for mais útil a cada um, mas antes
deve invocar-se sempre o Espírito Santo.
E - Judas Iscariotes, fala em nome da Santíssima Trindade
(...), Judas, fala!
J - É preciso que a juventude, que os crentes, tomem
consciência da gravidade do pecado, como ele é imensamente
grave e funesto, de onde vem e aonde conduz, como vem, como
poderia evitar-se, o que é preciso fazer para o atenuar,
para o eliminar completamente. (geme).
E - Judas Iscariotes, continua a dizer a verdade da parte da
Santíssima Virgem, da Rosa Mística!
J - Em primeiro lugar é preciso dizer que a oração é
um dos pilares mais sólidos, em que assenta a vida cristã.
É preciso proclamá-lo dos púlpitos e não ao microfone.
Mil microfones não substituem o púlpito. Quando
um Padre fala do púlpito, os fiéis ficam diretamente
suspensos da Palavra de Deus. Não olham para a frente, para
trás, para os lados, numa palavra, evitam qualquer
possibilidade de distração e podem concentrar-se muito
melhor.
E - Mas tudo isso já foi dito aqui segundo a vontade da
Santíssima Virgem!
J - Sim, já foi dito, mas é preciso que eu volte a
repeti-lo, é preciso que seja referido mais uma vez.
E - Quando é que tu falaste disto, Judas Iscariotes? Ainda
te lembras? Fala em nome (...)!
J - Sim, em 31 de Outubro.
E - Continua, continua em nome (...)!
J - A culpa é muito maior do que qualquer um de vós o
poderá imaginar. Nós, os demônios, somos horríveis.
Temos medo uns dos outros.
Temos um aspecto horrível. É-nos insuportável estar próximo uns dos outros. Se ao menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a isso somos obrigados! Temos que viver neste charco diabólico por toda a eternidade, e temos que nos encarar.
Temos um aspecto horrível. É-nos insuportável estar próximo uns dos outros. Se ao menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a isso somos obrigados! Temos que viver neste charco diabólico por toda a eternidade, e temos que nos encarar.
Quando somos obrigados a olhar o pecado ou a culpa nos
homens, apodera-se de nós um grande terror.
Podereis assim imaginar a gravidade da culpa, que consegue
aterrorizar-nos, a nós demônios, habituados a tantas coisas,
que permanecemos dia e noite neste horrível tormento, que
somos obrigados a contemplar hora a hora, minuto a minuto,
este espetáculo, terrível entre os terríveis. O pecado
aterroriza-nos. Assim, podereis imaginar a gravidade da
culpa, sobretudo diante d'Aquele que está lá em cima (aponta
para cima) e cuja majestade ultrapassa. Tinha
de dizer isto (geme dum modo lastimoso)!
A MAJESTADE DE DEUS
E - Continua a dizer a verdade, Judas Iscariotes e só a
verdade...)!
B - Se conhecêsseis a Sua Majestade (aponta
para o alto)!
Não é Judas que o diz, é Belzebú. Sou eu, Belzebú, quem a partir deste momento vai falar.
Não é Judas que o diz, é Belzebú. Sou eu, Belzebú, quem a partir deste momento vai falar.
E - Bom, tu conheceste melhor do que Judas a majestade de
Deus. Fala, em nome (...)!
B - É que Judas não contemplou a Majestade de Deus.
Isto é, ele viu a humanidade de Deus e a partir dela
conseguiu deduzir algo da sua majestade. Mas Judas não viu
Deus na sua grande majestade, como eu o vi (suspira). Sabeis
como é?
Eu vi-o, isto é, não como vocês o hão de ver um dia. Mas
pude compreender a sua grandeza e uma grande parte foi-me
dada a sentir e a conhecer. Nós não possuíamos ainda a
beatitude total perfeita, mas já tínhamos atingido um grau
elevado. Mas tínhamos inveja d'Ela (aponta para o alto), nós
não queríamos dar-Lhe o prazer de nos governar ou dominar.
Daí deriva o que irá seguir-se.
E - Continua a dizer a verdade Belzebu, em nome da
Santíssima Virgem, que te ordena que fales, mas diz só a
verdade!
B - De fato, Ela é-nos superior, é-nos terrivelmente
superior.
MARIA, MÃE DA IGREJA
E - Fala Belzebú em nome do Pai (...) e sob as ordens da
Imaculada Conceição!
B - Foi precisamente a mim que Ela escolheu para dizer isto.
Se Ela tivesse escolhido Allida, mas Ela quer que seja eu.
Agora, escutai bem! Tenho de falar, Ela obriga-me.
E - Tanto melhor. Fala em nome (...)!
B - Ela lá está, com a coroa e o cetro. Ela lá
está, quase que me esmaga. Foi assim: a princípio, com os
Apóstolos, quando Ela, a Mãe (aponta para cima), vivia
ainda, foi Ela por assim dizer, a orientadora da Igreja, que
começava a dar os seus primeiros passos.
Ela tinha que rezar para que a Igreja se desenvolvesse
convenientemente,
para que se desenvolvesse como (rosna)...
E - Em nome do Pai, do Filho (...) diz a verdade!
B - ...como devia desenvolver-se, segundo a vontade do
Espírito Santo. Ela ficava dia e noite de
joelhos, rezava para que a Igreja crescesse e se libertasse
do Antigo, isto é, da lei mosaica e que a
circuncisão desaparecesse. Ela compreendia que a circuncisão
fôra conveniente numa determinada época e que, segundo a lei
dessa época, tinha sido necessária. Mas depois da vinda de
Cristo e da Sua obra, já não o era. Jesus Cristo ainda se
submetera à circuncisão, mas Ele não queria que ela
continuasse. A partir desse momento existia o Santo
Sacrifício da Missa (rosna).
E - Belzebú, continua, sob as ordens da Santíssima Trindade,
do Pai (...) da Imaculada Conceição, sob cujas ordens, hoje,
tens de falar!
B - A Santíssima Virgem estava presente, quando os Apóstolos
celebraram a primeira Missa.
Depois da Ascensão de Cristo, a Santíssima Virgem
participava sempre da Santa Missa celebrada pelos Apóstolos
e recebia a Sagrada Comunhão. Preparavam-se
durante horas para a Santa Missa. Quem é que
procede assim, nos tempos de hoje? Poucos ou
nenhuns. Muitas vezes os Apóstolos preparavam-se dias
inteiros só para a celebração de uma Missa.
Certa ocasião, a Santíssima Virgem retirou-se durante dez
dias para rezar dia e noite.
Então foi levada ao Céu e pôde contemplar a majestade
infinita de Deus. Deus, a Santíssima Trindade,
ordenou-nos a nós, lá em baixo, que subíssemos do inferno
(aponta primeiro para baixo e depois para cima). Ainda não
era a esfera celestial perfeita, mas já era uma esfera
superior. Fomos obrigados a subir e a contemplar essa
criatura, quer o desejássemos, quer não.
A Santíssima Trindade obrigou-nos a contemplá-La, na sua
majestade, quase perfeita. A sua majestade e esplendor
eram maiores do que quando a tínhamos visto anteriormente. A
Santíssima Virgem vencera, tinha-nos vencido. Vimo-La
revestida de Sol. Seja como for, vimo-La em
grande majestade, com a lua a Seus pés, isto é, o mundo.
O mundo inteiro é significado pela lua, que Ela tem aos pés,
e como adversário a serpente, que nos representa a nós.
Como nós suplicamos a Deus! Como nós imploramos a Majestade
Divina, que afastasse aquela visão! Até Lhe suplicámos que
nos precipitasse imediatamente ao inferno, a fim de que nos
pudéssemos afundar nas esferas infernais, de tal modo nos
era difícil suportar o seu olhar! Mas Ele não nos deixou
partir. Tivemos ainda de suportar uns momentos aquele olhar
terrível (solta gemidos cheios de desespero).
E - Fala em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Não podeis imaginar o tempo que passamos em deliberações
para descobrir a melhor forma de enfraquecer ou molestar,
nem que fosse só um pouco, aquela criatura! (aponta para
cima). Mas nada conseguimos. Ela vencia-nos em toda a
parte. Era soberana em toda a parte. Durante anos,
durante séculos, deliberamos, para vencer o que podíamos, o
que poderíamos fazer, quando Ela lá estivesse. E quando isso
aconteceu, nós nem sequer A reconhecemos imediatamente...
E - Não A reconheceram imediatamente?
B - ...Imediatamente, não. Sentimos que devia ser Ela.
Sentimos que devia tratar-se duma criatura extraordinária,
incrivelmente virtuosa, sobre quem não tínhamos
qualquer poder. O porque, não o compreendemos logo
(rosna e geme violentamente)... nem compreendemos quem se
escondia lá atrás. Eu, Belzebú e Lúcifer, convocamos todo o
Conselho.* Quando tivemos a certeza absoluta de que era Ela,
deliberamos longamente, dia e noite, a ver o que poderíamos
fazer para A prejudicar. Até convocamos os melhores mágicos.
Ordenamos-lhes que A (aponta para cima) molestassem, no seu
corpo e na sua alma, para que a sua força enfraquecesse,
a sua oração não nos fosse tão desastrosa, e para que
deixasse de exercer um poder tão grande. Nós já
víamos que seria Ela quem teria, mais tarde, a Igreja nas
mãos. O próprio Pedro caía a seus pés, quando era preciso
(resmunga). Ela tem um poder imenso, porque Ela é a
criatura mais perfeita e a mais amada por Deus. Foi um ser
duma perfeição incrível. Depois de Deus, está milhares e
milhares de vezes acima das criaturas. Mesmo o seu
esposo, S. José, que estava milhares e
milhares de vezes acima dos outros homens, era-lhe ainda
imensamente inferior.
Então prosseguimos nas nossas deliberações, e os feiticeiros
concordaram fazer tudo, para a molestar. Tudo tentaram, mas
Ela perseverava na oração e continuava imperturbável.
Apercebia-se certamente do que fazíamos, mas nada
conseguimos. Não conseguimos molestar esta terrível
criatura, pois Ela não estava submetida no pecado original
como o resto da humanidade.
Nem mágicos, nem feiticeiros, nem ninguém lhe poderia fazer
mal. Nós, demônios e os feiticeiros, só podemos molestar as
criaturas humanas, e dum modo especial, os possessos. Mas
sobre Ela, os mágicos infernais não tinham qualquer
influência. Acometeu-nos então uma fúria infernal, um furor
louco de que só o inferno é capaz, quando verificamos que
todos eles nada podiam contra esta criatura incompreensível,
predestinada por Deus. Então precipitamo-nos sobre mágicos e
feiticeiros e neles descarregamos todo o nosso furor.
Receberam o dobro do mal que Lhe (aponta para cima) deviam
ter feito (geme).
