Jesus Crucified

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Jesus Christ have mercy on us

Holy Tridentine Mass - Santa Missa Tridentina.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Recorrer ao exorcista ou ao psiquiatra?

Recorrer ao exorcista ou ao psiquiatra?
 
           
A pergunta é feita num tom algo provocador que coloca no mesmo plano exorcistas e psiquiatras; figuras que, pelo contrário, devem ser vistas em planos e com métodos totalmente diferentes. Acrescento que, no caso de doenças e em particulares de males psíquicos, o recurso dos médicos representa a generalidade, a primeira coisa a fazer; o recurso ao exorcista é a exceção e só quando estiver na presença de sintomas muitos específicos.

Só lamento o insignificante recurso dos psiquiatras, ou o recurso infundado por parte dos pacientes “Mas, então, quer dizer que estou louco?” em parte, por causa de uma ignorância culpável por parte dos médicos de clínica geral, que não percebem quando é necessário reenviar para a psiquiatria.

         Como os exorcistas e os psiquiatras trabalham em planos diferentes e com métodos diferentes, comecei por recordar três premissas indispensáveis em que se baseia o exorcista: o demônio existe, o mesmo quando se apresentam com sintomatologia idêntica às doenças naturais, não podem ser curados por via médica, e quem acredita em Cristo tem força para expulsar o demônio em seu Nome. Não me detive em demonstrar estas três afirmações, claramente presentes na Bíblia e confirmadas na prática.

         Quanto aos métodos de cura, o psiquiatra utiliza aqueles que a sua ciência sugere; o exorcista cura com a oração, aliás, com a ordem que impõe ao demônio para que abandone o possesso.
         Perante princípios e métodos tão diferentes, é válido perguntarmos: será possível uma efetiva cooperação entre exorcistas e psiquiatras? O fato de nos encontrarmos para dialogar sobre o tema significa que existe, pelo menos, a possibilidade de colaborar.

Mas acrescentei que neste campo não éramos por nada pioneiros: desde sempre, a Igreja alertou aos exorcistas para que não confundissem os malefícios com os males psíquicos e, na seqüência do progresso científico neste campo, sempre recomendou aos exorcistas que recorressem à ajuda dos médicos. Por isso, de fato, esta colaboração entre exorcistas e psiquiatras já se realiza há algum tempo.
         Acrescento que não faltam psiquiatras que enviam seus casos para os exorcistas (eu próprio fui destinatário de alguns pacientes). Para mim, uma das mais belas experiências televisivas de que me lembro foi a participação no programa Mixer, no dia 2 de março de 1993. Falo dela de bom grado, embora já tenha contado.

O apresentador do programa, Minoli, perguntou-me a certa altura se os exorcistas e os psiquiatras trabalham em campos paralelos que nunca se encontram. Respondi que não; ambos trabalham em função do benefício do homem e, freqüentemente, a intervenção de cada qual deve ser integrada. Logo em seguida, interveio o já falecido professor Emílio Servadio, psicólogo e parapsicólogo de renome internacional. Não só me deu razão como também afirmou que “perante certos casos, eu próprio envio pessoas ao exorcista”. É uma afirmação muito interessante, se entendermos que é feita por um descrente, sobretudo em um tempo em que muitos homens da Igreja enviam sempre e unicamente para os psiquiatras.

         É igualmente interessante que, pela primeira vez, no DSM-IV (Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais, cuja quarta edição se publicou em 1994) se fale de possessão atribuída à influência de um espírito. Que um livro de nosologia (ramos da medicina que estuda e classifica as doenças) psiquiátrica de indiscutível autoridade a nível mundial contenha semelhante afirmação é uma novidade significativa, impensável há alguns anos.
         Naturalmente que no programa televisivo apenas me contive aos casos, porventura mais difíceis, em que subsiste a dúvida se a pessoa foi atingida por um malefício ou sofre de um mal psicológico. Existem muitos outros casos, de que não falei, em que esta dúvida não existe.

