QUEM PODE EXPULSAR OS DEMÔNIOS?
Parece que disse claramente que Jesus deu o poder de
expulsar os demônios a todos os que crêem n’Ele e que atuam
pela força do Seu nome.
Nestes casos, trata-se de orações privadas, que
podemos classificar com o nome de “orações de libertação”.
Por
outro lado é dado aos exorcistas, isto é, aos
Sacerdotes que receberam expressamente esse encargo do seu
Bispo; assim sendo, empregando as fórmulas
apropriadas sugeridas pelo Ritual, ministram um sacramental
que difere da oração privada, uma vez que envolve a
intercessão da Igreja.
É
sempre necessário muita fé, muita oração e jejum, quer seja
da parte da pessoa que reza, quer seja da parte da pessoa
por quem se reza.
O ideal seria que, enquanto o exorcismo se realiza na
intimidade, simultaneamente houvesse um grupo de pessoas
reunidas a rezar. Devo acrescentar que todos os
sacerdotes, incluindo os que não são exorcistas, são
investidos, devido aos seu sacerdócio ministerial, dum poder
muito especial que não é uma honra para a pessoa, mas um
serviço a prestar aos fiéis para satisfazer as suas
exigências espirituais.
Libertar uma alma das influências maléficas faz parte
certamente destas exigências.
Por outro lado, todos podem, quer se trate de orações
de libertação ou de exorcismos, recorre à ajuda de meios
sagrados: por exemplo colocando sobre a cabeça do
interessado um crucifixo, um terço ou qualquer relíquia;
muitíssimo eficaz é a Santa Cruz porque foi com a cruz que
Jesus destruiu o reino de satanás; as relíquias dos santos
particularmente venerados são também muito eficazes; são
também muito úteis as simples imagens benzidas como a do
Arcanjo S. Miguel, de quem os demônios têm um medo terrível.
Creio
que trairia a expectativa dos leitores se não abordasse
também o exército, cada vez mais numeroso, de
carismáticos, videntes, sensitivos, pranoterapeutas,
curandeiros e mesmo ciganas: é uma tropa tanto
mais numerosa quanto mais os bispos e o clero com uma
ligeireza, que vai desde a ignorância até à incredulidade,
abandonam este terreno pastoral que lhes diz respeito.
Este problema será também tema para um capítulo posterior.
Por agora apenas vamos fornecer algumas informações sobre as
pessoas acima indicadas.
Faço
aqui um parêntesis. Vou-me referir a pessoas que podem (ou
pretendem) influenciar na libertação, mas que, muitas vezes,
operam pela cura. É difícil estabelecer uma distinção clara.
O demônio está na raiz de todos os problemas do mal,
da dor, da morte que são conseqüência do pecado.
Existem, por outro lado, formas de mal diretamente
provocados pelo Maligno; o Evangelho dá-nos alguns exemplos:
a mulher encurvada há 18 anos (por paralisia?) e um
surdo-mudo. Nos dois casos, o mal era causado por uma
presença satânica e o Senhor curou-os, expulsando o demônio.
Em
linhas gerais, a regra que expus é válida: se um mal é
de origem maléfica, os medicamentos não obtêm nenhum efeito;
entretanto, as orações de
cura e os exorcismos obtêm. Também é verdade
que, uma presença diabólica prolongada, provoca muitas vezes
na vítima problemas, especialmente psíquicos, que
podem ter necessidade de tratamento médico apropriado, mesmo
depois da libertação.
Chamaremos a atenção para o fato de que, nestes casos, são
requeridas competências específicas que um exorcista não
pode ter. Este deve ter um bom conhecimento das doenças
mentais que lhe permite saber se a intervenção de um
psiquiatra se torna necessária ou não; mas não se pode
exigir a um exorcista que nesse campo seja tão conhecedor
como um psiquiatra.
Um
exorcista, contudo deve ter conhecimentos de parapsicologia
e dos poderes paranormais; no entanto, não pode saber tanto
como um especialista nessa matéria. O seu campo específico é
o sobrenatural, possuindo um conhecimento exato dos
fenômenos que daí dependem e dos cuidados a ter nas coisas
de caráter sobrenatural.