E - Continua Belzebú, em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, em nome da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens
de falar agora. Diz a verdade!
B - É para mim um tormento horrível que tenha de ser eu a
falar destas coisas. Precisamente eu!
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade! Tu não tens o
direito de mentir!
B - Deixa-me em paz. A mulher (refere-se à possessa) tem
quase um ataque cardíaco; deixa-me em paz!
E - É a Santíssima Virgem que te ordena...
B - Nós não queremos falar mais, não!
E - Tens de falar! Fala!
B - Não, deixa-me em paz! (rosna). E - Tens que falar agora,
em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Não se pode descrever a fúria do inferno quando se viu
que todas as nossas tentativas tinham sido vãs. Como nada
tínhamos conseguido, voltamos a refletir na maneira de A
molestar, mas Ela destruiu os nossos intentos
perversos e tudo o mais. Ela é mais poderosa
do que nós. É que Ela era uma criatura escolhida por Deus,
escolhida dum modo especial. Enquanto a Terra
subsistir até ao fim do mundo, nunca se encontrará ninguém
que se assemelhe, e desde o começo do mundo até a eternidade
jamais haverá alguém que se lhe possa igualar. E Ele, lá em
cima (indica os Céus), não podia ter imaginado nada mais
atroz, não podia lembrar-se de nada mais vergonhoso, do que
obrigar-nos a subir a essa Esfera para nos apresentar esta
criatura. Isso foi para nós uma terrível derrota
(fala em tom lamuriento).
Teríamos preferido ficar no fundo do inferno, no meio do
fogo mais cruel, a ser obrigados a contemplar essa... Nós
não podemos dizer o que queremos, mas se isso fosse
possível, gostaria de usar expressões bem mais injuriosas.
Ela não o permite.
E - Diz a verdade! Tens de falar em nome da Santíssima
Virgem, em nome da Santíssima Trindade!
B - Sermos forçados a contemplar esta criatura,
revestida da maior Santidade com coroa e cetro, eleita pelo
Altíssimo (lança gritos medonhos), foi ultraje para
nós. Tenho ainda essa visão diante dos olhos. E essa visão
de então, enlouquece-nos ainda (grita).
É como se tudo tivesse sucedido hoje, e o mesmo se passa com
os outros. Ainda agora isso nos faz saltar de raiva. Quando
pudemos, foi mais uma autorização que uma ordem, voltar ao
inferno, lançamo-nos em fúria uns contra os outros. Podeis
imaginar como nos maltratamos... pois era-nos insuportável
ter de nos ver uns aos outros. É horrível sentirmo-nos
dominados por uma criatura assim, por uma mulher! É
horrível! É uma loucura!
Relacionado com esta ocasião, devo acrescentar mais uma
coisa... (uiva e grita dum modo horrível). Quando Ela foi
chamada a colaborar na formação da Igreja, fundada por Seu
Filho, mergulhava de tal modo na oração que o
Todo-Poderoso teria vontade de segurá-la nas Suas mãos, tal
era o Seu deleite.
* Palavra que utiliza a grande vidente espanhola Madre
Agreda. Foi durante um 2º Conselho diabólico, depois da
morte de Jesus, que se estabeleceu o novo plano de domínio
do mundo. O demônio fala aqui no primeiro Conselho,
realizado depois de verificarem a identidade de Maria e de
suspeitarem da Sua Missão.
A REDAÇÃO DOS EVANGELHOS
Um dia chegou o Apóstolo Barnabé acompanhado de um outro,
inclinaram-se diante d'Ela e chamaram-lhe a atenção para a
necessidade de escreverem os Evangelhos. Invocaram
longamente o Espírito Santo e perseveraram dias inteiros em
oração. Rezar assim, já não é vulgar nos dias de hoje, a não
ser em circunstâncias e lugares extremamente raros.
Sim, rezaram dias inteiros, assaltaram o Céu com
orações, para saber quem seria escolhido para
escrever os Evangelhos.
E então a Santíssima Virgem designou Lucas, João, Marcos
e sei lá quem mais para escrever essa “porcaria.” Como isso
nos contrariou.
Podereis imaginar tudo o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus, Marcos, Lucas e João? (rosna furioso). Pensai apenas que estes quatro foram escolhidos pela Santíssima Trindade e pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade. Nem mesmo Pedro foi encarregado de o fazer. Nem ele. Ele era a pedra, tinha a missão geral de tudo, e a Igreja fôra fundada sobre Ele. Contudo, a redação dos Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já mencionados.
Podereis imaginar tudo o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus, Marcos, Lucas e João? (rosna furioso). Pensai apenas que estes quatro foram escolhidos pela Santíssima Trindade e pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade. Nem mesmo Pedro foi encarregado de o fazer. Nem ele. Ele era a pedra, tinha a missão geral de tudo, e a Igreja fôra fundada sobre Ele. Contudo, a redação dos Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já mencionados.
E - Diz a verdade em nome (...)!
B - Então o Espírito Santo desceu sobre eles, sob a
forma de uma pomba, e foi assim que os quatro tinham sido
escolhidos. Todos viram. Mas agora não quero
continuar a falar.
E - Tens que falar, em nome do Pai (...), em nome da
Imaculada Conceição, tens de falar agora; continua Belzebú!
B - Quando Barnabé e ainda um outro foram visitar a
Santíssima Virgem, Ela disse-lhes: “Deveis contar em
especial a vida de Cristo, compreendeis? É Ele que deve ser
glorificado, é Ele que deve estar sempre no primeiro plano.
Deixai que eu me apague. Quanto a mim, relatareis apenas a
Incarnação e o Nascimento de Cristo, o que é indispensável.
Deixareis de lado o resto.” Embora eles estivessem
ao corrente e tivessem visto coisas extraordinárias e
elevadas não puderam escrevê-las. Isso foi para eles um
sacrifício. Mas Ela queria apagar-se por humildade,
para que o Filho de Deus, o seu Jesus Cristo, sobre o qual a
Igreja fôra fundada, ficasse no primeiro plano.
Mas Ela, a Mãe de Deus, é o grande sinal de Deus e, em certa
medida, simboliza também a Igreja.
Ele, Jesus, ama a Igreja como uma Esposa.
Então, para os dois Apóstolos não ficarem tristes,
disse-lhes que Cristo mais tarde haveria ainda de falar d'Ela,
através da humanidade ou através não sei de quem (lança
gritos horríveis).
E - Maria de Agreda.
B - (Virando-se para o Sacerdote): Adivinhaste: Maria de
Jesus, de Agreda. Disso não sabemos mais do que vós. Sim,
nós amaldiçoamos esses livros, nós tememo-los. E ser ainda
obrigado a confessá-lo... * (rosna e grita ansioso).
* O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi escrito
em 1665.
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná. ou Editora Correio da Rainha da Paz | Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403 - www.rainhadapaz.net
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná. ou Editora Correio da Rainha da Paz | Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403 - www.rainhadapaz.net
O COMEÇO DA IGREJA
E - Continua a dizer a verdade e só a verdade em (...)!
B - No maldito começo da Igreja fui deixado de lado. A
Santíssima Virgem e os Apóstolos foram os instrumentos.
O papel desempenhado por Ela (aponta para
cima) foi decisivo; foi-o dum modo extraordinário.
Nós nada pudemos fazer. Muitas vezes mergulhava na
oração, dia e noite, pelos Apóstolos, para que eles fizessem
as coisas como deviam ser feitas. Para que nós não
os vencêssemos, Ela rezou muitas vezes dia e noite. E
freqüentemente ficava dia e noite de joelhos, sem comer
(resmunga desesperado). É por isso que Ela agora goza
de um poder tão grande. Isto são verdades sublimes
que nós somos obrigados a revelar-vos. Nós bem gostaríamos
que este livro saísse sem esta parte (gane como um cão).
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós não queremos dizer estas coisas, não queremos... e
também não queremos continuar a falar. Eu, belzebú, não
quero continuar a falar.
E - Tu, Belzebú, tens de continuar a falar em nome da
Santíssima Trindade, em nome da Imaculada Conceição (...)!
B - Então Ela disse que queria ficar em segundo plano.
Queria-o unicamente por humildade. Em parte alguma queria
aparecer em lugar de destaque, embora fosse uma criatura
poderosa. Nós próprios o temos de reconhecer. Ela
estava e está a uma enorme distância, acima de nós, a uma
grande distância dos vossos Anjos.
E quando eu digo, distância, não me refiro a uma distância
em léguas, mas a uma que se perde no infinito. Isto
significa “tão longe”, que há uma distância gigantesca entre
os Anjos e Ela (geme).
É uma criatura terrivelmente majestosa, mas quis permanecer
escondida.
Procedeu assim para mostrar aos homens que também eles
deviam permanecer ignorados, como também deviam ser
humildes. Mas os homens não procedem assim. Nada fazem em
relação ao que Ela realizou e ao que foi realizado graças a
Ela...
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Embora os homens não possam nada, não sejam nada, gostam
que falem deles, enquanto esta Criatura, infinitamente
predestinada, não queria que falassem dEla. Portanto,
apagou-se. E isso foi para nós muitíssimo vantajoso. Pois
começaram a aparecer seitas (ri maldoso) que não
reconheceram esta Criatura. Se Ela tivesse dito abertamente
quem era, se os Apóstolos tivessem relatado os
milagres extraordinários obtidos por sua intercessão
e se tudo isso figurasse nos Evangelhos, essas seitas não
teriam crescido como a erva (solta gemidos).
Apareceram então milhares de seitas, seitas que combatem
ferozmente a Santíssima Virgem, seitas que combatem os
católicos, unicamente porque estes reconhecem esta Criatura
predestinada.
Elas combatem esta Mulher porque crêem que esta maneira de
proceder (dos católicos) põe Cristo em segundo plano.
No entanto, Ela só serviu a Cristo. Só O quis glorificar.
Tudo o que fez, foi por Ele e pela Sua Igreja.
Ela manteve-se sempre no escondimento e isso foi para nós
uma grande vitória. No entanto, procedendo assim,
ensinou a humildade, e isso constituiu para nós uma grande
derrota. Mas isto só é conhecido dos católicos.
Por amor de seu Filho, Ela quis ficar esquecida para que
Ele reinasse e tivesse um papel primordial.
Mesmo no que respeita aos seus sofrimentos, só aceitou um
papel de segundo plano, o que era indispensável. Os
Apóstolos, no entanto, estavam constantemente a ver como Ela
se humilhava, como tudo previa extraordinariamente, quanto
sofria, o que era obrigada a suportar e a padecer.
Ela é muito pouco engrandecida nos Evangelhos. Se ao menos,
não tivesse sido tão humilde! Mas coube-nos ainda esta
vantagem, que deu origem às seitas. Mas também isso foi
permitido por Deus.