         Quero destacar que, para que haja colaboração entre psiquiatras e exorcistas, não é necessário que o psiquiatra tenha fé; não é sequer necessário que acredite na existência do demônio e de seus poderes. É suficiente que saiba reconhecer os limites da sua ciência, como o professor Sarvadio, que não pretendia conhecer tudo, saber tudo, resolver tudo. Já tive vários exemplos de psiquiatras que, mesmo perante casos totalmente atípicos, preferiram conter-se a rotulá-los, iludindo-se, deste modo, de terem resolvido a questão. Quando, pelo contrário, não resolveram mesmo nada.
         Outra observação. Para que uma determinada situação seja reconhecida como um mal de natureza maléfica não basta à dificuldade ou a impossibilidade de formular um diagnóstico seguro, é necessário, pelo contrário, verificar a existência de sintomas especificamente maléficos.

Acrescento também que existe a possibilidade de os dois tipos de mal se sobreporem, sendo estes os casos mais difíceis; ou seja, males psíquicos sobrepostos aos malefícios, por isso é necessária a intervenção, quer do psiquiatra quer do exorcista.
         Quando uma pessoa se apresenta ao exorcista, em geral, a primeira coisa pedida é o parecer dos médicos. Na maior parte das vezes, as pessoas que vão consultar o exorcista já percorrem os consultórios dos médicos; não obtendo resultados, muitas delas buscam os magos, os curandeiros e outros. O exorcista é o último a quem recorre.

Mas o exorcista só avança se existirem sintomas suficientes que façam suspeitar de algo, ou seja, os sintomas que exporei e sobre os quais se poderá discutir. Se o exorcista considera que tem motivos suficientes, pode avançar com um breve exorcismo, que antes de mais nada tem a finalidade de diagnóstico: porque só mediante o exorcismo se pode ter a certeza de que nos encontramos, ou não, perante um malefício.
Em geral, cada uma das perturbações, embora pareçam inexplicáveis, na realidade, podem ter uma explicação natural. Precisamente por motivos de diagnóstico é que costumo ser bastante amplo na administração do exorcismo, e nunca me arrependi: fico satisfeito com suficientes motivos de suspeita. Na maioria dos casos, bastou-me um único exorcismo para concluir que tratava de um malefício.

         Também para os exorcistas, a prática é muito importante. Quem tem mais experiência consegue reconhecer mais facilmente quais são os sintomas significativos e quais não o são, considerando também que o demônio existe, mas faz tudo para não ser descoberto.
É um pouco como os médicos que, para utilizar a linguagem comum, adquirem com o tempo uma espécie de olho clínico. Sobretudo os psiquiatras, que muitas vezes percebem de imediato do que se trata; embora depois verifiquem o diagnóstico inicial com os devidos acertos.

No que diz respeito aos exorcistas, dado que trabalham no âmbito da oração e da graça, acrescente a existência de dons especiais chamados carismas. De minha parte, tive a grande graça de poder me formar, durante seis anos, na escola de um exorcista muito competente, o padre Cândido Amantini, que exercia o seu ministério em Roma, na Escala Santa.

Fiquei sempre espantado com a rapidez com que diagnosticava os casos que lhe eram apresentados; chegavam mesmo a ser entre sessenta a oitenta, numa só manhã. Mais me espantava quando, observando uma fotografia, dizia com segurança “Não tem nada”, ou então, “Está doente, precisa de ser tratado”. De qualquer modo, não é necessário ter dons extraordinários para poder desempenhar o serviço de exorcista.
         Por fim, antes de falar dos sintomas, gostaria de fazer referência a um personagem, muito significativo para mim, porque me sinto espiritualmente ligado a ele e esforço-me por continuar a sua obra: o carmelita espanhol Francisco Palau. Refiro-me a tudo aquilo já disse com detalhes.

Há cerca de trezentos anos, todas as dioceses católicas eram repletas de exorcistas. Depois, houve uma relação à loucura da “caça as bruxas”; houve a influência do racionalismo, do iluminismo, do materialismo ateu; os exorcistas desapareceram quase por completo.
         O padre Francisco Palau, beatificado pelo Papa João Paulo II no dia 24 de abril de 1988, notou esta carência e tentou encontrar soluções. Numa casa que recebeu por caridade, acolhia os loucos. Exorcizava a todos, sem distinção, embora na realidade tivesse adquirido uma intuição especial para compreender a natureza do mal; os endemoninhados ficavam curados e retomavam a vida normal; os loucos continuavam loucos, e eram curados por via médica.

