Jesus Crucified

Jesus Crucified
Jesus Christ have mercy on us

Holy Tridentine Mass - Santa Missa Tridentina.

domingo, 29 de novembro de 2015

Latin Mass- 1st Sunday of Advent (Latin and English)



Dominica Prima Adventus 
Statio ad S. Mariam Majorem
I classisViolaceus

Introitus: Ps. 24. 1-3; ibid. 4
Ad te levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. Ps. Vias túas, Dómine, demónstra mihi: et sémitas túas édoce me. Glória Patri, et Fílio, et Spirítui Sancto. Sicut erat in princípio, et nunc, et semper, et in sæcula sæculórum. Amen.

Oratio Excita quæsumus, Dómine, poténtiam tuam, et veni: ut ab imminéntibus peccatórum nostrórum perículis, te mereámur protegénte éripi, te liberánte salvári. Qui vivis et regnas, cum Deo Patre in unitáte Spíritus Sancti, Deus, per ómnia sæcula sæculórum. Amen.

Epistola: Rom. 13. 11-14 Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Romános.
Fratres: Sciéntes, quia hora est jam nos de somno súrgere. Nunc enim própior est nostra salus, quam cum credídimus. Nox præcéssit, dies autem appropinquávit. Abjiciámus ergo ópera tenebrárum, et induámur arma lucis. Sicut in die honéste ambulémus: non in comessatiónibus, et ebrietátibus, non in cubílibus, et impudicítiis, non in contentióne, et æmulatióne: sed induímini Dóminum Jesum Christum.

Graduale: Ps. 24. 3,4. Univérsi, qui te exspéctant non confundéntur, Dómine. Vias túas, Dómine, notas fac mihi: et sémitas túas édoce me.

Alleluia: Ps. 84. 8 Allelúia, allelúia. Osténde nobis , Dómine, misericórdiam tuam: et salutáre tuum da nobis. Allelúia.

Evangelium: Luke. 21. 25-33 Sequéntia sancti Evangélii secúndum Lucam.
In illo témpore: Dixit Jesus discípulis suis: Erunt signa in sole, et luna, et stellis, et in terris pressúra géntium præ confusióne sónitus maris, et flúctuum: arescéntibus homínibus præ timóre, et exspectatióne, quæ supervénient univérso orbi: nam virtútes cœlórum movebúntur: et tunc vidébunt Fílium hóminis veniéntem in nube cum potestáte magna, et majestáte. His autem fíeri incipiéntibus, respícite, et leváte cápita vestra: quóniam appropínquat redémptio vestra. Et dixit illis similitúdinem: Vidéte ficúlneam, et omnes árbores: cum prodúcunt jam ex se fructum, scitis quóniam prope est æstás. Ita et vos, cum vidéritis hæc fíeri, scitóte quóniam prope est regnum Dei. Amen dico vobis, quia non præteríbit generátio hæc, donec ómnia fiant. Cœlum, et terra transíbunt: verba autem mea non transíbunt.

Offertorium: Ps. 24, 1-3 Ad te levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi, qui te exspéctant, non confundéntur.

Secreta Hæc sacra nos, Dómine, poténti virtúte mundátos, ad suum fáciant purióres veníre princípium. Per Dóminum nostrum Jesum Christum Fílium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sancti, Deus, per ómnia sæcula sæculórum. Amen.

Communio: Ps. 84. 13 Dóminus dabit benignitátem: et terra nostra dabit fructum suum.

Postcommunio Suscipiámus Dómine misericórdiam tuam in médio templi tui: ut reparatiónis nostræ ventúra solémnia cóngruis honóribus præcedámus. Per Dóminum nostrum Jesum Christum Fílium tuum, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sancti, Deus, per ómnia sæcula sæculórum. Amen.


First Sunday of Advent
First Class
Violet
Introit: Ps. 24. 1-3; Ibid. 4 To Thee, O Lord, have I lifted up my soul: in Thee, O my God, I put my trust; let me not be ashamed. Neither let my enemies laugh at me: for none of them that wait on Thee shall be confounded. Ps. Show, O Lord, Thy ways to me, and teach me Thy paths. Glory be to the Father, and to the Son, and to the Holy Ghost As it was in the beginning, is now, and ever shall be, world without end. Amen.

Collect Arise in Thy strength, we beseech Thee, O Lord, and come: from the dangers which threaten us because of our sins, be Thy presence our sure defense, be Thy deliverance our safety for evermore. Who livest and reignest, with God the Father, in the unity of the Holy Ghost, God, world without end. Amen.

Epistle: Rom 13. 11-14 A reading from the Epistle of the blessed apostle Paul to the Romans. Brethren, knowing the time, that it is now the hour for us to rise from sleep; for now our salvation is nearer than when we believed. The night is past, and the day is at hand; let us therefore cast off the works of darkness, and put on the armour of light. Let us walk honestly, as in the day; not in rioting and drunkenness, not in chambering and impurities, not in contention and envy; but put ye on the Lord Jesus Christ.