E - Em nome do Pai... da Imaculada Conceição, da Rosa
Mística, tens de falar agora belzebú, tens de dizer toda a
verdade!
B - A partir desse momento apareceram as seitas. Os seus
adeptos pensavam que Maria desempenhara apenas um papel
marginal, que fôra escolhida apenas para receptáculo d'Esse
que está lá em cima (aponta para cima), e que poderia agora
desaparecer como uma velha...; não me deixaram utilizar a
expressão.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Nós somos delicados. Nós não usamos palavras “muito
grosseiras.” Apenas os condenados humanos as dizem. Nós
somos mais delicados que esses. Devo acrescentar outra coisa
que me ocorreu agora. Quando Judas foi obrigado a falar, no
dia 31 de Outubro, não foi Judas que riu pela boca desta
mulher (a possessa). É que Judas nunca ri. Como nós já uma
vez dissemos, Judas está no canto mais sombrio. Ele é o
desespero personificado. Quando Judas foi obrigado a falar,
não foi ele que riu, pela boca dessa mulher, foram os
condenados humanos que riram da malvadez (grita). É preciso
que nunca esqueçais isto: Judas nunca ri. Nós tínhamos que
dizer isto. Esta observação refere-se às revelações de
Judas, em 31 de Outubro.
E - E agora tens mais alguma coisa a acrescentar? Continua,
sob as ordens da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade
(...)!
B - Sim, esta charlatã... E agora chego ao ponto de questão,
mas não quero dizer, não quero dizê-lo.
ANA CATARINA EMMERICH
E MADRE AGREDA
E - Fala Belzebú, em nome da Santíssima Trindade!
B - A propósito do começo da Igreja devo acrescentar
que embora os Evangelhos pouco contenham sobre a Santíssima
Virgem, mais tarde, inspirados pelo Céu, em visões e
revelações, grandes Santos lançaram muita luz sobre a vida e
obra d'Essa que está lá em cima (aponta para cima).
Um dos maiores é a Catarina Emmerich, que nem sequer ainda
foi canonizada (ri maldoso). Ela não foi só uma das almas
mais sofredoras, mais humildes, mais missionárias, como é
também uma das maiores Santas do Céu. A outra é Maria de
Jesus Agreda. Viveu em Agreda. Era Abadessa. Já os seus pais
se tinham retirado para um convento (rosna)... tinham
prometido consagrar-se à vida religiosa.
Eles é que obtiveram a sua filha, a sua predileta, a graça
de ter essas malditas visões.
E - Fala agora, em nome (...), fala agora sobre o ponto
essencial a que te referiste!
B - Como os Evangelhos contêm muito pouco sobre a
Santíssima Virgem, é seu desejo que nos confusos tempos que
correm, que do alto dos púlpitos se recomende a leitura dos
livros de Maria de Jesus Agreda. Eles não deviam
faltar em nenhuma família católica. Todos deviam possuir
esses volumes (grita desesperado).
E - Continua a falar em nome da Santíssima Trindade, em nome
da Imaculada Conceição, sob cujas ordens tens de falar!
B - Ela quer que os Sacerdotes digam que estes livros não
devem faltar em nenhuma família católica, que deveriam mesmo
recomendá-los aos protestantes. Quando os leitores
verificarem toda a riqueza destes livros, não tardarão a
compreender que Ela...
E - Continua em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Ela é uma Criatura eleita e predestinada, uma
criatura duma grandeza imensa jamais atingida por qualquer
mortal. Os Sacerdotes devem fazer compreender aos fiéis que
é necessário divulgar estes livros, tão instrutivos, pelo
mundo inteiro e, sobretudo, lê-los. Aí podereis
compreender a nossa derrota em toda a sua extensão e
amplitude, tal como a grandeza e dignidade desta criatura,
que nos esmaga a cabeça (range os dentes).
Ela quer (lança gritos horríveis)... não quero falar, não
quero falar (chora)... É que não posso auxiliar Aquela que
está lá em cima (aponta para cima), mas sim quem o “velho”,
(lúcifer) quer. Não quero falar.
E - Mas tu tens de falar em nome (...), em nome da Imaculada
Conceição, em nome da Anunciação da Santíssima Virgem, em
nome de S. Miguel Arcanjo, tens de falar!
B - Isto está fora do nosso campo de ação, não é nada
conosco! Nós temos a missão de seduzir os homens. Não
queremos conduzi-los ao bom caminho. Por estes livros
os homens seriam levados a trilhar caminhos melhores
(grita).
E - Continua! Tens de falar em nome da Imaculada Conceição,
em nome de Nossa Senhora do Monte Carmelo! Tu não podes
mentir! Continua!
B - Nestes livros aprendereis como a Santíssima Virgem
viveu e morreu. Para conhecer os planos eternos de Deus,
tanto quanto esses planos podem ser conhecidos pelos homens,
é lá que se encontram as fontes seguras e dignas de fé.
Aí, os fiéis verão o fundamento de todas as coisas.
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Reconheceriam n'Ela (aponta para cima) uma criatura
universal, acabariam por render-se perante tanta
humildade e dignidade. Até nós A tememos, nós
próprios temos que capitular perante tais atributos.
Quanto mais vós, criaturas humanas, que não passais todos de
poços de imundicie! Não valeis um pataco! Nós somos muito
superiores... quando mais Ela (aponta para cima).
E - Em nome (...) continua!
B - Se vós pudésseis contemplar ao menos um décimo da sua
dignidade, preci-pitar-vos-íeis imediatamente no pó e é bem
contra a minha vontade que eu digo isto! Nós vimos, fomos
obrigados a vê-la, fomos obrigados. Não desejamos que A
venhais a ver, pois nós queremos que vos precipiteis bem cá
para baixo e não para cima. Também as pessoas instruídas, os
acadêmicos, deveriam ser informados sobre esta Maria de
Jesus Agreda, antes de se juntarem aos Sacerdotes para
combater os “tradicionalistas.
E - Continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Mesmo os “tradicionalistas” estão muito longe,
imensamente longe de conceber uma tal dignidade, a não ser
dum modo aproximado, mesmo que leiam estes livros. Mas devem
ser lidos por vós, em nome de Deus. Vós não podeis passar
sem o fazer, nem mesmo os leigos. E vós padres, deveis
anunciá-lo a todas as criaturas. Tenho que repeti-lo. É
preciso proclamá-lo do alto dos púlpitos. Essa, que
está lá em cima, quer que estes livros sejam conhecidos nos
quatro cantos do mundo.
Falarei em seguida da Segunda. Catarina Emmerich, alma
expiadora. Tinha de estar sempre deitada de
costas, tais eram as suas dores e sofrimentos. Não
teve nada a dizer durante a sua vida, mas, quando morreu
todo o Dülmen estava em chamas. Quando de todos os lados
acorreram com os carros dos bombeiros deveriam ter visto
naquilo um sinal do Céu... mas os homens são estúpidos. Que
sabem os homens? Nada compreendem... são estúpidos como
cepos.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - Um cepo é ainda mais inteligente. Aqui e acolá, pode
apresentar ainda uma folhinha verde, mas os homens, esses,
só tem lixo e palha.
E - Continua, diz a verdade em nome da Imaculada Conceição,
em nome da Bem Aventurada Virgem Maria e de S. Miguel
Arcanjo!
B - Esta Catarina Emmerich teve de falar para a Igreja, fez
vaticínios sobre a Igreja e sofreu e rezou muito por ela. Já
em pequenina, a sua capacidade de sofrimento era enorme. Nós
tínhamos-lhe um ódio terrível. Tão pequenina e já fazia Via
Sacra, e imitava à letra a humildade d'Aquela que está lá em
cima... Ah!... e a cruz, cruz também, tal como Aquela, que
está lá em cima.
Foi uma grande Santa.
Nós receávamo-la muito e, por isso mesmo, queríamos
destruí-la, mas não o conseguimos. Ela safava-se
sempre, embora tivesse sofrido doenças mortais, que oferecia
sempre pelos outros, para que eles pudessem obter ainda a
graça de se converterem. Só morreu quando Aqueles lá
em cima (aponta para cima) verdadeiramente o quiseram, pois
foram Eles que acolheram a sua alma venerável, a sua alma
santa... porque ela era uma Santa... no Céu. Há no Céu
muitos santos, quero dizer muitos Santos canonizados por
Roma, que são menos santos e menores que ela. Ah! Como é
horrível ser obrigado a confessá-lo!
E - Sim, continua a dizer a verdade, em nome (...)!
B - Se ela for canonizada, pensamos nós, então os seus
livros serão conhecidos. Enquanto não o for, os seus livros
não serão tão bem aceitos. É por isso que os Bispos não
querem ouvir falar deles. Talvez um ou outro já os tenha
lido, mas isso são fatos isolados, sem conseqüências.
Devo ainda acrescentar que ela é uma Santa poderosa no Céu
(chora). Há muito que os seus livros deviam ter sido
difundidos pelo mundo inteiro. É preciso que vós também o
proclameis do alto dos púlpitos. E agora não digo mais nada,
mais nada (gane como um cão).
E - Fala em nome da Imaculada Conceição, da Bem-Aventura
Virgem Maria, em nome de S. Miguel Arcanjo!
B - Dos seus livros, é sobretudo o volume Vida e Morte da
Venerável Catarina Emmerich que deve ser difundido.
Deveríamos atar esses livros às costas das crianças para que
aprendessem a caminhar com a cruz que o Senhor pôs no seu
caminho.
Esta pequenina Santa já ia, aos quatro anos, fazer a Via
Sacra, mesmo à noite, ficando com os pés feridos,
ensangüentados, tudo para a glória do Seu Rei Crucificado.
De manhã a mãe tinha de lhos ligar, e nem sequer sabia de
onde ela vinha, pois a pequena nada dizia (uiva)
Catarina foi uma grande alma sofredora. No seu quarto, o
frio era glacial. É que ela era muito pobre e mesmo quando
os seus lençóis estavam lisos com o frio e, no meio deles,
ardia com febre, nunca pedira para lhos mudarem. Ela
queria viver a sua Paixão e oferecê-la humildemente. Onde é
que se vêem, hoje em dia, almas assim? Religiosas
compadecidas substituíam-lhe os lençóis. Catarina não o
teria exigido e acabaria por morrer de frio ou ficaria
entorpecida. Ela tudo suportava pelo seu Senhor Crucificado.
É inimaginável o que ela fazia por Ele.
