As Revelações Através dos Padres Exorcistas
A REALIDADE DO MALIGNO
Este livro
foi publicado, doze anos depois dos
acontecimentos
(ocorridos em 1975), é um grito de alarme aos suficientes
que tudo explicam por causas naturais. Revela uma realidade
hedionda, um mundo em permanente trabalho de destruição, que
quer aprisionar as almas nas trevas e conseguir a sua
condenação. Esses agentes do reino negro em
expansão, falam do que estão a fazer, do que fizeram e do
que planejam.
Tudo se passa no tempo do Papa Paulo VI, um
homem de dores, e muito do que se diz refere-se àquela
circunstância. No entanto, por cima disso, desfila um
horizonte de destruição e negrura, uma aposta de demolição e
uma raiva sem fim contra a humanidade e o Criador. O livro
não perdeu a atualidade: antes a ganhou, dada o
sentimento do mundo que proclama abertamente a morte de
Deus e do diabo. Na realidade, nem o Criador se
apagou, nem a má criatura desapareceu: antes trabalha
para a perdição da Igreja e dos homens, com uma inteligência
e eficácia inquietantes.
Os documentos no princípio e no fim desta obra, servem para
mostrar que não se trata de uma história fabricada por
alucinados na Suíça. É uma história real,
verificável, inquietantes, misteriosa, que nos
lembra as terríveis palavras de Nossa Senhora de Fátima:
“Vão muitas almas para o inferno porque não tem quem reze
por elas”. Esse sítio existe e desse poço infernal
espalha-se um mal que invade as mentes, as instituições e a
terra. Leiamos com atenção e, como diz São Paulo
referindo-se aos carismas, retenhamos o que é útil, o que é
bom, o que é salvífico e nos pode ajudar na nossa vida de
todos os dias.
Não nos fixemos nos pormenores, nas pequenas coisas;
consideremos antes as grandes linhas e o sofrimento desta
alma. Sofrimento real, terrível, medonho. Pensemos no nosso
próprio sofrimento, tantas vezes exagerado para inglês ver.
E se tivéssemos uma coisa assim?
Elevemos o nosso espírito a Deus, numa oração profunda e
verdadeira, peçamos por todos, invoquemos o Espírito Santo
e... assim, com esta disposição, de entendimento aberto,
comecemos a leitura.
PREFÁCIO
A MINHA EXPERIÊNCIA
(Testemunho do editor Bonaventur Meyer)
(Testemunho do editor Bonaventur Meyer)
A par do grande número de casos de possessão, que chegaram
até nós pela Sagrada Escritura, são muitos os
textos literários que através dos séculos dão testemunho de
tais fatos. O holandês W. C. Van Dam, na sua obra modelar
Demônios e Possessos (Pahloch Editora, 1970)
cita mais de duzentos livros diferentes, que dão testemunho
desta realidade.
No ano de 1947 tomei conhecimento de um caso de possessão e
pude verificar como da mesma pessoa se emitiam vozes
estranhas e como a aspersão com água benta provocava uma
imediata reação de repulsa.
Em 1975 assisti a um exorcismo de sete pessoas possessas,
numa Igreja em Itália. Presenciei as reações dos pobres
possessos durante o exorcismo. Além disso, vi o seu
comportamento durante a recepção dos Sacramentos, a sua
oposição e, finalmente, a sua capitulação perante o
Santíssimo Sacramento. As pessoas assim atormentadas
tinham vindo, por sua livre vontade, para serem exorcizadas
por um Padre piedoso, “porque procuravam um alívio,
que ninguém mais lhes poderia dar”, como elas
próprias me confiaram.
Uma das possessas, que fora dos exorcismos se comporta como
qualquer outra pessoa, mostrou-me cicatrizes nos seus
braços, e explicou-me que durante 25 anos consultara
médicos e professores de Medicina, mas ninguém tinha
conseguido aliviá-la, a não ser aquele Padre, homem Santo,
que na Igreja recitara um exorcismo. Esse Padre,
homem piedoso e de alma fervorosa, proibiu-me de revelar o
seu nome, dado que o Episcopado, por causa do ataque da
imprensa atualmente generalizado em quase todo o mundo, não
autoriza o Grande Exorcismo com que se
expulsam os demônios e, além disso, impõe ao exorcista o
maior silêncio para que nada seja tornado público.
Apesar da Bíblia referir cerca de 70 vezes o inferno e mais
vezes ainda o demônio,
encontramos na Igreja atual Bispos competentes, professores
de Teologia tolerantes, que negam a existência pessoal do
demônio, e com ela, a existência do inferno e também a
existência de todo o mundo Angélico.