Gradual: Ps. 24. 3, 4 None of them that wait on Thee shall be confounded. Show, O Lord, Thy ways to me, and teach me Thy paths.

Alleluia: Ps. 84. 8 Alleluia, alleluia. Show us O Lord, Thy mercy: and grant us Thy salvation. Alleluia.

Gospel: Luke 21. 25-33 A reading from the Holy Gospel according to Saint Luke.
At that time, Jesus said to His disciples: There shall be signs in the sun, and in the moon, and in the stars; and upon the earth distress of nations, by reason of the confusion of the roaring of the sea and of the waves: men withering away for fear and expectation of what shall come upon the whole world. For the powers of heaven shall be moved; and then they shall see the Son of man coming in a cloud with great power and majesty. But when these things begin to come to pass, look up and lift up your heads, because your redemption is at hand. And He spoke to them a similitude: See the fig tree, and all the trees; when they now shoot forth their fruit, you know that summer is nigh; so you also, when you shall see these things come to pass, know that the kingdom of God is at hand. Amen I say to you, this generation shall not pass away till all things be fulfilled. Heaven and earth shall pass away, but My words shall not pass away.

Offertory: Ps. 24. 1-3 To Thee have I lifted up my soul: in Thee, O my God, I put my trust, let me not be ashamed: neither let my enemies laugh at me: for none of them that wait for Thee shall be confounded.

Secret May, O Lord, these Sacred Rites enable us, whom by Thy mighty power Thou hast cleansed from sin, to come pure in heart before Thee who art their author. Through our Lord Jesus Christ, Thy Son, Who liveth and reigneth with Thee in the unity of the Holy Ghost, God, world without end. Amen.

Communion: Ps. 84. 13 The Lord will give goodness: and our earth shall yield her fruit.

Postcommunion May we in the midst of Thy holy temple, O Lord, receive of Thy mercy, who seek with fitting honour to welcome the coming festival of our Redemption. Through our Lord Jesus Christ, Thy Son, Who liveth and reigneth with Thee in the unity of the Holy Ghost, God, world without end. Amen.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Missas em Viseu e no Porto

Missas em Viseu e no Porto


Domingo 08 de Novembro, Missa:

– Em Viseu às 12h00 (Terço e Confissões às 11h30)

– Em Argoncilhe, às 18h00 (Terço e Confissões às 17:30)

Para maiores informações:

Priorado São Pio X
Estrada de Chelas 29-31
1900-148 Lisboa, Portugal
 [00 351] 218 143 591