Ela é uma poderosa Santa que nós sempre tememos. Sentimos
repugnância por estas pessoas, que renunciam a si
mesmas, seguem voluntariamente o caminho da cruz e tudo
oferecem pelos outros. Há grandes santos que
fazem muitos milagres, que são considerados grandes aos
olhos do Senhor, que têm o dom de ler nas consciências, como
ela aliás também tinha, mas como ia dizendo, embora
esses possam ser mais conhecidos, embora a eles acorram
milhares de pessoas, embora sejam grandes santos, não se lhe
podem comparar e não se lhe comparam. Era uma alma
sofredora, humilde, apaixonada por Deus. Deus amou-a
e glorificou-a dum modo muito especial e é por isso que Ele
quer que seja canonizada
E - Continua a falar, em nome (...)!
B - Já há muito e não só agora, que ela o deveria ter sido.
Deve-se falar às pessoas dos seus livros e das suas
numerosas visões e revelações. É preciso que o façais por
amor à dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela
desejava-o e o próprio Jesus o deseja também. Dos
seus textos, devereis citar em primeiro lugar A
Dolorosa Paixão de Jesus Nosso Senhor. Este livro
também não devia faltar em nenhuma família, sobretudo numa
família que se preze de ser católica (geme). Mas chega de
conversa por agora!
E - Tens de continuar! Em nome do Pai (...) em nome da
Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria, de S.
Miguel Arcanjo, de todos os Santos Anjos, tens de falar
Belzebú!
B - Jesus Cristo e a Santíssima Virgem concederam a estas
duas grandes Santas visões e revelações para que
chegassem ao conhecimento dos fiéis. Estes devem
recebê-las nos seus corações, seguirem-nas e
transmitirem-nas aos outros. Não se trata de uma anedota,
mas de algo muito sério, muito grande, que já foi
profetizado pela Santíssima Virgem, quando disse outrora aos
Apóstolos: “Deus proverá, o Céu proverá, para que o meu
nome, no devido tempo... (gane como um cão).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - ...venha a ser glorificado e conhecido e que tudo o que
deve ser revelado a meu respeito, o seja na devida altura.”
Agora já é a altura. Estamos agora em pleno
Apocalipse. E Ela é o Grande Sinal. É por isso que
as pessoas devem ler estes livros, porque em Emmerich, mas
mais especialmente em Maria de Jesus, se fala do
Apocalipse, do Grande Sinal, da Santíssima Virgem.
E - Continua a dizer a verdade, diz o que tens a dizer da
parte da Santíssima Virgem, da Imaculada Conceição, de S.
Miguel Arcanjo e de todos os Santos Anjos e Arcanjos!
B - Se as pessoas lessem estes livros (solta sons como
gemidos) compre-enderiam facilmente que a hora chegou.
Compreenderiam melhor o Apocalipse e o que está escrito na
Bíblia. Vós não passais de grandes burros! Os homens
são imensamente estúpidos, deixam que tesouros tão valiosos
se percam, lhes escapem, se enferrugem (ri maldoso).
E - Diz a verdade, em nome (...)!
B - Permitem que estes preciosos tesouros de valor infinito
apodreçam e fiquem escondidos. E o que devia ficar escondido
é difundido (ri torcista). Como, por exemplo, Bíblias que de
Bíblias nada têm, vidas de Santos que de religioso nada têm
também. Esse gênero de livros é mais dirigido de baixo do
que do alto (arreganha os dentes, malicioso). Não passam de
palavreado ôco. Até um burro ou um cavalo é mais
inteligente; duma maneira ou de outra, eles sentem o que o
seu dono quer. Mas aqui (no mundo) não é assim. Só quando já
é demasiado tarde é que se apercebem que deveriam ter
procedido dum modo diferente.
Ah! Para nós, estes escritos de Ana Catarina Emmerich e
Maria Agreda, são livros malditos, que desde há muito
tememos e sempre temeremos. Nós, lá em baixo, há muito
tempo, nem sei bem há quanto, deliberámos para ver o que
poderíamos fazer contra eles... e os homens nem sequer os
lêem (ri sarcástico). Mesmo aqueles que se dizem bons
católicos, não os têm em casa! (as suas gargalhadas
transformam-se em gemidos).
E - Diz a verdade em nome (...), da Imaculada Conceição, da
Bem-Aventurada Virgem Maria, de S. Miguel Arcanjo, S. José,
de todos os Coros dos Espíritos Bem Aventurados!
B - Deveis informar as pessoas. Todos os Padres, os
“tradicionalistas” e mesmo os modernistas, deviam proclamar
do altar que é necessário difundir estes livros por toda a
parte e o mais rapidamente possível, para que sejam lidos.
Se isso acontecer e se o seu conteúdo fosse posto em
prática, ainda que aproximadamente, muitas almas se haveriam
de salvar (geme horrivelmente).
E - Continua, em nome da Santíssima Trindade!
B - Catarina Emmerich teve visões sobre a Dolorosa
Paixão de Jesus para que ela fosse conhecida dum modo mais
direto e mais profundo, pois os Evangelhos não
relatam senão fragmentos. Embora os Apóstolos tivessem
conhecido mais pormenores, resumiram-na muito. Nas visões
desta grande Santa há partes sintetizadas e resumidas que
são horrivelmente extensas para nós. Aprende-se, por
exemplo, a maneira de conseguir um arrependimento perfeito,
que desempenha um papel primordial na confissão.
Aprende-se a não ofender tanto o Senhor, que tanto sofreu.
Os seus padecimentos são descritos duma maneira mais
profunda do que em qualquer outro livro (rosna). Estes
livros deveriam figurar em todas as livrarias, sobretudo nas
católicas, que os deveriam possuir em quantidade, e não
apenas um exemplar.
E - Belzebú, diz qualquer coisa sobre os sofrimento secretos
de Cristo na Quinta-feira Santa, em nome (...)!
B - Não nos agrada falar desse assunto, mas porque se está
na Quaresma, Ela deseja que ao menos algumas frases...
A
PAIXÃO DE CRISTO
E - Então fala dos sofrimentos secretos de Cristo, como tu
os viste, em nome (...)!
B - Nós nos olhamos muito, não queríamos ver nada daquilo.
Rodopiávamos à sua volta como setas e ferimo-nos uns aos
outros, cheios de cólera e raiva (grita). Naturalmente,
sabíamos o que se passava. É claro que sabemos mais do que
se poderá pensar. Mas a essa, a esta Emmerich, foi tudo
mostrado dum modo positivo. Ela viu, por exemplo, que
no Jardim das Oliveiras, Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu
muito mais horrivelmente do que se poderia imaginar.
Mesmo durante a sua vida, várias vezes suou sangue de
angústia.
Nós, demônios, perseguimo-Lo horrivelmente no Jardim
das Oliveiras. Ele viu como nós, numa multidão
medonha, nos precipitávamos sobre Ele.
Tínhamos as formas dos pecados, que os homens deveriam
cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela
visão desse horror, o Filho de Deus perdesse a coragem de
suportar esta Paixão. Ele viu um horror imundo
que lhe fez sair pelos poros um suor de sangue.
Nestes momentos de obscuridade e horror abomináveis, Ele
pensava que a sua Paixão, que era apenas dum homem - Ele era
Deus, mas nessa altura não se sentia mais que um homem - não
chegaria para apagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se
retirar, tremia sob a violência do sofrimento. Foi então que
apareceu um Anjo com o Cálice para o fortificar. Na
realidade, esse Cálice não era senão a aceitação daquele
sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava apenas que
aceitava a Paixão
(geme) e que estava disposto a beber todo o cálice até
o fim (geme). Graças a isso, vós, poços de
imundície, vereis um dia o Céu, a que nós jamais teremos
acesso (furioso).
Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a
flagelação o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos.
Quando foi crucificado já não tinha sequer metade dos seus
cabelos. Tinham-Lhos arrancado quase todos, o que
aliás foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e
pés de viajante. À força de tanto andar a pé, tinha a pele
dura e calosa. Ao contrário, as mãos eram muito finas,
demasiado finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós
tivéssemos podido provar só um pouco do seu Sangue
derramado, só uma gota, então também nós o haveríamos de
adorar por toda a eternidade.
Porém, Ele não no-lo permitiu. Para nós, já era demasiado
tarde (rosna). Depois, na cruz, quando foi suspendido, tudo
ofereceu por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens,
atiçou ainda mais o furor do inferno. Quando estava suspenso
na cruz, era como um verme, como já disse Akabor: já
não era homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo por
vós? Por nós não o teria feito (solta gemidos que comovem).
Um verme e não um homem, esmagado por todos (chora)!
Era como se Ele tivesse tomado sobre Si o peso dos pecados
de toda a humanidade; parecera-Lhe ser o maior dos
criminosos. Parecia-Lhe que fôra abandonado e repudiado por
Deus Pai, de tal modo os seus verdugos O tinham golpeado,
picado, flagelado e, por fim, deixado a esvair-se em sangue
(resmunga) E tudo isto Ele fez por vós! Porque é que nós não
o conseguimos evitar? (chora)
Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não deveríeis
reparar uns pelos outros para evitar que tantas almas fossem
para o inferno? Ele, que era Deus e não tinha pecados,
realizou algo extraordinário, algo que jamais será realizado
por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas tão atrozes,
então vós deveríeis passar por toda a vida sob o machado do
carrasco. E isso não seria muito, não seria nada que não
tivésseis merecido.
Mas os homens não compreendem isto. Só pensam em levar uma
vida de gozo, apesar do seu Mestre ter marchado à sua
frente, com a Cruz e o bom exemplo, e ter suportado
tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos infernais.
Mas durante pouco tempo. Nós próprios, no nosso ódio,
admiramo-LO por ter feito tudo isto por vós! Jamais nos
passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal coisa por
um lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas nunca
imaginávamos que fosse uma dádiva tão imensa.
Com tudo isto, quero ainda dizer que é preciso
insistir na necessidade, durante a Quaresma, de fazer
penitência em união com Cristo Jesus.
Durante quarenta dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e também Ele sentiu a dureza da fome...
Durante quarenta dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e também Ele sentiu a dureza da fome...
A CRUZ E O SANTO SACRIFÍCIO
DA MISSA ABREM O
CÉU
B - Durante quarenta dias preparou-se para a Sua Vida
pública e também para o Seu grande Sacrifício. Ele sabia que
se tratava dum sacrifício tão vasto como o mundo, duma
eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer ao
Todo-Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a fim de que
vós pudésseis chegar à visão eterna de Deus.
Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis apenas o Paraíso,
caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens para o
inferno, porque não teriam acesso às graças que obtém o
Santo Sacrifício da Missa. São incalculáveis as graças
decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz, por cuja
oferta, o Sangue de Cristo corre de novo.
Nós, lá em baixo (aponta para baixo), odiamos este
Sacrifício da Missa, que é celebrado todos os
dias em muitas Igrejas.
Em muitas casas de Deus, nem sempre é convenientemente
celebrado. Antigamente, era horrível para nós, quando se
celebrava o tradicional Sacrifício da Missa. Efetivamente, é
a renovação do Sacrifício de Cristo na Cruz que apaga os
pecados e que obtém graças extraordinárias para a salvação
das almas, que, sem isso, se perderiam aos milhares e viriam
para o inferno.