SOBRE A POSSESSA.
A propósito da possessa que este livro refere, chegou-se há
pouco, mais uma vez, à conclusão de que no caso desta mulher
e mãe se trata de uma alma reparadora, que desde os 14 anos
é atormentada por pavorosos estados de angústias e períodos
de insônia total. Foi tratada pelos métodos mais
modernos da Medicina e da Psiquiatria durante as
suas oito permanências em clínicas. Quando, depois do mais
rigoroso tratamento, lhe deram alta, considerando-a como um
caso inexplicável, um exorcista conhecido comprovou
casualmente a possessão de um modo inequívoco.
Após um exorcismo, que contou com a colaboração de vários
Sacerdotes, realizado num lugar de Aparições da Virgem
(Fontanelli Montichiari, em Itália), tanto os demônios
(anjos caídos) como almas danadas (pessoas condenadas)
foram obrigados, por ordem da Santíssima Virgem, a fazer
importantes revelações dirigidas à Igreja atual.
Tendo convidado vários Bispos e representantes da
Psiquiatria e Medicina para assistirem a um
exorcismo, realizado em 26 de abril de 1978, dia da
Festa de Nossa Senhora do Bom Conselho, estiveram em
minha casa, para a realização do exorcismo, seis Sacerdotes
e também o psiquiatra francês Dr. M. G. Mouret, director
clínico do hospital psiquiátrico de Limoux (França)
possuidor de grande experiência em tais fenômenos.
Depois do exorcismo de três horas, com muitas revelações
saídas da boca da possessa antes e após o exorcismo, o Dr.
Mouret deixou por escrito o seu testemunho, afirmando que no
caso presente não se tratava nem de esquizofrenia, nem de
histeria, mas sim do controle da pessoa por uma força
exterior, que a Igreja Católica apelida possessão.
Esta mulher, possessa e mãe de quatro filhos, é
continuamente atormentada até ao limite das suas forças.
Apesar disso, procura cumprir o melhor possível os seus
deveres familiares. O fardo monstruoso, os tormentos
causados pelos demônios que lhe perturbam o sono noturno, as
continuas revelações feitas pelos espíritos, significam um
martírio permanente. O seu único alívio vem daqueles
Sacerdotes que, contrariando as tendências atuais, se
compadecem do seu estado, lhe ministram os Sacramentos e
recitam o Exorcismo.
Mas já em 25 de abril de 1977, por disposição da
Divina Providência, tinha visitado a possessa e
assistido a um exorcismo, acompanhado pelo prelado Professor
Dr. Georg Siegmund, de Fulda. Como docente, formara gerações
de Sacerdotes e também como teólogo, filósofo e biólogo,
publicara já um grande número de trabalhos científicos, de
tal modo que o físico de renome mundial, o cristão
evangélico Pascal Jordan, qualificou-o como um dos filósofos
e teólogos mais importantes da atualidade.
Sem tomar posição relativamente ao conteúdo das revelações
demoníacas, o Prof. Siegmund atesta no epílogo:
“Relativamente à pessoa, estou convencido de que não se
trata, nem de uma histérica, nem de uma psicopata ou de uma
doente psíquica, o que, aliás, já foi também confirmado por
médicos especialistas. Os seus fenômenos de possessão, como
eu próprio pude observar, dão a impressão de se tratar de
possessão autêntica. Ela e também a sua família sofrem, pois
que a autoridade competente, impede uma verdadeira
assistência espiritual, por receios, aliás, compreensíveis,
numa época em que reina a negação do espiritual”.
No seu testemunho, o Prof. Siegmund refere-se ao número sempre crescente de pessoas, mesmo nas escolas superiores de Teologia, que negam a existência de satanás e dos Anjos. A esta atitude segue-se a destronização do Altíssimo.
No seu testemunho, o Prof. Siegmund refere-se ao número sempre crescente de pessoas, mesmo nas escolas superiores de Teologia, que negam a existência de satanás e dos Anjos. A esta atitude segue-se a destronização do Altíssimo.
Bonaventur Meyer
A VIDA POSSESSA
Embora a senhora em causa, devido ao seu estado de saúde e à
grande distância e isolamento da sua aldeia natal só tivesse
freqüentado a escola primária, possui inteligência acima da
média, compreensão rápida e boa memória. Da sua biografia,
que ela própria escreveu à máquina, extraímos as seguintes
passagens (por motivos compreensíveis omitimos nomes e
lugares e, por questões de espaço, abreviamos as
descrições).