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

20º Domingo depois de Pentecostes

[Sermão] Carpe Diem: redimir o tempo e o plano de vida



Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Ave Maria…
“Irmãos, tende cuidado em andar com prudência: não como insensatos, mas como pessoas circunspectas, aproveitando o tempo, porque estão a correr maus dias.” Essas são as palavras de São Paulo no início da Epístola de hoje, tirada de sua Epístola aos Efésios.
O apóstolo nos diz para andar com prudência. A prudência é escolher os melhores meios para chegar a fins bons. Em última instância, a prudência é escolher os melhores meios para que cheguemos a nosso fim último, que é a felicidade eterna. A imprudência pode vir do fato de que escolhemos meios ruins para chegar a um fim bom ou porque temos em vista um fim mal a ser atingido. Se somos prudentes, escolhemos os melhores meios – lícitos, claro -, para chegarmos ao céu.
São Paulo acrescenta que não devemos ser insensatos, tolos, mas circunspectos. A circunspecção é parte da virtude da prudência. Pela circunspecção, eu considero as circunstâncias, aquilo que está em torno de mim, para poder agir da melhor maneira possível e atingir meu objetivo, que é a salvação. O texto original latino nos fala, porém, não propriamente da circunspecção, mas da sabedoria: não sede insensatos, mas sábios. O sábio é aquele que considera todas as coisas a partir de uma visão elevada. O sábio enxerga as coisas como Deus as vê, dando importância a cada coisa segundo a sua ordenação a Deus. O sábio considera todas as coisas com o olhar da fé, sabendo que estamos aqui nessa vida para ganhar o céu. O sábio não se deixa enganar pelas máximas do mundo, pelo naturalismo que nos faz esquecer de Deus, pelo ateísmo prático, que desconsidera Deus no quotidiano, como se Ele não existisse. O sábio não se deixa levar pelas falsas soluções contrárias à fé ou que não colocam Cristo e sua Igreja em primeiro plano.
E o sábio sabe aproveitar o tempo. Ele não o aproveita como os pagãos ou como os cristãos que vivem como pagãos. Estes, tolos, dizem como Horácio, poeta pagão de antes de Cristo: carpe diem, aproveite o dia, aproveite o tempo. Ele dizia isso para que as pessoas vivessem afogadas em suas desordens, agindo segundo suas paixões. Colocavam a felicidade nisso: nas satisfações das paixões e dos sentimentos. Carpe diem, devemos dizer nós, os católicos, aproveitemos o dia para ganhar o céu, como sábios. É assim que o sábio aproveita o dia, aproveita o tempo. Movido pela perspectiva da eternidade, o sábio sabe que cada instante é precioso para que possa acumular o verdadeiro tesouro, para que possa multiplicar os talentos que lhe foram dados por Deus. Sabe que não pode desperdiçar o tempo com coisas vãs e fúteis. Sabe que não deve consumir seu tempo diante da televisão para ver não somente coisas vãs e fúteis, mas ofensivas a Deus e prejudiciais para a sua alma. E assim também com a internet, muitas vezes. Se consumir seu tempo com isso, será consumida a própria pessoa por essas coisas. O sábio sabe que cada instante de sua vida é precioso para estar em estado de graça, pois o instante seguinte pode ser o de sua morte.
Mais do que aproveitar o tempo, o sábio sabe redimir o tempo, como nos faz compreender o original latino do texto. O sábio redime o tempo, usando-o para o bem de sua alma. O sábio sabe que deve procurar aproveitar ao máximo o tempo, redimir o tempo, principalmente quando os dias são maus. Maus eram os dias no tempo de São Paulo. É bem provável que o Apóstolo faça menção à perseguição sangrenta, com a qual ele mesmo sofreria pouco tempo depois, sendo martirizado pelos romanos. Vivemos também nós dias maus. Os maus dias hoje são maus pela apostasia generalizada, pela tentativa de mudar e de corromper as palavras de vida de Nosso Senhor mesmo nas questões mais elementares. Maus dias porque os homens são insensatos, tolos, dizendo em seus corações: Deus não existe ou, se existe, Ele está sempre de acordo com a minha vontade. Maus dias porque vamos caminhando para o abismo. Cícero, autor pagão de antes de Cristo, exclama diante da depravação de costumes de sua época: “o tempora, o mores” (ó tempos, ó costumes). O que devemos nós exclamar diante de uma sociedade que volta aos mais bárbaros costumes pagãos depois de ter conhecido a luz sublime do Evangelho? Devemos redimir o tempo, dobrando o joelho diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, fazendo boas obras, vivendo a fé católica. Não devemos, então, perder o nosso tempo, mas devemos redimi-lo. Aproveitá-lo realmente para a nossa salvação. Fazer tudo com caridade, mesmo as coisas mais simples e necessário. Como nos diz São Paulo (1Cor 10, 31): “quer comais, quer bebais, fazei tudo para a maior glória de Deus”, isto é, por amor a Deus e para que Ele seja mais conhecido e amado.
Devemos, então, caros católicos, evitar a ociosidade, que consiste em ficar à toa ou desperdiçar o tempo com coisas vãs, inúteis. A ociosidade é mãe de todos os vícios, em particular ela é mãe da impureza e da preguiça, sobretudo da preguiça espiritual. Para redimirmos o tempo e evitarmos a ociosidade, devemos fazer um plano de vida. É o que nos sugere a sabedoria católica.
O plano de vida é estabelecer um horário completo e detalhado das ocupações do dia, para procurar cumpri-lo fielmente. Do levantar ao dormir e abarcando todas as atividades. Quais orações e em que momentos do dia as farei. Horários de trabalho, de estudo. Horário também para as distrações, moderadas e não contrárias a Deus. Devemos fazer um horário para cada dia da semana e procurar cumpri-lo, a não ser que haja motivo proporcional para deixá-lo de lado. Chama-se plano de vida, mas é, na verdade, um plano diário, para cada dia. Tampouco precisa ser o mesmo para cada dia, pois cada dia pode ter suas particularidades, com suas obrigações e atividades próprias.
A utilidade do plano de vida é muito clara, sobretudo para os espíritos inconstantes, como tendemos a ser todos na sociedade atual. Sem o plano de vida, perdemos muito tempo, ficamos indecisos sobre o que fazer, nos descuidamos das obrigações ou as cumprimos de modo desordenado e chegamos à inconstância e seremos volúveis. Sem saber o que fazer, terminaremos à toa na internet ou em alguma outra distração inútil. Com o plano de vida sabiamente estabelecido, ao contrário, e tendo definido com precisão as atividades de cada dia, não ficaremos sem saber o que fazer, não perderemos tempo, nada de importante nos escapará, teremos facilidade para fazer todas as nossas ações com espírito sobrenatural e educaremos nossa vontade. É bom que mesmo a família tenha alguns horários estabelecidos para cada dia, sobretudo para a oração.
Para tirar do plano de vida todo o bem que ele pode nos dar, é preciso traçá-lo com sabedoria e não adotá-lo definitivamente a não ser depois de tê-lo provado durante certo tempo, para ver se ele se adapta realmente a nossas obrigações ou se é preciso modificá-lo em algo.
Algumas regras básicas na elaboração do plano de vida: 1º) o plano de vida deve estar completamente de acordo com os deveres de estado da pessoa, de acordo com suas obrigações habituais. Deve levar em conta o seu caráter, para corrigir os defeitos próprios do caráter e para favorecer as virtudes próprias do caráter. Ele deve levar em consideração a sua saúde física. De nada adiantaria estabelecer um plano de vida em que se dorme 5 horas por noite, se no dia seguinte a pessoa não consegue fazer nada bem por causa do cansaço. 2º) O plano de vida deve ser flexível e rígido a um só tempo. Flexível para não nos sentirmos escravizados por ele quando a caridade para com o próximo ou uma circunstância importante imprevista nos obrigue a mudanças. Isso se aplica muito aos pais e mães de família, principalmente de crianças menores. Mas deve ser rígido, pois é preciso procurar segui-lo a não ser que algo relevante o impeça. 3º) O plano de vida deve conter não somente o horário, do acordar ao dormir, mas próximo a ele deve estar também a lista com as minhas más inclinações, que devo combater, e a lista com as virtudes que mais devo procurar adquirir. E a isso devemos juntar o exame de consciência diário.
Caros católicos, devemos aproveitar o tempo. Devemos redimi-lo. Se redimirmos o tempo, o tempo vai nos redimir, pois iremos aproveitá-lo para conquistar o céu.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