Devo ainda acrescentar isto (solta gemidos): não digo mais
nada, não quero dizer mais nada.
E - Em nome da Santíssima Trindade (...) diz a verdade, o
que Maria quer que digas!
B - Eu não quero dizer mais nada, não posso continuar a
falar. Se quiserdes que fale, é preciso que reciteis ainda
um pequeno exorcismo. Lúcifer está furioso. Desejaria
estrangular-me. Eu não devia ter dito estas coisas. Se
continuo a falar, quando eu chegar lá abaixo, castiga-me.
E - (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de Deus,
lúcifer não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para a
Igreja! Ele não poderá fazer-te mal!
B - Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza. É por
esse motivo que lúcifer se enfurece e diz: “Já que és tão
grande, devias saber que não deves dizer tantos disparates.
Devias ter mais cautela!” É isto que ele vai dizer (range os
dentes com violência). Ela (aponta para cima) ordenou-me que
falasse, porque eu estava presente na queda dos Anjos. Eu
era o segundo em dignidade e é por isso que Ela me força a
falar desta “porcaria.” Ela continua a ter poder sobre
nós, os lá de baixo (resmunga com violência).
OS NOMES
E - Belzebú, sob as suas ordens, tens que falar agora e
dizer só a verdade!
B - Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever estas
revelações, deveis mencionar o meu nome. E deveis proceder
do mesmo modo relativamente aos outros demônios. Deveis
sempre assinalar quem falou. Não é em vão que dizemos quem
fala.
E - Belzebú, em nome da Santíssima Virgem tens de falar!
B - Ela permite que nós digamos os nossos nomes... quem
fala, e depois Ela quer também que se indique quem falou.
Sobretudo quando se tratar de assuntos importantes, Ela quer
que se saiba qual o demônio que escolheu, qual o que devia
falar...
E - Belzebú, tens que falar agora, em nome (...)!
B - Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser mencionado.
A ESTUPIDEZ HUMANA
B - No dia 12 de Janeiro, Veroba referiu-se ao Aviso e ao
Castigo. Disse que se devia mencionar no livro. Também
explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e ainda o
fato da oração ser paradoxal.
Vós, homens, não valeis nada (ri maldoso), vós nada sois e
nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos repetir sete vezes
a mesma coisa. Que é que tendes na cabeça, miolos de mosca
ou um crivo?
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta para
cima), todos os vossos ossos se soltariam. É Ele quem
carrega permanentemente com a vossa carcaça. Sem Ele
não passaríeis de esfregões e de farrapos. É por isso que
nós, lá em baixo, não podemos compreender que professores,
doutores e tantos outros, tenham uma presunção tão grande.
Porque serão assim tão vaidosos, quando não passam de
porcaria que há-de ser corroída por vermes?*
E - Belzebú, continua, em nome e sob as ordens da Santíssima
Trindade (...)
B - A propósito desta presunção, Ela quer que se acrescente
isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens se exaltem
tanto; eles são uma abominação diante de Deus. Ela acha tudo
isso disparatado, pois Ela procedeu sempre com
perfeita humildade. Ela teria tido razões para
cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido
motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso, não
foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o que
está nas Escrituras, pois Jesus disse: “Quem se
humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado.”
Quer dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em
seguida horrivelmente humilhado, não só num grau
apenas, mas numa infinidade de graus. Compreendeis o que
queremos dizer?
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto, mas ficará
um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem se humilhar, por
mais alto que esteja
- nós somos sábios, sabemos bem como as coisas se passam!
(sublinha as palavras com um gesto do dedo) - receberá
segundo a parábola do banquete, em que Jesus disse: “Aquele
que se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do
banquete a ocupar o primeiro lugar...” Quero dizer,
com isto, que aqueles que se humilham não serão apenas
exaltados em outro tanto, mas ocuparão uma posição milhares
de vezes superior à que tinham, e isto por toda a
eternidade.
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal de grande
estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho que o dizer,
pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os homens tivessem
plena consciência daquilo que fazem, horrorizar-se-iam
consigo próprios
- (ri maldoso).
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma criatura, mostra
aqui a repugnância e o profundo desprezo que sente pela
natureza humana, inferior à angélica, mortal.
A VIRTUDE FUNDAMENTAL
DA HUMILDADE
B - Se Ela não se tivesse colocado sempre em último
lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto sempre soube
reconhecer o elevado grau da sua dignidade, e se Ela não
tivesse sido tão humilde, não teria hoje, nem nunca teria
tido, este poder sobre a Igreja e sobre o mundo.
Não teríeis n'Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós,
medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode obter
e que nunca teria podido obter se não vos tivesse dado o
exemplo em primeiro lugar.
Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até ao último
grau de heroísmo.
Se Ela não o tivesse feito, especialmente esta maldita
virtude da humildade, ter-nos-íamos podido aproximar dela.
E, decerto, isso teria constituído mais um êxito para nós,
demônios! (grita irritado).
E - Belzebú, continua a falar em nome da Santíssima Trindade
(...)!
B - O mesmo acontece com os homens. E isto é claro como
água: a falta de humildade abre as portas ao vício.
Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do
momento em que a sua sabedoria ou o que lhe chamais lhe sobe
à cabeça. Há muito que o homem deixou de ser sábio e
tem miolos de galinha. Mesmo quando se julga sábio e
se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu não quero
falar destas coisas. Conheço-as por experiência própria,
pois passaram-se conosco. Como nós caímos, milhares e
milhões de vezes! (uiva lastimoso).
E - Continua, belzebú, em nome (...)!
B - Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do
pecado original, do orgulho. Devíeis empregar todos os
esforços no sentido de fomentar a virtude da humildade.
Falai dos Santos que a praticaram num grau elevado. Citai,
por exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino Jesus
e tantos outros.
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se de
batatas.
Uma ocasião comeu batatas pôdres, já cheias de bolor,
durante quinze dias (rosna). Nem sequer se
queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado! Achava-a
demasiado boa para si. Não temos qualquer
poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a achar-se
indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não procedem
assim para se vangloriarem perante os outros de que são
bons, dizendo, por exemplo: “Olhai, eu não
quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso, vou
deitar-me na cama mais incomoda.”
Pelo contrário, escondem-no dos outros homens. S. João
Maria Vianney encobriu sempre que não comia como deveria
ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O mesmo se
pode dizer de Catarina Emmerich. Ela nunca quis mostrar como
se sentia mal, nem o que trazia sobre o seu corpo.
Só quando as pessoas viram e disseram: “Em que estado
horrível ela se encontrava! É preciso fazer qualquer coisa!”
É que ela deixou que a mudasse, porque era
absolutamente indispensável. Mas quis continuar a viver na
maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase
desfeito. O seu maior desejo era levar uma
existência apagada. Por isso é que as avezinhas do Céu
vinham pousar nos seus ombros.
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os Santos dum
modo geral, mas principalmente os humildes. Estes gozam duma
predileção muito especial, lá em cima. Alcançaram
rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem penosamente,
passo a passo, o duro caminho que a ele conduz. A virtude da
humildade deve ser novamente pregada. Só depois dela é que
vêm todas as outras. Depois vem a virtude da pureza, bem
adaptada à nossa época (respira com dificuldade), em seguida
a verdade, e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo
isto conduz. Também é preciso citar exemplos.
E - Lúcifer, retira-te! Tu belzebú, tens de falar da parte
da Santíssima Virgem, em nome da Santíssima Trindade (...)!
B - Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do
orgulho. Devemos dizer que a virtude da
humildade devia ser escrita com letras capitais.
Seguem-se, naturalmente, a cólera, o roubo e todos os
outros. Deve preocupar-se sempre fazer comparações,
dar exemplos vividos e verificados na vida dos Santos
(dá berros horríveis). Deixem-me!
E - Continua, Belzebú, continua em nome do Pai (...) da
Imaculada Conceição, da Bem-Aventurada Virgem Maria e Mãe de
Deus... (neste momento é interrompido por Belzebú).
B - Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso insistir
muito; deveis assinalar, com mais insistência, o efeito
devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de Quaresma,
deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade que
ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com toda a clareza,
as conseqüências do pecado que são mais horríveis do que vós
podeis imaginar. É o pecado e as suas conseqüências que
deveis retratar com a maior clareza possível. Sabei-lo
agora, mas os outros Padres devem também proceder assim,
pois isto não é apenas para vós. Se eles o não fizerem, não
cumprindo com a sua obrigação, causarão grande dano e
privar-se-ão a si e a todos os que se encontram na sua
dependência de muitas graças. Todos os fiéis sofrerão com
isso e não receberão as graças que de outro modo poderiam
receber.
A IMITAÇÃO DE CRISTO
E - Belzebú, fala por ordem da Santíssima Virgem, em nome
(...) diz a verdade!
B - A propósito destas virtudes, devo acrescentar que é
preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo,
de Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos
(gane como um cão), seja citado, difundido e lido.
Não deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido.
O melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se
por seguir e pôr em prática os seus ensinamentos.
Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição, a
completa;
na edição moderna já foram feitas algumas modificações. Com
o andar do tempo acabam por mudar tudo! Por isso, deveis
procurar arranjar os livros antigos. Se houver poucos, será
preciso reeditá-los.
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre A Imitação de
Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos que nela se
encontram, inculcá-los no coração dos fiéis. A Imitação de
Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma obra que vem
do Céu.
O Céu a quer e a recomenda, já que ela põe a Cruz de Cristo
sob os olhos de todos, concretamente, ensinando como
se deve imitar a Cruz de Cristo. Assim, o
homem aprende como Cristo sofreu e como ele próprio deverá
sofrer se quiser avançar um passo ou um decímetro atrás d'Ele.
Deve ter sempre presente que, com tudo isto, ainda
estará longe de ser um santo e que se deve julgar com
humildade. É imprescindível que insistais neste
ponto.
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões, que crêem
que são boas porque fizeram isto ou aquilo. Mas isso não
basta! Só serão verdadeiramente boas quando não se
acharem ainda boas, pensando que fizeram muito pouco e que
poderiam ter feito muito mais. Serão boas
quando se julgarem com humildade e fizerem por Cristo tudo o
que estiver nas suas mãos.
OS DEVERES DA MULHER
VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM
VISTOS PELA SANTÍSSIMA VIRGEM
B - A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu os
seus deveres caseiros, que o fez com humildade, para maior
glória de Deus e com o objetivo único de servir a Cristo e
que não convém que uma pessoa se queira enaltecer acima dos
seus serviços e deveres.
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante a vida
pública de Cristo, embora tivesse grande desejo de O
acompanhar.