“Os meus pais viviam numa pequena quinta. O lugar é muito
isolado. Nasci na Suíça alemã, em 1937, no Domingo do Santo
Escapulário, dia em que a admissão das crianças na
Congregação do Escapulário era solenemente festejada. Fui
batizada na terça-feira seguinte. Diz a minha mãe que eu, em
bebê, chorava muito e dormia excepcionalmente pouco.
Pensavam, no entanto, que isso era devido a problemas
intestinais, mas nunca foi possível fundamentar essas
conjecturas dum modo satisfatório.
Na primavera de 1944, comecei a freqüentar a escola. Era uma
criança tímida e muito calma. Aprendia com facilidade. A
leitura, a escrita e as contas, não apresentavam qualquer
dificuldade para mim.
O meu lugar preferido era à beira do ribeiro, na erva e
junto das flores. Muitas vezes juntava-me com outras
crianças e gostávamos de agitar as pernas dentro da água. As
nossas conversas eram iguais às de qualquer criança desta
idade. Também falávamos, às vezes, de assuntos de carácter
religioso, do Céu, do inferno, do Purgatório.
Fiz a primeira Comunhão em 1946. Levei esse ato muito
a sério e preparei-me o melhor que pude. Dum modo
geral, posso dizer que o tempo escolar passou sem incidentes
dignos de nota. Desde muito nova acompanhava os meus pais ao
campo, onde procurava ser útil. Os meus irmãozitos exigiam
muito tempo e trabalho.
Depois da minha primeira Comunhão passei a ir quase
diariamente à Missa e à Sagrada Comunhão. Tinha,
então, a sensação, quando lia o meu Missal negligentemente
ou rezava menos, de que as graças eram menos abundantes. Aos
treze anos, tive que agüentar ataques mais ou menos duros
doutras crianças. Cochichavam que eu era uma “beata” e que
queria ir para freira. Senti-me profundamente envergonhada
mas, referindo-se ao fato, a minha avó disse-me: “Ora, não
dês ouvidos às outras crianças. Elas não sabem o que dizem.
O que importa, é que Deus esteja contente contigo.”
Gostava muito de ir à Igreja e, quando na Missa solene, o
coro entoava cânticos, os altares estavam ornados de flores
e o cheiro do incenso se espalhava, tinha a impressão de que
todos os que se encontravam estavam muito próximo do Céu.
ACEITAR A VONTADE DE DEUS
“Era o começo da insônia total e, o mais simples era aceitar
a vontade de Deus. Mais tarde, compreendi que me envolvia e
revolvia nesta cruel obscuridade, sem encontrar uma saída.
Este tormento era o meu quinhão, dia e noite, e ninguém
podia ajudar-me. A minha madrinha acompanhou-me ao médico,
que ficava muito distante. Ele disse que eu tinha apanhado
uma inflamação nos rins e na bexiga, e que isso atacara o
sistema nervoso. Receitou-me medicamentos, mas continuei a
piorar e algum tempo depois, o médico mandou-me para o
hospital”.
Deste modo, esta pobre criança foi submetida, desde os
catorze anos, ao mais duro dos martírios. Passou os anos
seguintes ajudando nos trabalhos domésticos, sendo essa
atividade apenas interrompida pelos tratamentos médicos e
por curtas estadias no hospital. Como se esses sofrimentos
não bastassem, teve que mandar arrancar os dentes porque um
médico pensou que eles eram a causa dos seus sofrimentos.
Isto, porém, não levou a nenhuma mudança no seu estado; foi
apenas, para a pobre, um sofrimento suplementar.
A Divina Providência deu-lhe então um homem sem fortuna, mas
honesto. Casou com ele em 1962, embora a princípio a família
a tivesse dissuadido de o fazer. Esta mulher e mãe, na casa
dos quarenta anos, deu à luz quatro encantadoras crianças.
Durante a gravidez e os partos não experimentou quaisquer
melhoras nos seus inexplicáveis sofrimentos. Pelo contrário.
Mais enfraquecida que nunca foi levada para clínicas e casas
de repouso, mas por fim os especialistas de uma clínica de
grande nomeada, mandaram-na para casa, como uma pessoa
mentalmente sã, mas considerando-a um caso inexplicável.