 Padre Daniel Pereira Pinheiro, IBP

quarta-feira, 25 de março de 2015

THE ANNUNCIATION OF THE BLESSED VIRGIN MARY; WEDNESDAY OF PASSION WEEK

DOUBLE, FIRST CLASS / WHITE 














Every year this feast recalls anew Mary's reply to God's angelic messenger: "Behold the handmaid of the Lord, be it done unto me according to thy word." Every work of the Creator is called to perfection, and perfection consists in obedience. The heavens and the earth inevitably announce the glory of God, but to human beings alone God granted a free will to serve Him. At the Annunciation, the obedience of Mary brought Christ down on earth to save fallen humanity. we, too, are called upon to co-operate with the Creator. The glory of God awaits our human word of obedient consent.
 

INTROIT
 (Ps. 44:13, 15, 16)All the rich among the people shall seek your favor. Behind her the virgins shall be led to the king, her friends shall be brought to you with gladness and joy. 
Ps. 44:2.
 My heart overflows with good tidings; I sing my song to the king. 
V.
 Glory be . . .


COLLECT
 
O God, by Your divine decree the Word was made flesh in the womb of the Blessed Virgin Mary at the announcement of the angel. May the prayers of the Virgin help us, for we believe that she is truly the Mother of God. Through the same Jesus Christ, our Lord . . .
 


Commemoration of WEDNESDAY OF PASSION WEEK
O God, sanctify the Lenten fast and in Your mercy enlighten the hearts of Your faithful. Hear the prayers of those who, by Your grace, call upon You with devotion. Through Our Lord . . .

LESSON (Isa. 7:10-15)
In those days, the Lord spoke again to Achaz, saying: "Ask thee a sign of the Lord thy God, either unto the depth of hell, or unto the height above." And Achaz said: "I will not ask, and I will not tempt the Lord." And he said: "Hear ye therefore, O house of David: Is it a small thing for you to be grievous to men, that you are grievous to my God also? Therefore the Lord himself shall give you a sign. Behold a virgin shall conceive, and bear a son and his name shall be called Emmanuel. He shall eat butter and honey, that he may know to refuse the evil, and to choose the good."
 


GRADUAL (Ps. 44:3, 5)
Grace is poured out on your lips; therefore God has blessed you forever and for all ages. V. For the sake of truth and meekness and justice, may your right hand lead you on wonderfully.

TRACT (Ps. 44:11, 12, 13, 10 15-16)
Hear, O daughter, and see; turn your ear, for the king greatly desires your beauty. V. All the rich among the people seek your favor, the daughters of the king wish to be held in honor by you. V. Behind her the virgins shall be led to the king; her friends shall be brought to you. V. They shall be brought in with gladness and joy, they shall be led into the temple of the king.

GOSPEL (Luke 1:26-38)
 
At that time, the angel Gabriel was sent from God into a city of Galilee, called Nazareth, To a virgin espoused to a man whose name was Joseph, of the house of David: and the virgin's name was Mary. And the angel being come in, said unto her: "Hail, full of grace, the Lord is with thee: blessed art thou among women." Who having heard, was troubled at his saying and thought with herself what manner of salutation this should be. And the angel said to her: "Fear not, Mary, for thou hast found grace with God. Behold thou shalt conceive in thy womb and shalt bring forth a son: and thou shalt call his name Jesus. He shall be great and shall be called the Son of the Most High. And the Lord God shall give unto him the throne of David his father: and he shall reign in the house of Jacob for ever. And of his kingdom there shall be no end."
 
And Mary said to the angel: "How shall this be done, because I know not man?" And the angel answering, said to her: "The Holy Ghost shall come upon thee and the power of the Most High shall overshadow thee. And therefore also the Holy which shall be born of thee shall be called the Son of God. And behold thy cousin Elizabeth, she also hath conceived a son in her old age: and this is the sixth month with her that is called barren. Because no word shall be impossible with God." And Mary said: "Behold the handmaid of the Lord: be it done to me according to thy word."
 