Ela amava o seu Filho a tal ponto que vê-Lo partir lhe
causou uma dor e um tormento enorme. Ela
sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu próprio
corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais fortes que os
dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se sentia bem
na sua proximidade, mas apesar de tudo isso quis manter-se
ignorada e ficou em casa. A partir desse momento só O viu
raras vezes.
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para que também
as pessoas aprendessem a ser humildes.
Foi alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa?
Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura
mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que
todos os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as
maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser
Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador.
Ela é também a Rainha dos Anjos. Mas é preciso dizer a todos
que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus
trabalhos caseiros.
Não compete à mulher desempenhar funções públicas, por
exemplo, como conselheira do Governo ou Doutora de Ciências.
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro lado,
desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer trabalho,
mesmo o mais insignificante e humilde de uma dona de casa,
que serve a Deus e à sua família de todo o coração, tem mais
valor do que a mais bela e melhor conferência duma mulher
doutora, ainda que o seu discurso ressoe através de todos os
microfones e seja registrado por todos os jornais.
Uma mulher destas vale muito menos lá em cima do que uma Mãe
que leva a sua Cruz cotidiana, educa bem os seus filhos e
aceita o filho que concebeu.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a “malta dos três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras: “Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher não aceita os seus deveres caseiros e só aspira a grandezas, não pode conservar-se humilde.
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a “malta dos três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade) do que uma mulher que só pensa em fazer figura. Poderíamos citar aqui as palavras: “Quem se humilha será exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher não aceita os seus deveres caseiros e só aspira a grandezas, não pode conservar-se humilde.
Toda a mulher que se quiser elevar, será humilhada no Céu.
Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se no
bom caminho. Obtêm para as suas famílias e para os
povos muito mais graças do que outra que só pense em
brilhar.
Como resultado do orgulho surge o aborto.
A mulher já não quer ser apenas “mãe de família”, com um
papel a desempenhar: a educação dos filhos. Quer ser e
parecer algo mais. Este é um dos motivos da morte de muitas
crianças por aborto. É claro que há muitas mães que se
encontram em grande necessidade. Essas deveriam ser
auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar viver o
filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício
transformar-se-ia em fonte de bênção.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai (...)!
B - Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão e
preparassem boas refeições aos maridos, decerto não haveria
tantos divórcios, como atualmente. Se as mulheres cumprissem
melhor os seus deveres de donas de casa e proporcionassem
aos maridos um ambiente caseiro mais agradável, não haveria
tantas desavenças e separações.
Se não existissem tantos homens e mulheres em concubinato,
haveria mais cônjuges dotados de espírito de sacrifício e
menos lares desfeitos. Quando desaprendem, no tempo de
concubinato, o que é o sacrifício e não sabem o que é
renunciar como quereis que venham a constituir família?
Aos seus olhos, o casamento exige muitos sacrifícios e
privações. Sempre assim foi, é assim e há-de ser
sempre assim.
Entre os que viveram juntos durante muito tempo, poucos são
os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil para
uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar atrás e
corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar de
vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que a uma outra que
viveu normalmente, sem divagações para a esquerda ou para a
direita, para a seu belo prazer colher aqui as uvas e ali os
rabanetes.
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS
E - Em nome (...) diz a verdade! Diz o que a Santíssima
Virgem quer que digas e só a verdade!
B - Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A
Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros da
venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim como
os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de Cristo
de Thomas Kempis, têm grande valor (geme). Não quero
falar disso.
E - Em nome (...) diz a verdade!
B - É preciso que estes livros sejam difundidos. Mas também
é necessário procurar neles temas para homilias, ideais, o
que é muito importante para o confuso mundo de hoje, para os
fiéis do nosso tempo.
E - Diz a verdade Belzebú, fala em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, da Imaculada Conceição, de S. Miguel
Arcanjo!
B - Tenho que falar do imenso valor destas “desbotadas”
estampas com imagens piedosas. Já falei uma vez acerca deste
assunto.
Deveis falar dele, do alto dos púlpitos, e é também
necessário que fique registrado no livrinho. Sobretudo as
estampas que contêm promessas têm um grande valor. E vós
deveis dar a conhecer essas promessas, que foram feitas a
pessoas piedosas. Muitos não as conhecem e até ao presente
nunca as leram. A propósito da estampa com a Agonia de
Cristo, onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras
com o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes
promessas. É necessário mencionar também a imagem de Jesus
Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que estão também
ligadas promessas importantes.
Seria ótimo ter destas estampas em grandes quantidades por
toda a parte, distribuí-las e mesmo... sim, lançá-las por
todo o lado e, se isso fosse possível, colá-las às costas de
cada um. Sois tão estúpidos como cegos! Tendes à vossa
disposição essas pagelas, essas promessas,
esses privilégios e não o utilizais, pelo menos a grande
maioria das pessoas não se servem delas! Há ainda outros
folhetos deste gênero, por exemplo, o da Santa Brígida da
Suécia e do Coração de Jesus. A devoção ao
Coração de Jesus está atualmente muito reduzida. A ela estão
também ligadas grandes promessas e o mesmo se pode dizer da
devoção ao Imaculado Coração de Maria. A Verdadeira Devoção,
segundo S. Luiz Maria Grignion de Montfort, também quase
caiu no esquecimento.
Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens, que acabo
de mencionar, em particular as da Santa Face, da Agonia de
Cristo e de Jesus Misericordioso, pôr-lhe-íeis uma moldura
em ouro, tal como ao Terço!
E - Belzebú, tu citaste ainda outras. Quais?
B - A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração
Imaculado de Maria, com as suas importantes promessas, o
Terço da Misericórdia, a contemplação da amarga Agonia de
Cristo e a devoção à Santa Face estas cinco ocupam o lugar
de honra. Difundi-as por toda a parte. Ela (aponta
para cima) assim o quer. Deveis falar delas nas vossas
homilias. Estas devoções encerram grandes virtudes. Se as
pessoas conhecessem estas coisas, se soubessem perseverar na
oração, ter-se-iam convertido ou, pelo menos, não cairiam
tão baixo (geme).
O PAPA E A IGREJA
E - Belzebú, continua a falar, diz tudo o que tens a
dizer...
B - A situação atual do mundo é muito grave. O
Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se
passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão!
Como ele já pouco pode dizer, deveis ao menos dedicar-vos à
difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina Emmerich
e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de cima desejam.
* O livro
de Agreda, A Mística Cidade de Deus,
foi escrito em 1665.
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná. ou Editora Correio da Rainha da Paz | Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403 - www.rainhadapaz.net
Para adquirir os livros de Maria de Jesus Agreda - Mosteiro Portaceli - Caixa Postal, 595 - CEP:84001-970 - Ponta Grossa - Paraná. ou Editora Correio da Rainha da Paz | Rua João do Couto Satyro, 23 - 82300-540 - Curitiba/PR Telefones (41) 3272-6442 - (41) 3053-0403 - www.rainhadapaz.net
E - Que é que tens ainda a dizer, Belzebú? Fala em nome da
Santíssima Trindade!
B - Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um grande
combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem o sabe.
E - Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade, da
Santíssima Virgem Maria, do S. Miguel Arcanjo, e em nome de
todos os Santos Anjos e Arcanjos!
B - O Papa sofre horrivelmente por causa da nova
Missa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não
foi acolhido como ele desejaria, e que a nova missa...
(solta gritos horríveis).
E - Em nome da Santíssima Trindade, diz a verdade!
B - Ah! Nós não gostamos de falar do Papa. Temos mais que
fazer, temos que nos ocupar dos homens. Nós já não podemos
atacar pessoalmente o Papa (rosna desesperado).
E - Belzebú, tens de dizer a verdade, em nome da Santíssima
Trindade (...), da Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus!
Diz o que tens a dizer!
B - Nós já uma vez afirmámos que o Papa Paulo VI tinha
elaborado e queria promulgar um documento a favor da antiga
Missa. Por outras palavras: o Papa queria reintroduzir
a Missa de S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha
redigido, com todo o cuidado, um documento nesse sentido.
Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi. Alguns dos
seus subordinados entraram em deliberação para verem como
poderiam impedir o restabelecimento da antiga Missa.
Redigiram então outro documento, que imitava o primeiro duma
maneira tão perfeita, quer no formato, quer na redação, que
seria difícil uma pessoa aperceber-se, à primeira vista, de
que se tratava dum documento falso.
E - Porque é que o Espírito Santo permite estas coisas?
Belzebú diz a verdade (...)!
B - Permite-as, para que se cumpram as Escrituras.
Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos
que cada um dirá: “Cristo está aqui!” ou “Cristo está ali!”
Hoje, uns dizem “Isto é melhor” outros afirmam “aquilo é
melhor”, e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa que é bom,
que é superior, e põe-se à frente dos outros. Há mesmo
pessoas que seguem a muitos “Cristos”..., e outras que
seguem somente um... normalmente o falso (ri
maldoso).
E - Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito Santo
(...). Em nome (...)!
B - Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo,
mas se certos Cardeais e Bispos não forem melhores, não é
culpa nossa que se deixem levar pela nossa malícia.
E - Continua Belzebú, diz o que tens ainda a dizer em nome
(...)!
B - No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta
crise, mas é necessário que as coisas se passem assim, que o
mundo seja passado a crivo, segundo a profecia do próprio
Cristo. Virão brevemente tempos em que só haverá uma
esquerda e uma direita e nenhuma situação intermédia. Talvez
as coisas não se passassem assim, se não tivéssemos chegado
a esta confusão. É preciso que o mundo seja passado a crivo.
Os cristãos que ficarem serão melhores que os dos últimos
cinco séculos da Igreja.
E - Em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho do
Espírito Santo, nós te ordenamos Belzebú, que digas tudo o
que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!
B - Eu, Belzebú, devo ainda dizer que as revelações do
Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia, são
mal compreendidas pela maior parte das pessoas, porque foram
escritas numa linguagem misteriosa. Para melhor as
compreender deve consultar-se o livro de Maria Agreda. Lá se
encontra a explicação de muitas coisas relativas à
Revelação.
Estamos nos últimos tempos e é por isso que todos os fiéis
devem pegar nestes livros e seguir os seus ensinamentos.
Neles encontrarão uma melhor informação sobre todas estas
coisas.
VERDADEIRAS E FALSAS ALMAS
PRIVILEGIADAS
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade,
da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, diz o que tens a
dizer!
B - Atravessamos uma época de grande confusão e
guerras. Aquilo que os lá de cima mais lamentam é o
aparecimento, hoje em dia, de tantas almas privilegiadas
que, na realidade, não o são. Muitas destas almas
privilegiadas não o são verdadeiramente.
Devo acrescentar ainda - e faço-o contra a minha vontade -,
que muitos fiéis têm tendência a seguir, com fanatismo, os
que se dizem almas privilegiadas. Na verdade, isso é mais
fácil do que seguir a Cruz.