Estas notas preliminares são indispensáveis porque, a
questão abordada, toca simultaneamente o sobrenatural, o
paranormal, o preternatural ou diabólico.
Os carismáticos.
O Espírito Santo distribui com divina liberdade os seus
carismas a quem quer e como quer;
não são dados para glória ou utilidade dessa pessoa, mas
para o serviço dos irmãos.
Entre
os carismas encontra-se o dom da libertação dos
espíritos malignos e o dom da cura física. Trata-se
de dons que podem ser concedidos a indivíduos, mas também a
comunidades. Não dependem da santidade da pessoa, mas
da livre escolha de Deus.
A
experiência entretanto prova que, habitualmente, Deus
concede estes dons a pessoas retas, que rezam com
assiduidade, que observam uma vida cristã exemplar (o
que não significa que não tenham defeitos!) e que
demonstram uma verdadeira humildade.
Hoje em dia há uma inflação de carismáticos a quem acorre
uma multidão de pessoa que sofrem.
Como distinguir os verdadeiros dos falsos?
Esse
discernimento cabe á autoridade eclesiástica que se pode
servir de todas as formas de ajuda que considere oportunas
para discernir.
De fato, conhecemos alguns casos em que a autoridade
eclesiástica interveio para nos pôr de sobreaviso contra
os charlatões e os falsos carismáticos;
não tenho conhecimento de casos de carismáticos reconhecidos
oficialmente.
Trata-se de um problema muito complicado e muito difícil de
resolver; até porque os carismas podem cessar e pode
acontecer que a pessoa que tinha sido escolhida já não seja
digna deles: nenhum ser vivo está confirmado na graça.
Podemos enunciar quatro regras orientadoras:
1° que o indivíduo
(ou a comunidade) viva intensamente conforme o
Evangelho;
2° que seja completamente desinteressado
(e recuse todas as oferta ofertas; aceitando-se ofertas
pode-se ficar milionário);
3° que utilize os meios comummente admitidos na Igreja, sem
excentricidades ou superstições
(que
utilize orações e não fórmulas mágicas; sinal da cruz,
imposição das mãos sem nada que ofenda o pudor; que utilize
água benta, incenso, relíquias sem nada que seja estranho ao
normal uso eclesiástico); que reze em nome de Jesus;
4° que os frutos sejam bons.
A regra evangélica: “é pelo fruto que se conhece a
árvore” (Mt 12,33) constitui sempre o critério
fundamental.
Acrescentamos outras características que são típicas das
curas obtidas pela via carismática; agem sobre todas as
doenças mesmo maléficas, isto é, provocadas pelo demônio;
não se fundamentam na capacidade
ou na força humana, mas na oração feita com fé, na força do
nome de Jesus e na intercessão da Virgem e dos santos;
o carismático não perde a energia e não tem, portanto,
necessidade de descansar para retornar forças (como
fazem os curandeiros, os vedores e similares), não se
verificam reações físicas pois é apenas um
intermediário ativo da graça. As curas carismáticas
não tendem a elevar o carismático a um pedestal, mas a
louvar a Deus e fortalecer a fé e a oração.
Parece-me apropriado acrescentar ainda algo a este respeito
porque, tudo isto é um campo que o Concílio Vaticano
II falou, mas não aplicou o que afirmou. O
racionalismo e o naturalismo invadiram o terreno;
as manifestações
extraordinárias, os milagres, a presença dos santos, as
aparições, são tudo coisas que não são acolhidas com
reconhecimento, mas com desconfiança,
com reprovação, que não se examinam ou que, pelo menos são
consideradas como terrivelmente monótonas.
Todas
as Igrejas abandonaram as orações dos primeiros cristãos.
“E agora, Senhor, concede aos Teus servos o poder de
anunciar a Tua Palavra com todo o desassombro, estendendo a
Tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios em nome
do Teu Santo Servo Jesus” (At 4, 29-30). Parece que
nestes dias, estes dons só fazem tédio.