OFFERTORY ANTIPHON (Luke 1:28, 42)
 
Hail, Mary, full of grace, the Lord is with thee. Blessed art thou among women, and blessed is the fruit of thy womb.
 

SECRET 

O Lord, fix deeply in our minds the mysteries of our true faith. We profess that Your Son who was conceived of a virgin is true God and true man. May His life-giving resurrection bring us the reward of eternal happiness. Through the same Jesus Christ, our Lord . . .
 


Commemoration of WEDNESDAY OF PASSION WEEK
O merciful God, hear us, and grant that we may offer this sacrifice of praise and reparation with true devotion. Through Our Lord . . .

COMMUNION ANTIPHON (Isa. 7:14)
Behold, a virgin shall conceive, and shall bear a son, and his name shall be called Emmanuel.
 

POSTCOMMUNION 

Pour forth Your grace into our hearts, O Lord, so that we who learned of the Incarnation of Your Son Christ through the message of an angel, may be brought to the glory of Jesus' resurrection by His passion and cross. Through the same Jesus Christ, our Lord . . .



Commemoration of WEDNESDAY OF PASSION WEEK
O Almighty God, we humbly beg the heavenly blessings of Your Sacrament which we have received. May it bring us Your grace and salvation. Through Our Lord . . .




http://tridentine-mass.blogspot.pt/2015/03/the-annunciation-of-blessed-virgin-mary.html

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-A MENSAGEM DE FÁTIMA

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
 APÊNDICE IIIA parte mais bem guardada do «segredo» de Fátima, acompanhada
de um comentário adequado da Congregação para a Doutrina da Fé, foi publicada em 26 de Junho de 2000. Com esta divulgação a Mensagem de Fátima alcança uma actualidade e um valor extraordinários.
Transcrevemos aqui, na íntegra, o texto do referido documento.


A MENSAGEM DE FÁTIMA
APRESENTAÇÃO

Na passagem do segundo para o terceiro milénio, o Papa João
Paulo II decidiu tornar público o texto da terceira parte do «segredo
de Fátima».
Depois dos acontecimentos dramáticos e cruéis do século XX,
um dos mais tormentosos da história do homem, com o ponto culminante no cruento atentado ao «doce Cristo na terra», abre-se
assim o véu sobre uma realidade que faz história e a interpreta na
sua profundidade segundo uma dimensão espiritual, a que é refractária a mentalidade actual, frequentemente eivada de
racionalismo.
A história está constelada de aparições e sinais sobrenaturais,
que influenciam o desenrolar dos acontecimentos humanos e
acompanham o caminho do mundo, surpreendendo crentes e descrentes.
Estas manifestações, que não podem contradizer o conteúdo
da fé, devem convergir para o objecto central do anúncio de
Cristo: o amor do Pai que suscita nos homens a conversão e dá a
graça para se abandonarem a Ele com devoção filial. Tal é a mensagem de Fátima, com o seu veemente apelo à conversão e à
penitência, que leva realmente ao coração do Evangelho.
Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas.
A primeira e a segunda parte do «segredo», que são publicadas
em seguida para ficar completa a documentação, dizem respeito
antes de mais à pavorosa visão do inferno, à devoção ao Imaculado
Coração de Maria, à segunda guerra mundial, e depois ao prenúncio dos danos imensos que a Rússia, com a sua defecção da fé cristã e adesão ao totalitarismo comunista, haveria de causar à
humanidade.
Em 1917, ninguém poderia ter imaginado tudo isto: os três
pastorinhos de Fátima vêem, ouvem, memorizam, e Lúcia, a testemunha sobrevivente, quando recebe a ordem do Bispo de Leiria e a autorização de Nossa Senhora, põe por escrito.
Para a exposição das primeiras duas partes do «segredo»,
aliás já publicadas e conhecidas, foi escolhido o texto escrito pela
Irmã Lúcia na terceira memória, de 31 de Agosto de 1941; na quarta memória, de 8 de Dezembro de 1941, ela acrescentará qualquer observação.
A terceira parte do «segredo» foi escrita «por ordem de Sua
Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da (...) Santíssima Mãe»,
no dia 3 de Janeiro de 1944.
O envelope selado foi guardado primeiramente pelo Bispo de Leiria. Para se tutelar melhor o «segredo», no dia 4 de Abril de 1957 o envelope foi entregue ao Arquivo Secreto do Santo Ofício.
Disto mesmo, foi avisada a Irmã Lúcia pelo Bispo de Leiria.
Segundo apontamentos do Arquivo, no dia 17 de Agosto de 1959 e de acordo com Sua Eminência o Cardeal Alfredo Ottaviani,
o Comissário do Santo Ofício, Padre Pierre Paul Philippe OP, levou
a João XXIII o envelope com a terceira parte do «segredo de Fátima». Sua Santidade, «depois de alguma hesitação», disse: «Aguardemos. Rezarei. Far-lhe-ei saber o que decid

Lê-se no diário de João XXIII, a 17 de Agosto de 1959: «Audiências: P. Philippe,
Comissário do S.O., que me traz a carta que contém a terceira parte dos segredos de Fátima. Reservo-me de a ler com o meu Confessor
».