Relativamente às autênticas almas privilegiadas, encontramos
sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição e contradição. E
as coisas passam-se assim, porque nós, demônios,
permanecemos por detrás de tudo e não queremos o bem. Mas a
maioria dos fiéis, pelo menos grande parte deles, tem mais
tendência a seguir, não as autênticas almas privilegiadas,
mas aquelas onde há muita charlatanaria e fanatismo.
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas como
atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo fiéis
piedosos, são induzidos em erro, sobretudo quando se trata
de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um grande poder e
utilizamo-lo especialmente para tentar as almas boas.
Estamos a trabalhar afanosamente.
Muitos dos “milagres” que acontecem no seio de certas seitas
e que se passam com certas almas privilegiadas, vêm lá de
baixo
(aponta para baixo). Pretende-se que tudo acontece pelo
Espírito Santo, mas na realidade tudo é realizado por nós
(aponta para baixo), em nome do inferno. Nós
podemo-nos transformar em “Anjos de Luz.” Também é possível
curar doentes, em nosso nome, se isso servir duma maneira
vantajosa aos nossos objetivos.
É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias
pelo poder do inferno e em seu nome, do que às autênticas
almas privilegiadas obterem do Céu coisas extraordinárias e
verdadeiros milagres. A estas últimas é necessário
muita oração e virtude. Por esse motivo é que
com as almas privilegiadas autênticas se dão muito menos
milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes
também que almas privilegiadas autênticas se desviem de
Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é preciso
lembrar aquele aviso: “Examinai tudo, e guardai o que
é bom” (Tess. 5,21).
OS ÚLTIMOS TEMPOS
B - Cristo disse: Tempos virão em que vos será dito:
“Cristo está aqui”, “Ei-lo ali.” Se alguém vos disser: “Ele
está no deserto”, não o acrediteis, pois surgirão falsos
Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de
maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam
enganados. Estas palavras poderiam aplicar-se muito bem às
falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás delas como
atrás de falsos Cristos. De fato, o Anti-Cristo surgirá como
um falso Cristo, mas estas palavras podem aplicar-se também
ao que acabo de referir.
E - Belzebú, diz a verdade em nome da Santíssima Trindade
(...)!
B - Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará com
novo esplendor.
E - Em nome de (...)!
B - Escutai uma comparação tomada da figueira: quando
no tronco aparecem as folhas, sabeis que o Verão está
próximo. Assim também, quando virdes suceder estas coisas,
sabereis que está perto o Reino de Deus (Lc.21,29-31).
Agora, esse tempo está terrivelmente perto.
Ela (aponta para cima) manda dizer: “Coragem! Fazei
penitência e convertei-vos, enquanto ainda é tempo”... pois
o Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o
Dia da Justa cólera de Deus.
RESPOSTAS A ALGUMAS CRÍTICAS
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.
1. Cristo não aceitou o testemunho dos demônios e
ordenou-lhes: “Calai-vos”.
a)
O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha revelado a
Sua divindade e não necessitava do testemunho dos demônios.
O Pai testemunharia por Ele.
b)
Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que se calassem.
Depois da Sua Transfiguração no Monte Tabor disse aos
Apóstolos: “Não faleis a ninguém desta visão, enquanto
o Filho do Homem não ressuscitar dos mortos” (Mt.
17,9).
c)
A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens para a
revelação da Sua divindade. Por esse motivo é que recusou o
testemunho dos demônios. Mas permitiu também que eles
dissessem: “Nós sabemos quem és: és o Santo de Deus”
(Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta declaração,
contudo não o fez.
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos do
testemunho dos demônios.
a)
Os demônios não nos ensinam verdades de fé.
Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o que
querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade e o
erro.
b)
Não se devem fazer perguntas indiscretas. Quando isso
acontece, deve contar-se com respostas mentirosas. Isto não
se aplica só aos demônios, mas também aos videntes e às
almas privilegiadas. Infelizmente, são muitas vezes tomados
por agências de informações. Por exemplo, uma vez
perguntaram ao Santo Cura d'Ars: “O meu marido está no
Purgatório?” Ele respondeu: “Isso é que não lhe sei
dizer. Nunca lá estive.”
Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: “O homem em
questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um ato de
contrição.”
Neste caso havia um motivo especial.
Não se tratava apenas de
dar a resposta a um pergunta curiosa.
c)
A existência dos demônios é um fato. A Sagrada
Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e dos
demônios. O Papa fala da existência e da ação
dos demônios. Apesar disso, muitos não o acreditam.
Por esse motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre
Gobbi: “O Papa sofre e reza; está sob uma cruz que o
consome e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua voz
é como a semente caída no deserto. A minha Igreja
transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior.”*
Através dos possessos a existência e a ação dos demônios
tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo para
a nossa fé.
d)
As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente
reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou nestes
últimos anos do Inferno e dos demônios? O inferno e
os demônios foram praticamente considerados tabu para a
pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o caso
Kligenberg** é
que o problema voltou a ser discutido à escala mundial.
Resultado: Uma divisão dos espíritos em que uns acreditavam
e outros negavam a existência de satanás e do inferno. Daí
resultou, por outro lado, uma negação dos fatos, por outro,
uma fé renovada. Muitos, porém, foram levados a refletir
sobre o inferno e satanás, o que nunca teria acontecido se
não fosse o caso
Klingenberg.
e)
Nós não necessitaríamos nem das revelações feitas nos
lugares de Aparições, nem das revelações de Videntes ou
almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente a
Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz ao
Padre Gobbi: “As Minhas mensagens multiplicam-se tanto
mais, quanto mais a voz dos meus servos se recusa a anunciar
a verdade. Aquelas verdades tão importantes para a vossa
vida já não são proclamadas, por exemplo: os ensinamentos
sobre o Paraíso que vos espera, sobre a Cruz de Meu Filho
que vos salva, sobre o pecado que fere o Coração de Jesus e
o Meu, sobre o inferno, no qual tantas almas se precipitam
diariamente, sobre a urgência da oração e da penitência.”
f)
Se os demônios se limitassem a falar de si próprios,
tínhamos que recusar as suas revelações. Mas,
precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima
Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela obriga os
demônios a manifestar verdades necessárias à Igreja do nosso
tempo, verdades esquecidas que é preciso relembrar.
g)
Os ensinamentos da Igreja são recusados, do mesmo modo que
as mensagens da Santíssima Virgem nos lugares das Suas
Aparições e as revelações das almas privilegiadas.
Recusam-se as lágrimas, as lágrimas de sangue da Mãe do Céu.
Agora, a Santíssima Virgem tenta ainda um novo meio: as
revelações dos demônios. Mas também elas, por sua vez,
só são aceitas onde ainda brilha um mínimo de boa vontade.
h)
As revelações dos demônios não são senão um favor do Céu,
uma prova do Amor pleno de solicitude da Santíssima Virgem.
i)
A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná: “Fazei
tudo o que Ele vos disser.” Mas hoje, já não se faz
o que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas
com mais urgência: “Fazei o que Ele vos disser.”
Ela di-lo mesmo através dos demônios, para que nós sejamos
salvos e para que contribuamos para a salvação dos outros.
j)
Como, Mãe da Igreja,
assim a definiu Paulo VI no Concílio, tudo quer fazer para
salvar os Seus filhos, os resgatados por seu Filho. Teriam,
porventura, as almas menos valor para Ela do que para o
inferno, que emprega todos os esforços, que trabalha sem
cessar, para as perder?
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o demônio. Os
textos destas locuções encontram-se em “Nossa Senhora aos
Seus Sacerdotais”, Braga, 1986.
** Caso de uma rapariga que morreu durante o exorcismo
oficial.
3. Mas como é possível que os demônios falem entre si, falem
em detrimento do inferno? Eles só podem querer o mal da
Igreja!
a)
É claro que os demônios só querem fazer-nos mal. Não nos
querem dizer o que contraria o inferno. O seu objetivo
principal é denegrir a Igreja, sempre que isso for possível.
Mas já Goethe punha estas palavras na boca do demônio: “Eu
sou a força que só quer o mal, e que contudo, pratica sempre
o bem.” *
b)
O que se passa com os possessos é precisamente isto: o
poder da Santíssima Virgem exprime-se de maneira tangível,
quando força os demônios a anunciar o bem e a verdade.
c)
Os demônios não querem fazer estas revelações. Só as
fazem quando são obrigados, sob o poder e as ordens da
Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só fazem estas
revelações quando, intimados em nome da Santíssima Trindade,
da Santíssima Virgem, do Coração Imaculada de Maria ou em
nome de Jesus, são obrigados a dizer a verdade e só a
verdade. (No texto, estas exigências feitas aos
demônios foram, na sua maioria abreviadas ou omitidas, por
falta de espaço e para que a leitura não se tornasse
excessivamente monótona). Mas sem essas ordens, pode
acontecer, como aliás aconteceu ouvir o demônio exclamar:
“Estás a ser insolente.” Porquê? interrogou o exorcista .
“Dizes apenas: diz a verdade! Se falas só em teu nome, então
não somos obrigados a revelar o que quer que seja!”
d)
Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede à Igreja.
Se assim forem consideradas podem fazer muito bem.
Para muitas almas, podem significar o bem espiritual e a
salvação, para a Igreja, a renovação. Por isso mesmo
é que os possessos sofrem tão horrivelmente, sofrem até ao
limite do possível. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a
jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg, que morre depois
do exorcismo. A esse respeito, confessarão os demônios:
“Nós atormentámo-la para lá de qualquer medida, a tal
ponto que deveria ter desesperado e desistido. Nós
esperávamos que, no seu desespero caísse nas nossas mãos.
Mas não conseguimos alcançar o nosso objetivo! Ela resistiu
e nós, demônios, fomos horrivelmente injuriados por
lúcifer.” E os demônios acabaram mesmo por
confessar: “Se ela não foi imediatamente para o Céu,
decerto chegou bem alto, bem alto.”