O
vaticano II afirma que o Espírito Santo “concede graças
especiais aos fiéis de hoje... Estes carismas quer sejam
extraordinários ou mesmo mais simples ou comuns, devem ser
acolhidos com reconhecimento e devoção”. Este documento
continua lembrando em seguida que os dons
extraordinários devem ser observados com prudência.
Quanto
ao ajuizamento da sua genuinidade e boa utilização “é
do foro da autoridade eclesiástica que deve, sobretudo,
cuidar em não extinguir o Espírito, examinando todas as
coisas e retendo o que é bom” (LG 12). A falta de
aplicação destas diretivas é evidente e quase geral.
Por esta razão, é inútil que o Concílio afirme que quem
recebe carismas do Espírito Santo, mesmo que seja leigo, tem
o direito e o dever de os exercer (AA 3) sob a
direção e julgamento dos bispos.
Alegro-me com o aparecimento de organismos como o Movimento
Carismático de Assis, que se oferecem para ajudar os bispos
no seu trabalho de discernimento. Trata-se dum campo aberto
que está a atuar.
Os videntes e os sensitivos.
Agrupo-os juntamente porque apresentam substancialmente as
mesmas características: os primeiros vêem, os segundos
sentem; ambos exprimem o que experimentaram no contato com
objetos ou pessoas. Para não alargar muito o terreno a que
este tema se presta, limito-me a considerá-lo em relação ao
meu campo específico, isto é, as influências maléficas
exercidas sobre pessoas, objetos e casas. Contatei
muitas vezes com estas pessoas: consultei-as, por vezes,
diretamente ou convidei-as a assistir em oração aos meus
exorcismos, a fim de saber o que é que tinham visto ou
sentido. Dei-me conta de que as respostas dependiam do
espírito de sabedoria.
Algumas, apenas vêem ou permanecem perto de indivíduos
possessos ou infestados, experimentam imediatamente esse
inconveniente; em certos casos sentem-se mal, quando estão
perto de tais pessoas; outras vezes, vêem e descobrem a
negatividade que as atinge e descrevem-na. Basta
mostrar-lhes uma fotografia, uma carta ou um objeto que
pertença a um indivíduo sobre o qual caem suspeitas, para
obter uma resposta: dirão se não tem nada, se é vítima
dum poder maléfico ou se é uma pessoa perigosa porque faz
malefícios contra outros.
Por
vezes basta-lhe ouvir o som da voz. Há pessoas, por exemplo,
que estão na dúvida se receberam ou não uma influência
maléfica, telefonam a uma pessoa destas e recebem a
resposta. Chamamos às casas sobre as quais há suspeita de
malefícios por causa dos fenômenos estranhos que lá se
produzem, percebem se o malefício existe realmente ou não;
reconhecem os objetos que estão sob a influência de um
bruxedo e que devem ser queimados; sabem, por exemplo, que
almofadas ou que colchões é que é preciso abrir para
encontrar lá os objetos estranhos de que já falamos.
Mas também se podem enganar:
as suas sensações, portanto, devem ser controladas.
Contudo, por vezes, ecoam na vida de uma pessoa,
indicando com uma precisão surpreendente com que idade é que
ela foi alvo de um malefício, o modo com este foi feito, a
finalidade pretendida e os inconvenientes que daí advieram.
Conseguem mesmo, em certos casos, indicar o autor.
Um dia
quando tinha acabado de mandar entrar um homem que desejava
receber uma benção, lembrei-me que tinha de telefonar a um
sensitivo. Corri ao telefone e ele respondeu-me:
“O
Sr. está em vias de dar a bênção a um homem com cerca de
cinqüenta anos que aos dezesseis anos foi vítima dum
malefício que fizeram contra ele, mas o alvo, na realidade
era o pai; fizeram-no beber vinho que tinha sido submetido a
um malefício e esconderam um objeto sobre o qual foi feito
um bruxedo no fundo dum poço.
A partir daí esse rapaz começou a sentir-se mal, cada vez
pior e todos os remédios se mostravam ineficazes.