 O «SEGREDO» DE FÁTIMA
Primeira e segunda parte do «Segredo» segundo a redacção feita pela Irmã Lúcia na «Terceira Memória», de 31 de Agosto de 1941, destinada ao Bispo de Leiria-Fátima.
(texto original)

 "Terei para isso que falar algo do segredo e responder ao primeiro
ponto de interrogação.
O que é o segredo?
Parece-me que o posso dizer, pois que do Céu tenho já a licença.
Os representantes de Deus na terra, têm-me autorizado a
isso várias vezes, e em várias cartas, uma das quais, julgo que
conserva V. Ex.cia Rev.ma do Senhor Padre José Bernardo Gonçalves, na em que me manda escrever ao Santo Padre. Um dos pontos que me indica é a revelação do segredo. Algo disse, mas para não alongar mais esse escrito que devia ser breve, limitei-me ao indispensável, deixando a Deus a oportunidade d’um momento mais favorável.
Expus já no segundo escrito a dúvida que de 13 de Junho a 13
de Julho me atormentou e que n’essa aparição tudo se desvaneceu.
Bem o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais
vou revelar.
A primeira foi pois a vista do inferno!
Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fôgo que parcia
estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fôgo os demónios e
as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou

bronziadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas
pelas chamas que d’elas mesmas saiam, juntamente com nuvens
de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das
faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre
gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa bôa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promeça de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que
nos disse com bondade e tristeza:
– Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres
pecadores, para as salvar, Deus quer establecer no mundo a
devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser
salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas
se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará
outra peor. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz
desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que
vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e
de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei
pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a
comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a
meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não,
espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e
perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre
terá muito que sufrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o
meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á
a Rússia, que se converterá, e será consedido ao mundo algum
tempo de paz."
 

Na «quarta memória», de 8 de Dezembro de 1941, a Irmã Lúcia escreve: «Começo pois a minha nova tarefa, e cumprirei as ordens de V. Ex.cia Rev.ma e os desejos do Senhor Dr. Galamba. Exceptuando a parte do segredo que por agora não me é permitido revelar, direi tudo; advertidamente não deixarei nada.
Suponho que poderão esquecer-me apenas alguns pequenos detalhes de mínima importância»
.


 Na citada «quarta memória», a Irmã Lúcia acrescenta: «Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé etc.».

TERCEIRA PARTE DO «SEGREDO»
(texto original)

«J.M.J.
A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na
Cova da Iria-Fátima.
Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo
mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e
da Vossa e minha Santíssima Mãe.
Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo
de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada
de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que
parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto
do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu
encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com
voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n’uma
luz emensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as
pessoas n’um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo
vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo
Padre”. Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas
subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca;
o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade
meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado
de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n’êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Tuy-3-1-1944 »
.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA-TEXTO DO PEDIDO DA CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
TEXTO DO PEDIDO DA CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
«Veio algumas vezes confessar à nossa Capela o Sr. P. Gonçalves.
Confessei-me com Sua Rev.a e, como me entendia bem com Sua Rev.a, continuei por espaço de 3 anos que aqui esteve de Sócio.
Foi nesta época que Nossa Senhora me avisou de que era chegado o momento em que queria participasse à Santa Igreja o Seu desejo da consagração da Rússia e a Sua promessa de a converter... A comunicação foi assim:
13-6-1929 – Eu tinha pedido e obtido licença das minhas Superioras e Confessor para fazer a Hora-Santa das 11 à meia-noite, de quintas para sextas-feiras. Estando uma noite só, ajoelhei-me entre a balaustrada, no meio da capela, a rezar, prostrada, as Orações do Anjo. Sentindo-me cansada, ergui-me e continuei a rezá-las com os braços em cruz. A única luz era a da lâmpada. De repente iluminou-se toda a Capela com uma luz sobrenatural e sobre o Altar apareceu uma Cruz de luz que chegava até ao tecto. Em uma luz mais clara via-se, na parte superior da cruz, uma face de homem com corpo até à cinta, sobre o peito uma pomba também de luz e, pregado na cruz, o corpo de outro homem. Um pouco abaixo da cinta, suspenso no ar, via-se um cálix e uma hóstia grande, sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas faces do Crucificado e duma ferida do peito. Escorregando pela Hóstia, essas gotas caíam dentro do Cálix. Sob o braço direito da cruz estava Nossa Senhora («era Nossa Senhora de Fátima com o Seu Imaculado Coração... na mão esquerda, ... sem espada, nem rosas, mas com uma Coroa de espinhos e chamas...»), com o Seu Imaculado Coração na mão... Sob o braço esquerdo, umas letras grandes, como se fossem de água cristalina que corresse para cima do Altar, formavam estas palavras: «Graça e Misericórdia».
Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima
Trindade e recebi luzes sobre este mistério que não me é permitido
revelar.
Depois Nossa Senhora disse-me:
É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos que venho pedir reparação:
sacrifica-te por esta intenção e ora.