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes “Avisos”
puderam verificar os sofrimentos monstruosos que ela desde
há anos vem agüentando. Tais sofrimentos e uma vida assim
são garantia da autenticidade desta possessão e destas
revelações. É por isso que o livro constituirá uma obra
importante, para o bem das almas e para a Igreja.
e)
O inferno agita-se e procura destruir o livro. Sem a
proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima Trindade não
se teria conseguido vencer os obstáculos e as dificuldades,
e a sua publicação jamais teria sido possível. Os próprios
demônios tiveram que reconhece-lo. Aliás, todos aqueles que
nele colaboraram, bem o sabiam, mesmo sem as revelações
demoníacas. Estas, só o vieram a confirmar mais tarde.
f)
Para os exorcismos e adjurações a partir de 10 de Junho e
até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções do
“Ritual Romanum”, segundo as quais o exorcista não se deve
deixar levar no engodo das palavras dos demônios ou pôr
perguntas sobre questões futuras ou secretas, pois não é
nisso que consiste o seu trabalho.
g)
Pelo desenrolar das “Confissões” verificou-se que a
Santíssima Virgem decerto, como um último recurso, quis
revelar pela boca dos demônios o que é útil para a Igreja e
para o bem das almas. Só neste sentido, é que foram feitas
perguntas e exigidas novas revelações, mas “somente a
verdade e o que a Santíssima Virgem quer.”
h)
Antes das revelações importantes foram exigidas certas e
determinadas orações, “para que nós (demônios) sejamos
obrigados a dizer a verdade.”
i)
Se os demônios não falassem a “linguagem do inferno”, a
possessão não seria autêntica. Os demônios voltam sempre a
exprimir o seu ponto de vista. O leitor reconhecerá
facilmente quando os demônios exprimem o seu próprio ponto
de vista.
j)
Os demônios estão ligados ao “instrumento”, no seu modo de
falar. Também é possível que as idéias do “instrumento” (da
pessoa possessa) se misturem com as suas revelações. É por
isso que é sempre necessário confrontar as revelações com os
ensinamentos verdadeiros da Santa Igreja. “Examinai tudo,
retendo apenas o que for bom” diz S. Paulo.
k)
Num tempo em que os demônios são particularmente poderosos
como parece ser agora o caso, parece muito oportuno que a
Santíssima Virgem, a vencedora de todos os combates de Deus
que há-de esmagar a cabeça a satanás, os force a fazer
revelações mesmo contra a sua vontade, para bem dos homens e
da Igreja. Também isto é um triunfo de Maria.
m)
Se Ela pede constantemente que o livro seja impresso o mais
rapidamente possível (porque o tempo urge?), certos pontos
mais obscuros não puderam ser acompanhados de notas
explicativas.
n)
Durante a realização deste livro rezou-se muito. Os próprios
demônios pediam constantemente, da parte da Santíssima
Virgem, certas e determinadas orações. “Rezai muito ao
Espírito Santo!”
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto
tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz
necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm a
necessária clareza.
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz com que
tudo concorra para o bem daqueles que ama, inclusivamente a
ação do diabo.
N.B. A documentação final esclarece alguns pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.
N.B. A documentação final esclarece alguns pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha doutrinal da Igreja nestas matérias.
O QUE É A POSSESSÃO?
Pelo
Padre Arnold Renz, SDS
Provas da existência do demônio:
Elas encontram-se nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas
Escrituras; nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos
ensinamentos dos Papas, representantes de Cristo. Estes
ensinamentos concordam: o demônio existe.
A ação do demônio:
O demônio exerce um grande poder, não apenas pela sua ação
íntima sobre os homens e pela tentação, para os fazer cair
em pecado e os afastar de Deus, mas também pelo seu domínio
sobre determinadas pessoas através da possessão.
A Possessão:
Embora a possessão não possa ser provada nem confirmada pela
Ciência (Psicologia) ela tenta estudá-la, saindo assim da
sua competência. A sua existência tem, no entanto, de ser
aceita. Mesmo abstraindo dos ensinamentos do Magistério e
das Sagradas Escrituras, ela foi experimentada por Santos
(por ex: S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de
Santa Teresa de Ávila, o Santo Cura d'Ars e tantos outros).
A história da Igreja fornece um grande número de casos de
possessão, que não são aqui mencionados.
É preciso grande prudência na aceitação de certos casos de
possessão, pois existem doenças psicológicas que se
assemelham muito a possessões. Há diferentes fenômenos, ou
manifestações, que provam a possessão. O mais evidente á a
reação ao exorcismo feito apenas mentalmente: é o chamado
“exorcismus probativus.” Mas mesmo neste caso é possível que
os demônios se escondam, que não se manifestem e não reajam.
No caso de não reagirem, isso não prova que eles não estejam
presentes. Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um
fator importante é fornecido pelo comportamento perante
objetos benzidos, relíquias, água benta, medalhas... Mas,
neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente que
os objetos estão benzidos.
O comportamento perante a água vulgar e a água benta é um
sinal da presença dos demônios. Certas pessoas tem o dom de
distinguir a água vulgar da água benta, mas a sua reação não
é uma rejeição furiosa. A reação furiosa não se pode
explicar dum modo natural.
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo.
Citamos apenas um caso: o dos pequenos possessos de Illfurt(1).
Estes demônios puderam ser expulsos. Depois da sua expulsão,
por exorcismos que se prolongaram durante dois anos, as
crianças ficaram absolutamente normais.
O fracasso do exorcismo será um sinal negativo?
a)
Se não há realmente possessão, o exorcismo não pode
resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.
b)
Há casos de possessão que têm um objetivo particular: por
exemplo, a purificação de uma pessoa que vive no pecado ou o
castigo para uma vida de pecado, mas também há especialmente
casos de pessoas que se consagram ao diabo. Tais casos são,
na maior parte das vezes, longos e exigem um esforço enorme
da parte do exorcista, mas não são casos desesperados,
sobretudo se a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com
o Padre Rodewyk). (2)
c)
Um caso particular de possessão é o que se chama “possessão
expiadora.” As pessoas em causa não são pessoalmente
culpadas. Podem, por exemplo, ter sido amaldiçoadas. Porque
é que num ou noutro caso a maldição dá efeito e noutros não?
Continua a ser um mistério. Se certas pessoas aceitam sofrer
por outras, tal disposição pode traduzir-se em possessão. A
possessão obriga a um sofrimento horrível. A história mostra
que os possessos que sofreram muito tempo não chegam a
velhos (o caso dos meninos de Illfurt).
Há possessos que sofrem pela humanidade, pela Igreja ou por
determinados grupos de pessoas, por exemplo, Sacerdotes.
d)
Quando se consideram certos casos como, por exemplo, o de
Nicolau Wolf, de Rippertschwand,(3) ou o de Altotting,(4)
pode-se pensar que estes casos têm uma missão especial a
cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos evidentes, mas
também pelas suas revelações. Podíamos citar aqui o caso que
é objeto desta obra ou o caso Klingenberg.(5) As revelações
feitas nestes casos devem ser consideradas um testemunho e
um auxílio à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes
casos resistem ao exorcismo até se cumprirem determinados
objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se
até à conformação com Cristo e a morte na Cruz. Anneliese
morreu de fome e sede.
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem-Aventurança, ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977).
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg: “Deus submeteu esta família e a todos os que tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse sido imediatamente elevada à eterna Bem-Aventurança, ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977).
A morte de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a
um fracasso do exorcismo.
Em que é que consiste exatamente a possessão?
No caso dos possessos, o demônio não só toma posse da alma
da pessoa, como é o caso do pecado grave ou “pecado mortal”,
como também do corpo e das forças físicas, psíquicas, de
modo que a pessoa deixa de poder dispor livremente do seu
corpo, do seu espírito e da sua vontade. Outro demônio
apoderou-se deles. A pessoa possessa não pode reagir contra
o que os demônios querem fazer por seu intermédio. No
entanto, uma ponta de inteligência, a mais profunda, e a
vontade, podem opor-se a todo o mal que os demônios querem
impôr. Neste caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda
menos se pode falar de culpa, se durante a “crise”, ou
depois dela, a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por
exemplo, das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se
lembravam do que tinha acontecido durante a possessão.
Muito especialmente, nos casos de “possessões expiadoras”,
há o que se chama a possessão lúcida, isto é, a pessoa
possessa sabe totalmente ou em parte, o que faz e diz.
Nestes casos, estamos perante um sofrimento imensamente
penoso, que é suportado com pleno conhecimento.
Causas da possessão:
Resumindo: pode haver um pecado grave, que abre as portas
aos demônios. Pode acontecer que a pessoa em causa se
entregue ao demônio por um pacto assinado com o seu próprio
sangue (o caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de
Ávila e S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a
práticas ocultas ou que tenha uma intenção especial:
reparação ou algo semelhante.
A possessão e a Ciência:
Satanás e a possessão pertencem ao sobrenatural. A Ciência
não tem acesso ao sobrenatural. Ela ocupa-se dos fenômenos.
Se a Ciência discute sobre satanás ou sobre a possessão,
ultrapassa os limites da sua competência e não merece
crédito. O mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à
Medicina.
É razoável e até aconselhável, quando se desconfia de que há
possessão, pensar em primeiro lugar, nas causas naturais e
também nas doenças psíquicas. Mas a razão exige que se
atenda à possibilidade de uma possessão. Um exame cuidadoso
do caso deve estabelecer as causas do estado da pessoa. O
fracasso da Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal
de possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o
caminho fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado
pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os
demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria
condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente
aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve ser
rejeitado.
A Possessão é uma doença?
Fundamentalmente a possessão não é uma doença; no entanto,
pode atrelar-se a uma doença. Muitas das vezes, as doenças
dos possessos desaparecem com a expulsão do demônio e não
podem ser combatidas pela medicina.
Que é exorcismo?
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça por
expulsar o demônio pela oração, por leituras da Sagrada
Escritura, por adjurações*, intimações em nome de Jesus, uso
da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz, a imposição da
estola, a imposição das mãos. Seria um erro pensar que basta
um único exorcismo para expulsar os demônios. É um duro
combate entre o exorcista e os demônios.
Estes repetem constantemente: “Nós não somos obrigados a partir já.” É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
Estes repetem constantemente: “Nós não somos obrigados a partir já.” É por isso que também aqui é válido o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.
NOTAS
1) Padre P. Sutler: “O poder de satanás e a sua ação.”
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975. História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução em francês na editora Résiac.
2) P. Adolf Rodewyk, SJ: “A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.” o caso Magda. Edição alemã de Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) Johann Erni Sermões do diabo Nicolas Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) Teufelspredigt von Altoltting Sermões do diabo de altoltting.
5) Sobre o “Caso Klingenberg” ainda não há nada publicado em definitivo.
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975. História dos pequenos possessos de Illfurt. Há tradução em francês na editora Résiac.
2) P. Adolf Rodewyk, SJ: “A possessão demoníaca nos Tempos de Hoje.” o caso Magda. Edição alemã de Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.
3) Johann Erni Sermões do diabo Nicolas Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell, 1975. Edição alemã.
4) Teufelspredigt von Altoltting Sermões do diabo de altoltting.
5) Sobre o “Caso Klingenberg” ainda não há nada publicado em definitivo.
* Adjurações: Rogo, pedido instante, emprego do nome de Deus
e dos Santos para imprecação; esconjuro; exortação.
Não confundir com Abjurar que significa: Renunciar,
desdizer, negar com falso testemunho.