Alguns anos mais tarde, o pai morreu e sentiu-se subitamente
melhor. Ficou, entretanto, atingido o cérebro a ponto de não
se poder concentrar em nenhum trabalho. O senhor tende
dar-lhe a bênção, mas é um mal radicado há muito tempo e
creio que não conseguirá nada”.
As
coisas eram exatamente como me foram ditas. Noutros casos,
enquanto exorciza pessoas na presença de um sensitivo, ele
indica-me quais as partes do corpo que eu devia abençoar com
a estola ou ungir com o óleo, porque eram as mais atingidas;
no fim da sessão, a vítima confirmava com exatidão as partes
em que mais fortemente sentia as dores.
Poderia focar uma quantidade de casos semelhantes. Devo
dizer que as pessoas que escolhi (entre tantas que se me
apresentam como sensitivas) eram pessoas de muita
oração, desinteressadas, cheias de bondade e de caridade e,
sobretudo, humildes; se não tivesse descoberto
por acaso ou sabido por informações de outros acerca do seu
talento, elas nunca me teriam falado disso.
De que é que se trata? De um carisma? De uma faculdade
paranormal? Penso que se trata simplesmente de um dom
paranormal que a pessoa usa para fazer o bem.
Não ponho de parte a idéia de que um tal poder possa ser
associado a um carisma. Não encontrei nas pessoas nenhum
sinal de fadiga como acontece quando há uma perda de
energia. Pelo contrário, constatei que as suas
capacidades aumentavam à medida que as usava; isto deixa
supor que, basicamente possa ser à partida, uma faculdade
paranormal. Acrescento que é muito difícil encontrar
videntes ou sensitivos autênticos; pelo
contrário, pessoas que se consideram como tal e são julgadas
como tal, são imensas. É preciso ter os olhos
bem abertos.
Os curandeiros.
Pretendo falar daquelas curas realizadas por uma comunicação
de energia especial, geralmente transmitida por meio de
imposição das mãos.
Estamos em pleno domínio do paranormal, de que o Professor
Emílio Servadio é um dos maiores estudiosos em Itália. Sem
entrar nos detalhes dum setor que não é da minha
competência, limito-me a dizer que os curandeiros, tal
como os médicos e os especialistas em ciências humanas, não
têm nenhuma influência sobre os diferentes males de natureza
maléfica.
Os pranoterapeutas.
O seu
número, tal como o dos curandeiros, aumentou de maneira
desmedida nos últimos anos. Não me compete fornecer
explicação sobre a teoria do prana ou do bioplasma. É
um domínio que a ciência oficial estuda, mas que ainda não é
aceita. Limito-me a transmitir as conclusões a que chegou o
Pe. La Grua no seu livro intitulado La preghiera di
guarigione: “Se as curas se produzem graças a uma
energia transmitida pelo curandeiro ao doente, ou por uma
carga psíquica, ou pelo estímulo de energias de reserva, é
um fato que estas curas não têm nada que ver com as curas
carismáticas. Por outro lado, há perigo de
infiltração espírita. É por isso que é necessário
imensa prudência”.
Conheci vários pranoterapeutas verdadeiramente
desinteressados, com fé e que põem as suas qualidades ao
serviço dos outros com um espírito de verdadeira caridade.
Contudo, estas pessoas contam-se pelos dedos da mão (“dois
em mil” segundo o Pe. Pellegrino Ernetti, o celebre
exorcista de Veneza).
É preciso ter cautela com a pranoterapia.
É sobretudo pelos frutos e pelos métodos,
cuidadosamente estudados, que se reconhece a árvore...
Os mágicos.
Já
falamos bastante deles. Lembremos simplesmente do modo
em que certas curas se podem produzir por ação de demônio
que se serve por vezes do nome de entidades extraterrestres
ou de guias espirituais.
O próprio Jesus nos põe de sobreaviso contra estes
indivíduos: “Porque hão de surgir falsos cristos e falsos
profetas, que farão grande milagres e prodígios, a ponto de
desencaminharem, se possível até os eleitos”
(Mt 24,24).