         Certamente que é um caso sem qualquer explicação científica; quem cura os malefícios é Jesus que atende às orações; não é a capacidade humana. É típico o caso de Santa Catarina de Siena. Quando os exorcistas não conseguiam curar um endemoninhado, mandavam-no ter com a santa; ela rezava e o demônio fugia. Essa premissa, embora longa, é útil para os psiquiatras. E, nos dias de hoje, revela-se útil também para muitos eclesiásticos.

         Finalmente, apresento, em resumo os principais sintomas de suspeita em que me baseio para avançar com os exorcismos. Aqui, repito, apenas considero aqueles casos em que surgem dúvidas se se trata de um mal psíquico ou de um malefício. Não considero os casos que o demônio pode causar a possessão diabólica (que é a forma mais grave, embora seja possível uma vasta gama de níveis de intensidade) e pode causar malefícios, por vezes mais difíceis de identificar e de curar.
 
 
Sintomas suspeitos
 
 
            1- Antes de mais nada, exijo um parecer médico e leio atentamente os relatórios clínicos. É possível que existam motivos de incerteza no diagnóstico: “Suspeita-se de uma forma de...”, “O paciente apresenta fenômenos atípicos”.
É preciso ter atenção porque a pessoa interessada ou os familiares muito facilmente afirmam que os médicos não perceberem e não sabem fazer um diagnóstico. Não podemos nos esquecer que também os psiquiatras seguem escolas diferentes e podem se expressar de maneira diversificada.

Por vezes, para perceber se realmente vários diagnósticos genéricos, muitos freqüentes, como esgotamento nervoso, estado depressivo, podem, por vezes, esconder a incompreensão de um verdadeiro mal que aflige o paciente.
         Observo também qual o efeito dos medicamentos que a pessoa está tomando: quando são totalmente ineficazes ou, até, quando surtem o efeito contrário; por exemplo, quando um calmante excita ainda mais a pessoa. Mas também este resultado pode depender de causas naturais, por isso, isolado não significa nada, se não está relacionado com determinadas modalidades específicas.

Lembro-me do caso de um jovem a quem foi prescrita cura do sono numa clínica, durante oito dias: pois bem, nunca conseguiu dormir, nem de dia nem de noite, apesar do crescente número de medicamentos que lhe eram administrados. Ou estava deitado na cama de olhos esbugalhados ou caminhava abobalhado pelos corredores. Assim que saiu da clínica, foi suficiente uma bênção do seu pároco para que conseguisse dormir.

         2- O sintoma mais significativo é a aversão ao sagrado, que pode se manifestar progressivamente em tantas formas diferentes e em relação às quais é preciso prestar atenção para não cair nas ilusões. Exponho esta aversão ao sagrado seguindo uma ordem de gravidade; não é uma ordem progressiva que se siga nas manifestações, que por vezes aparecem de rompante nas formas mais graves.

         3- Repugnância para com a oração das pessoas que sempre rezavam. É possível que no início se trate, quando se reza, de bocejos irrefreáveis e ataques de sono. Outras vezes, assim que se começa a rezar, a pessoa com este tipo de perturbações emite arrotos ou tosse continuamente ou, ainda, vomita. Pode se distrair com todo o tipo de coisas para não conseguir seguir com um mínimo de atenção as orações ou as celebrações. Ou, até, não consegue rezar porque a boca fica travada: não consegue pronunciar sequer a primeira palavra de uma oração, como por exemplo um Ave; e a boca e os dentes fecham-se como se estivessem paralisados se a pessoa se aproxima para receber a Eucaristia.

Pode chegar ao ponto de não conseguir estar ou mesmo entrar na igreja. Pense na dificuldade que tudo isto provoca em todas as pessoas, mas em particular em quem vive num ambiente religioso, como, por exemplo, uma religiosa.