Dei conta disto ao Confessor que me mandou escrever o que
Nossa Senhora queria se fizesse.
Mais tarde, por meio duma comunicação íntima, Nossa Senhora
disse-me, queixando-se:
– Não quiseram atender ao Meu pedido!... Como o rei de França*,
arrepender-se-ão e fá-la-ão, mas será tarde. A Rússia terá já espalhado os seus erros pelo mundo, provocando guerras, perseguições à igreja: O Santo Padre terá muito que sofrer.


Nota: * Em 1689, um ano antes de morrer, Santa Margarida Maria tentou, por vários meios e iniciativas, fazer chegar ao «Rei Sol», Luís XIV da França, uma mensagem do Sagrado Coração de Jesus, com quatro pedidos: gravar o Sagrado Coração de Jesus nas bandeiras reais;
construir um templo em Sua honra, onde devia receber as homenagens da Corte; o Rei deveria fazer a sua consagração ao Sagrado Coração; e deveria empenhar a sua autoridade perante a Santa Sé
para obter uma missa em honra do Sagrado Coração de Jesus.
No entanto, nada se conseguiu. Parece mesmo que esta mensagem nem sequer chegou ao conhecimento do Rei.
Só um século mais tarde, a família real responderia, na medida do possível, a esta mensagem. Luís XVI, em 1792, concebe a ideia do seu voto ao Coração de Jesus, mas já só o realiza na prisão do Templo,  prometendo cumprir, após a sua libertação, todos os pedidos comunicados por Santa Margarida Maria.
Mas, para a Providência Divina, era já tarde: Luís XVI foi guilhotinado em 21 de Janeiro de 1793.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA- APÊNDICE II

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
 APÊNDICE II
Introdução
O texto deste Apêndice não é um documento manuscrito pela Irmã
Lúcia, mas tem todas as garantias de autenticidade, visto que foi o próprio director espiritual, nessa altura o Rev. P. José Bernardo Gonçalves, S. J. que o transcreveu directa e literalmente dos apontamentos da Vidente.
A visão a que se refere o texto tem-na a Irmã Lúcia no dia 13 de
Junho de 1929, na capela da casa de Tuy (Espanha).
Começa por narrar a visão da Santíssima Trindade que acompanha
a da presença da Virgem Maria, mostrando o Seu Coração, como nas aparições de Junho e Julho de 1917. A promessa feita então torna-se agora realidade. E a Irmã Lúcia ouve a Virgem Maria que pede a consagração da Rússia ao Seu Coração Imaculado em circunstâncias bem determinadas.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- TEXTO DA GRANDE PROMESSA DO CORAÇÃO DE MARIA

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
TEXTO DA GRANDE PROMESSA
DO CORAÇÃO DE MARIA,
NA APARIÇÃO DE PONTEVEDRA (ESPANHA)

 
J. M. J.
No dia 17-12-1927, foi junto do Sacrário perguntar a Jesus
como satisfaria o pedido que Ihe era feito, se a origem da devoção
ao Imaculado Coração de Maria estava encerrada no segredo que
a SS. Virgem Ihe tinha confiado.
Jesus, com voz clara, fez-lhe ouvir estas palavras:
– Minha filha, escreve o que te pedem; e tudo que te revelou a
SS. Virgem, na aparição em que falou desta devoção, escreve-o
também; quanto ao resto do segredo, continua o silêncio.


O que em 1917 foi confiado a este respeito é o seguinte: ela
pediu para os levar para o Céu. A SS. Virgem respondeu:
– Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve, mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer
conhecer e amar. Ele quer estabelecer no Mundo a devoção
ao Meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas
por Mim a adornar o Seu trono.

– Fico cá sozinha? – disse, com tristeza.
– Não, filha. Eu nunca te deixarei. O Meu Imaculado Coração
será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.


Dia 10-12-1925, apareceu-lhe a SS. Virgem e, ao lado, suspenso
em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos.
Ao mesmo tempo, disse o Menino:
– Tem pena do Coração de tua SS. Mãe que está coberto de
espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam
sem haver quem faça um acto de reparação para os tirar.

Em seguida, disse a SS. Virgem:
– Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que
os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.

 
No dia 15-2-1926, apareceu-lhe, de novo, o Menino Jesus.
Perguntou se já tinha espalhado a devoção a Sua SS. Mãe. Ela
expôs-Lhe as dificuldades que tinha o Confessor e que a Madre
Superiora estava pronta a propagá-la, mas que o Confessor tinha
dito que ela, só, nada podia. Jesus respondeu:
– É verdade que a tua Superiora, só nada pode; mas, com a
Minha graça, pode tudo.


Apresentou a Jesus a dificuldade que tinham algumas almas
em se confessar ao sábado e pediu para ser válida a confissão de
8 dias. Jesus respondeu:
– Sim, pode ser de muitos mais ainda, contanto que, quando
Me receberem, estejam em graça e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria.