Há uma
outra situação, que não é poder diabólico, que se manifesta
na qualidade de falsos mágicos que não passam de simples
charlatães, de vigaristas, que enganam as pessoas dando-lhes
talismãs, fitas, saquinhos. Queimei uma folha de papel de
caderno, enrolada numa corda, contendo palavras
incompreensíveis; este talismã custava a bagatela de 120
contos! Também encontrei um homem que tinha gasto cerca de
200 contos para ter um saquinho que continha ninharias,
destinado a libertá-lo de uma série de infelicidades.
As ciganas.
Creio
que é útil dizer algumas palavras sobre elas porque as
encontramos sempre nos nossos caminhos. Não vou voltar a
falar do que disse a propósito das cartomantes e dos
vigaristas.
Numa
primeira fase, vou ilustrar um outro aspecto através de
exemplos.
Exorcizei uma senhora possessa do demônio. Ela sofria há
muito tempo de diferentes tipos de problemas mas, nunca
tinha pensado poder ser vítima de um tal flagelo. Uma jovem
cigana, à qual a mulher doente se tinha dirigido, disse-lhe:
“Senhora, sente-se mal porque lhe fizeram um bruxedo.
Traga-me um ovo fresco”. Ela trouxe e a cigana, depois de
lhe ter posto o ovo sobre o peito, rezou uma breve oração
numa língua desconhecida (em remeno?), depois partiu o ovo;
saiu dele uma pequena serpente.
Alguns
meses depois, esta mulher teve ocasião de procurar uma outra
cigana de uma proveniência diferente da primeira, que lhe
repetiu quase as mesmas palavras: “A senhora sofre tanto e
há tantos anos, porque foi vítima de um bruxedo. É preciso
que se desembarace dele. Traga-me um ovo fresco”. Desta vez
a senhora voltou com o marido. A cigana pôs o ovo sobre o
peito da senhora e depois de ter rezado uma breve fórmula
que parecia uma oração, partiu o ovo donde saiu um tufo de
cabelos.
Um dos
meus amigos que e médico em Roma, ao sair da basílica de S.
João de Latrão, foi abordado por uma cigana que lhe pedia
esmola. Ela costuma lá estar sempre. Abriu o porta-moedas
pensando dar-lhe mil liras mas só tinha uma nota de dez mil;
paciência, deu-lha na mesma.
A
cigana olhou para ele e disse-lhe: “O senhor foi muito
generoso comigo; eu também lhe quero fazer bem”. Descreveu
imediatamente os problemas de saúde que o afetavam e
aconselhou-o vivamente a curar-se (o médico conhecia bem os
seus problemas, mas... um bom médico, não dá atenção a
isso). Também foi informado de que seria vítima de uma
vigarice, se não tomasse as necessárias medidas de proteção.
Tudo verdade.
Como explicar estes fatos? Não é fácil.
Parece que algumas ciganas têm poderes paranormais que
transmitem umas às outras de geração em geração há séculos.
Trata-se, contudo de casos excepcionais.
As ciganas geralmente recorrem muito à magia e a todas as
formas de superstição. Está-lhes no sangue e
transmite-se de mães para filhas (são sempre as
mulheres que praticam a magia).
Assinalo à margem deste assunto que existe sempre uma
tentação à espreita tanto para os carismáticos, como para os
sensitivos e também para os exorcistas
(mais para os outros): é procurar a solução mais
rápida para a cura, deixando de lado os meios sagrados
habituais o que dá origem a cair mais ou menos
involuntariamente, na magia.
Por
exemplo, começa-se a verificar que deitando gotas de óleo
num pratinho cheio de água pronunciando ao mesmo tempo
nomes, obtêm-se respostas iniciando-se assim uma cadeia de
práticas mágicas.
Conheci carismáticos que passaram a fazer práticas de magia
que, em seguida, as abandonaram; no entanto, nem todos são
capazes de voltar atrás.
Também vi padres, não exorcistas, empregar certos
métodos com sucesso, sem se aperceber que estavam a fazer
verdadeira e pura magia. O demônio é astuto:
está sempre pronto a prometer-nos os reinos da terra
se nos prostrarmos para o adorar!
Fonte: Extraído do Livro "Um
Exorcista Conta-nos" - Pe. Gabriele Amorth - Ed. Paulinas.