         4- Sensibilidade à água-benta, quer quando é ingerida (a pessoa cospe-a de imediato) quer quando é misturada na comida. Sensibilidade e repugnância a tudo o que está abençoado: alimentos, roupa, objetos sagrados (imagens, terços do Rosário, relíquias...). Naturalmente que a água, os alimentos, a roupa são dados à pessoa sem que esta saiba que estão abençoados. À incapacidade de entrar na igreja, ou independentemente dela, podem se somar reações fortes em lugares específicos: em santuários marianos, em contato com o famoso calor de São Vicino a Sasina (Forli), no santuário-gruta de São Michele. A pessoa pode ser atingida por paralisias ou mal-estar até o desmaio.

         5- Reações violentas, que tornam a pessoa furiosa e agressiva, embora a sua índole seja de outra natureza, podendo, por isso, blasfemar, partir objetos, atirar-se contra quem está em sua presença. E tudo isto, pro exemplo, acontece apenas quando alguém reza a seu lado, por vezes só mentalmente. Também é freqüente, nestes casos, que a pessoa, uma vez acalmada, não se lembre de mais nada a respeito do seu comportamento.

         6- O sintoma culminante: as reações furiosas da pessoa, ao rezar por ela ou ao ser abençoada: freqüentemente rola pelo chão, blasfema, torna-se violenta contra os presentes, pode mudar de voz e dizer coisas impensáveis nessa pessoa.
O monsenhor Andréa Gemma, bispo de Isernia-Venafro, na sua carta pastoral de 29 de junho de 1992, em que instituía grupos de oração de libertação do demônio, sempre orientados por um sacerdote, escreve: “Só depois de se fazer abundante utilização destes meios se pode recorrer ao exorcismo enquanto tal”. Em muitos casos as reações às repetidas orações de libertação são os sintomas decisivos para ver se são necessários exorcismos; em geral, se não se dão reações a estas orações, se darão tampouco reações aos exorcismos.

         7- Pergunto se existem perturbações estranhas na pessoa: se ouve vozes e se as ouve apenas ela; se tem a impressão de ser observada fixamente, mesmo quando está sozinha no quarto; se sente-se tocada, se vê pessoas que não estão presentes, se tem momentos de paralisia em qualquer parte do corpo... Aqui certamente os médicos teriam muito a dizer a respeito das sugestões e dos desdobramentos da personalidade; mas também se devem valorizar as modalidades de ocorrência dos fatos.

Exorcizei uma pessoa que, quando ia para a cama, parecia que as suas pernas como se eletrizavam: movimentos muito fortes que faziam agitar a sua cama grande e duravam muitas horas, praticamente durante a noite toda. Os médicos não encontravam nada e os medicamentos receitados não surtiam efeito algum.
O marido, seguindo os conselhos de um exorcista, começou a fazer cruzes com água-benta nas pernas da mulher, quando os fenômenos começavam. De imediato os movimentos se acalmavam e depois cessavam; passado algum tempo cessaram por completo.

Tive outro caso, desta vez um homem, com as pernas paralisadas (note-se que, durante os exorcismos, as movimentava com um louco). Se a mulher cutucava suas pernas com um prego ou com um alfinete, não sentia nada; se mergulhava um dedo de água-benta e lhe tocava as pernas, o marido sentia como se estivesse sendo transpassado.

         8- Pergunto se acontecem casos estranhos na casa. Porque é possível que uma casa seja atingida por uma infestação; mas é mais comum que, se for habitada por uma pessoa infestada, a casa transpareça isso. Assim que a pessoa fica curada, cessam as perturbações na casa. Podem ser rangidos, pancadas, passos, barulhos inexplicáveis e ouvidos por todos os presentes; podem ser infestações de poeiras ou de insetos, de que não se percebe a proveniência.
Portas e janelas que se abrem e fecham por si mesmas; objetos que mudam de posição ou desaparecem. Cheiro intensos: em geral, a queimado, a esterco, a enxofre, a carne podre ou incenso. Sabe-se que também a parapsicologia estuda estes casos, de qualquer maneira, conta muito o modo como se verificam.