Injeções, eletrochoques e outros tratamentos,
ocasionaram-lhe maiores e insuportáveis sofrimentos,
interrompidos apenas por fugidios raios de luz. Por volta de
1972, (então com 35 anos), registrou ligeiras melhoras. Ela
escreveu a este propósito:
“Descobriu-se, por acaso, que sofria duma falta total de
fósforo. Tomei umas cápsulas e, de fato registraram-se
melhoras, no meu estado geral. Até que ponto era fósforo,
até que ponto era a vontade de Deus que me dava finalmente
alívio? Não sei! Consegui dormir, se é que se pode chamar
dormir a um mero passar pelo sono ou, quando tudo ia pelo
melhor, dormitar. Os estados de angústia eram cada vez mais
raros, sentia de novo vontade de rir e podia já fazer
normalmente os meus trabalhos caseiros. O meu marido andava
radiante, mas não havia ninguém que se sentisse mais
aliviado do que eu. Podia ter novamente dois filhos comigo,
o que me dava uma enorme alegria. Louvei e glorifiquei o
Senhor por ter sido finalmente liberta, mas nem por isso
deixei de compreender que o sofrimento, por maior e mais
esmagador que seja, pode ser sempre uma graça. Por isso,
pensava muitas vezes que Ele sabia a razão de me ter
conduzido através desta noite.”
EXORCISMOS E REVELAÇÕES
Em 1974, sobreveio uma grave recaída. “A minha irmã levou-me
a casa de um bom homem que já tinha prestado ajuda a muitas
pessoas. Na sua presença, senti bruscamente uma sacudidela
no braço, sem que eu o tivesse movimentado. O homem disse de
repente: 'Penso que a senhora está possessa. Em seguida, fui
ter com um Sacerdote, que se mostrou muito cético, mas que
apesar disso, fez um exorcismo. Então, ele declarou-me que
todos os sinais indicavam que se tratava de possessão.”
Finalmente, depois de difíceis exorcismos e de muitas
orações, um exorcista experimentando conseguiu
romper a barreira. Depois de vários exorcismos, os
demônios e as almas condenadas, com certos intervalos,
foram-se revelando. Conseguiu-se mesmo uma
libertação temporária, mas todos os demônios voltaram.
Pediu-se a um Bispo para dar autorização a um exorcismo
oficial e para tomar a responsabilidade. No dia 8 de
Dezembro de 1975, cinco exorcistas obtiveram autorização
para o Grande Exorcismo. Seguiram-se outros, de
carácter mais limitado, em que estiveram presentes, no
máximo, três Padres. As revelações feitas no decurso destes
exorcismos pelos demônios, sob as ordens da Santíssima
Virgem, são as que se encontram na presente obra.
SITUAÇÃO PRESENTE
Os pais confirmaram, em algumas frases escassas e sucintas,
certas datas da vida da sua filha. Tanto eles como ela
ignoram até 1974 a origem dos seus indizíveis sofrimentos.
Tudo tentaram, quer através da Medicina, quer da
Psiquiatria, para que a filha pudesse ter alívio e
curar-se. Tudo em vão. Restou-lhes unicamente o
caminho da oração.
O que mais impressiona na casa paterna é a simplicidade e o
horror a qualquer idéia de maravilhoso e espetacular. A
origem dos sofrimentos da filha é para eles inexplicável e
entregam-se confiantemente à oração,
numa submissão total à vontade de Deus. Os numerosos
documentos, como cartas, registros gravados e fotografias
tiradas durante os exorcismos, estão à disposição da Igreja,
para uma investigação canônica.
A Divina Providência nem sequer permitia os seus amigos ou
vizinhos se interessarem sobre o que estava a passar-se. A
sua possessão só se manifesta na sua vida interior e, embora
seja cruelmente atormentada durante noites inteiras, pode
durante o dia desempenhar as suas tarefas domésticas.
Desde 1975 que não freqüenta a Igreja e é horrivelmente
assediada pelos demônios, em diversas partes da Santa Missa,
à benção ou quando se encontra em contato com relíquias ou
objetos benzidos. Sempre que possível, é semanalmente
visitada por um Sacerdote que lhe ministra os Sacramentos.
OS
PLANOS DE DEUS
Os sofrimentos expiatórios que esta mulher aceita com tanta
generosidade, a miséria interior que suporta e o total
abandono em que vive, particularmente nos dias que se seguem
aos exorcismos, em união com os sofrimentos de Cristo, com a
sua agonia e abandono, decerto muito contribuirão para a
salvação das almas. A grande preocupação desta alma
reparadora é a de não entravar, por sua culpa, as revelações
feitas ao nosso tempo, pelos demônios, sob as ordens da
Rainha do Céu e da Terra, e não permitir assim que, por
negligência e descuido, muitas almas, que poderiam
salvar-se, sejam condenadas para sempre.
Pedimos a todos os leitores destas linhas uma oração muito
especial por intenção desta alma tão sacrificada.