Papa Bento XVI corrigiu CVII
O papa Bento XVI corrigiu o Concílio Vaticano II! Pode parecer incrível, mas em pelo menos um ponto as ambigüidades do Concílio sofreram um duro golpe. O fato passou despercebido aos olhos da maioria das pessoas, mas após uma análise mais acurada não tem como ser negado.
Pois bem, ensinou o Concílio Vaticano II no número 08 da Lumen Gentium:
“(...) a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação (destaques meus)”.
(http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html)
Ora, isto é um absurdo, pois somente se pode purificar aquilo que está impuro, maculado. Dizer que a Igreja precisa de purificação está errado. Mesmo sem explicitar a expressão “Igreja pecadora”, o concílio deixou entender que Ela o é, pois, repito, somente aquilo que está impuro pode ser purificado. Mas como nós sabemos, na carta aos Efésios São Paulo deixou bem claro que a Igreja foi deixada por Cristo sem mácula alguma, perfeita como o cordeiro santo. Dizer que a Igreja precisa de purificação é muito errado, para não dizer heterodoxo. Dá margem a conclusões que foram muito exploradas pelos inimigos da Igreja nas últimas décadas, que passaram a creditar à Igreja os pecados de seus filhos.
Pois bem, já no novo Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, promulgado há pouco tempo, percebemos que o Papa Bento XVI corrigiu este grave erro ensinado pelo Concílio Vaticano II. Sobre este assunto a questão é tratada da seguinte maneira, no número 165:
“Em que sentido a Igreja é santa? A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação (destaques meus). (http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html)
Vejam a correção feita pelo Papa Bento XVI: na Lumen Gentium era a Igreja penitente e imperfeita quem busca purificação. Agora a mudança: Bento XVI proclama que são os fiéis pecadores quem tem de purificar-se, e não a Igreja, que para o papa é sempre santa e santificadora. Portanto, somos nós, os filhos da Igreja, os pecadores que precisamos ser purificados.
Em sua recente viagem tão abençoada ao Brasil, em discurso aos Bispos na Catedral de São Paulo (10/05/07) Bento XVI desmentiu o erro da igreja santa e pecadora lembrando que São Paulo escreveu que a Igreja é santa e incorruptível. Eis as palavras de Bento XVI nesse discurso:
"Mas tende confiança: a Igreja é santa e incorruptível (cf. Ef 5,27). Dizia Santo Agostinho: "Vacilará a Igreja se vacila o seu fundamento, mas poderá talvez Cristo vacilar? Visto que Cristo não vacila, a Igreja permanecerá intacta até o fim dos tempos" (Enarrationes in Psalmos, 103,2,5; PL, 37, 1353.).
Portanto, é um erro grave dizer e uma contradição delirante ensinar que a Igreja é santa e pecadora. Ela é santa, santificadora e incorruptível.
Deus seja louvado, porque essa correção é também outro furo no balão do Concílio Vaticano II, provando que este concílio meramente pastoral, que recusou empregar o caráter da infalibilidade, ensinou sim uma doutrina totalmente estranha a doutrina de sempre da Igreja.
Com essa correção, quem poderá agora dizer que o Concílio Vaticano II não tem erros? Pelo menos um erro ele tem, e este já foi corrigido, o que demonstra a sua falibilidade. Claro que existem outros erros, que também serão corrigidos. Quando? Não o sabemos. Mas agora, com o papa Bento, isto deverá acontecer, ainda que lentamente.
Como diz o professor Orlando, podemos nos enganar sobre qual o papa que corrigirá os erros atuais, mas nunca de esperança. Bento XVI deu o primeiro passo, ao corrigir esta importante questão. E agora corrigiu o famoso subsistit. O resto, agora, será conseqüência desses princípios.
Quem viver, verá.
Viva o papa! Semper! Semper! Semper!