As
armas contra as tentações do inimigo.
Eu
acho que todos devem saber o que os romanos faziam quando
derrotavam um império ou um general. O vencedor entrava de
forma triunfante em Roma. E em meio àquela entrada triunfal,
o general era aplaudido, louvado. E o general derrotado era
amarrado à carruagem do vencedor. E isso era o máximo de
humilhação para quem que havia sido derrotado.
Se
olharmos Colossenses 2,15, Paulo usa esse mesmo fato para
falar da derrota do inimigo de Deus. Já foi dito várias
vezes que o demônio já foi derrotado. Não precisamos temer
nada. É verdade que o maligno é como um leão que ruge
à nossa volta, tentando achar uma brecha e nos devorar. Mas
por que ele continua a entrar nesse campo de batalha uma vez
que já foi derrotado? A intenção dele é diminuir a força do
reinado de Jesus. Satanás continua a tentar
enfraquecer aqueles filhos e filhas de Deus que fazem parte
do Reino. E a experiência de muitos é esta: “Por que
depois que comecei a seguir Jesus tenho mais tentações, me
sinto mais oprimido que antes e tenho mais crises?”
Muitas
pessoas, muitos cristãos, uma vez que tomam a decisão de
seguir ao Senhor pensam que vão ter uma vida mais tranqüila.
Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem
interesse em atacar os que não são seguidores de Jesus
Cristo. O interesse dele é colocar obstáculos na vida
daqueles que decidiram seguir o Senhor. Tanto mais eu “subo
a montanha”, tanto mais descubro que as dificuldades são
grandes. Os cristãos são as pessoas mais atacadas. Até mesmo
os santos o foram.
Não
estranhe se, vocês que seguem a Jesus, começam a sentir mais
problemas, mais ataques. Isso não é motivo de nos levar a
uma crise. Não temos motivo para temer o inimigo, pois
ele já foi derrotado. O demônio é que tem de ter medo de
você, de mim. A razão é simples. Porque nós somos filhos e
filhas de Deus, herdeiros do Reino. Ele tem muita
raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é
dado para nós. Ele tem raiva, tem ódio por causa disso. Ele
odeia a cada um de nós. Ela faz tudo para nos enganar, para
que possamos voltar desencorajados, desanimados. Ele tenta
nos enganar de várias maneiras.
Mas
tem uma coisa, uma técnica que ele usa frequentemente para
nos atacar. É o desânimo, o desencorajamento. Ele também usa
essa "carta do baralho" com os santos. O desânimo não vem de
Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de
ir em frente.
Vamos
olhar para padre Pio de Pietrelcina. Quando um analista do
Vaticano disse que ele era um psicopata, este santo entrou
numa crise tremenda. Ele olhou para os estigmas dele e se
questionou se tudo era falso. Madre Teresa de Calcutá, no
seu leito de morte, também viveu uma grande crise ao sentir
o amor de Deus longe dela. O bispo teve de enviar um
exorcista até ela e convencê-la de que aquele sentimento de
não amor não vinha de Deus.
É
muito normal que também nós vivamos esses momentos de crise.
Seguir Jesus num momento de entusiasmo é fácil, mas
continuar O seguindo nos momentos de sofrimento, isso sim é
difícil. O inimigo de Deus virá tentá-lo quando você estiver
se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansiedade,
tristeza. É nosso papel lutar contra essas táticas que ele
usa para nos desanimar. A tática que ele também usa é nos
apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso,
enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece
muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.
O
maligno diz que por causa dos seus pecados, você não
consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo.
Muitas vezes, nós pensamos que tentações são relacionadas ao
sexo, ao sentimento de raiva, ódio. Essas são grandes
tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação
que é não fazer a vontade de Deus. Eu posso tentar vencer
esse mal pelo poder que vem do Alto, do Espírito Santo.
O inimigo faz de tudo para que eu saia do caminho da
vontade do Senhor. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao
Pai, quando O levou ao alto do monte e mostrou-Lhe as
cidades, dizendo que elas Lhe pertenciam. A tentação do
inimigo a Jesus era muito atraente. O Pai dizia para Jesus
ir para a cruz e o inimigo pedia para ele desobedecer ao Pai
e ter aquelas cidades. Mas Cristo diz: “Afasta-te de mim,
satanás. Eu adoro somente ao Pai”.
Irmãos
e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós
usarmos as armas não precisamos ter medo nenhum.
A primeira
arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante da Eucaristia,
porque ela é sinal de humildade, enquanto o maligno luta
para ter poder. Uma outra arma forte contra o inimigo é o
sacramento da confissão. Este sacramento é mais poderoso do
que a própria oração do exorcismo.
O
maligno tem medo da Santíssima Virgem Maria.
Numa de minhas orações de exorcismo, quando eu falei o nome
de Maria, uma mulher possuída disse, numa língua em latim, a
qual ela não conhecia, por meio do inimigo: “Não mencione
este nome!”. Ele disse que tem muito medo da humildade de
Nossa Senhora. Temos de guardá-la como nossa Mãe.
Momentos de desânimo podem acontecer em nossas vidas. Quando
isso acontecer se agarre a Maria. Não tenha medo do inimigo.
Não desanimem com as ondas revoltas do mar, porque a vitória
é nossa! Uma vez que Jesus derrotou o inimigo, com Jesus,
nós também o derrotaremos.
Frei Elias Vela