         9- Por várias vezes já destaquei à importância da modalidade que provoca os fenômenos ou que os acompanha. Precisamente por isso, não deixo nunca de perguntar se houve algum fato especial, uma circunstância inicial que deram início aos fenômenos. Pode ser um fato insignificante, mas também pode estar na sua origem de um episódio grave que a ignorância da pessoa não considerou. Por exemplo: se os fenômenos começaram depois de pessoa ter participado em sessões de espiritismo; de depois de ter consultado magos, cartomante, seitas satânicas; ou se o interessado tinha sido iniciado em práticas de ocultismo, de magia e coisas semelhantes. Pode ter-se verificado um grave litígio com ameaças de vingança. São fatos aos quais é preciso conhecer e avaliar.

         Apresentei apenas as perguntas mais comuns; freqüentemente estas são suficientes ou nem sequer são todas necessárias. Se considerar que tenho motivos suficientes de suspeita (pode bastar apenas um, mas que seja significativo), avanço com o exorcismo. Só assim se chega à certeza se há, ou não, influxo maléfico.
O efeito do exorcismo também deve ser considerado: qual o comportamento da pessoa durante o exorcismo; quais os efeitos dele resultantes nos dias que se seguiram; qual o comportamento e quais os efeitos que se verificam no seu desenrolar, no decurso de uma série de exorcismos.

Isto no caso em que seja oportuno prosseguir nesse sentido. O exorcismo tanto pode durar poucos minutos como muitas horas; não existem regras fixas. Cada exorcista vai adquirindo os próprios métodos e experiência pessoas. É claro que é importante considerar as reações do indivíduo, mas também podem influir causas circunstancias: as muitas pessoas que o exorcista ainda tem de receber, o cansaço do sujeito ou do próprio exorcista... Geralmente, se o exorcista nota que não provoca reação alguma e que não se verificam efeitos, quer dizer não há nada de caráter maléfico.

         Isto para não falar da grande variedade de quanto pode se verificar durante um exorcismo: não existem dois casos iguais. Se uma pessoa foi atingida por um maléfico, este, por vezes, manifesta-se de imediato, com reações violentas; outra vez, vai se manifestando um pouco de cada vez, no decurso de vários exorcismos: tem-se a impressão de que, primeiro, o mal tem de emergir totalmente e, depois, começa a retirar-se até desaparecer por completo.
 
Em casos raros, pode bastar um único exorcismo; na maioria das vezes, é necessário uma série de exorcismos, mesmo durante anos. Depende muito da colaboração da pessoa em causa e do auxílio prestado pelos seus familiares. Naturalmente, trata-se de uma colaboração de caráter espiritual: é necessário que quem auxilia viva na graça de Deus, que reze muito, que freqüente os sacramentos assiduamente, que realize um caminho de formação religiosa.
 
         Concluo respondendo a duas questões fundamentais.

         1- É possível, em todos os casos, chegar à certeza da existência, ou não, da possessão diabólica?
Geralmente sim; num ou noutro caso raro fica-se com a dúvida de estar apenas perante um mal psíquico. Mas é fato que os exorcismos são orações e nunca provocam dano a ninguém. O mesmo não posso dizer das curas médicas; já várias vezes recorreram a mim pessoas que anteriormente tinham sido curadas por médicos, e o resultado que obtiveram foi o de ficarem intoxicadas de medicamentos e atordoadas com os seus efeitos.

         2- A cura é sempre alcançada?
Quase sempre, embora alterne o tempo que demora. E mesmo nos casos em que não se alcança a cura, os pacientes, de qualquer modo, se beneficiam de algum alívio para os seus problemas. Várias vezes ouvi me dizerem que os exorcismos tinham ajudado as pessoas que os receberam a continuarem a viver. O meu mestre, o padre Cândido, não se cansava de me repetir, quando me sentia desencorajado diante da lentidão de alguns processos de cura, que nós, exorcistas, salvamos muitas vidas.
 
Fonte: Extraído do Livro "Exorcistas e Psiquiatras" - Pe. Gabriele Amorth - Ed. Palavra & Prece.