Ela perguntou:
– Meu Jesus, as que se esquecerem de formar essa intenção?
Jesus respondeu:
– Podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a
1.ª ocasião que tiverem de se confessar.

 
Uns dias depois, a Irmã Lúcia escrevia o seu relato, o qual foi
enviado a Mons. Manuel Pereira Lopes, mais tarde Vigário Geral
da Diocese do Porto, e que tinha sido confessor de Lúcia durante a
sua permanência no Asilo de Vilar, da cidade do Porto. Este documento inédito foi publicado pelo Rev. Dr. Sebastião Martins dos Reis no livro: “Uma Vida ao Serviço de Fátima» A/d págs. 336-357.
No dia 15 (de Fevereiro de 1926), andava eu muito ocupada
com o meu oficio e quase nem disso me lembrava. E indo eu deitar
um apanhador de lixo fora do quintal, onde, alguns meses atrasados, tinha encontrado uma criança, à qual tinha perguntado se ela sabia a Avé-Maria e, respondendo-me que sim, lhe mandei que a dissesse, para eu ouvir. Mas, como ela não se resolvia a dizê-la
só, disse(-a) eu, com ela, três vezes; e ao fim das três Avé-Marias
pedi-lhe que (a) dissesse só. Mas, como ela se calou e não foi
capaz de dizer, só, a Avé-Maria, perguntei-lhe se ela sabia qual
era a Igreja de Santa Maria. Respondeu-me que sim. Disse-lhe
que fosse lá todos os dias e que dissesse assim: Ó minha Mãe do
Céu, dai-me o Vosso Menino Jesus!
Ensinei-lhe isto e vim-me
embora.
No dia 15-2-1926, voltando eu lá, como é de costume, encontrei
ali uma criança que me parecia ser a mesma e perguntei-lhe, então:
– Tens pedido o Menino Jesus à Mãe do Céu?
A criança volta-se para mim e diz:
E tu tens espalhado, pelo mundo, aquilo que a Mãe do Céu
te pediu?


E, nisto, transforma-se num Menino resplandecente. Conhecendo,
então, que era Jesus disse:
– Meu Jesus! Vós bem sabeis o que o meu Confessor me
disse na carta que Vos li. Dizia que era preciso que aquela visão se
repetisse, que houvesse factos para que ela fosse acreditada, e a
Madre Superiora, só, a espalhar este facto, nada podia.

– É verdade que a Madre Superiora só, nada pode; mas, com
a Minha graça, pode tudo. E basta que o teu Confessor te dê licença e a tua Superiora o diga, para que seja acreditado, até sem se saber a quem foi revelado
.
Mas o meu Confessor dizia na carta que esta devoção não
fazia falta no mundo, porque já havia muitas almas que Vos recebiam, aos 1.os Sábados, em honra de Nossa Senhora e dos 15 Mistérios do Rosário.

– É verdade, minha filha, que muitas almas os começam, mas
poucas os acabam e as que os terminam é com o fim de receberem
as graças que aí estão prometidas; e me agradam mais as
que fizerem os 5 com fervor e com o fim de desagravar o Coração
da Tua Mãe do Céu, que as que fizerem os 15, tíbios e indiferentes..
.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-APÊNDICE I

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
APÊNDICE I
Introdução

O texto que se segue é um documento escrito pela Irmã Lúcia, em
fins de 1927, por ordem do seu director espiritual, o Rev. P.e Aparício, S. J.
Pouco tempo depois de ter tido esta aparição, no dia 10 de Dezembro de 1925, na sua cela, redigiu um primeiro escrito que foi destruído pela própria Irmã Lúcia. Este documento constitui, portanto, a segunda redacção, exactamente igual à primeira; apenas Ihe acrescentou o parágrafo introdutório referente à data de 17 de Dezembro de 1927. Nele, a Vidente explica como recebeu autorização do Céu, para dar a conhecer parte do segredo.
A este documento chamamos: « Testo da grande promessa do Coração de Maria ». Efectivamente, é expressão da misericordiosa e gratuita Vontade Divina, dando-nos um meio de salvação fácil e seguro, visto que se apoia na tradição católica mais sã, sobre a eficácia salvadora da Intercessão Mariana.
Neste texto podem ler-se as condições necessárias para corresponder ao apelo dos Cinco Primeiros Sábados do mês, em reparação das injúrias feitas ao Coração de Maria. E não pode esquecer-se nunca a sua intenção mais profunda: a reparação ao Coração de Maria.


MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-EPÍLOGO

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
EPÍLOGO
Parece-me, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, ter escrito tudo que,
por agora, V. Ex.cia Rev.ma me mandou. Até aqui, fiz quanto pude
para ocultar o que as aparições de Nossa Senhora, na Cova de
Iria, tinham de mais íntimo. Sempre que delas me vi obrigada a
falar, procurei tocar-lhe ao de leve, para não descobrir o que tanto
desejava reservar. Mas, agora, que a obediência a isso me obrigou,
aí vai! E eu fico, como o esqueleto despojado de tudo e até da
mesma vida, posto no Museu Nacional, a recordar aos visitantes a
miséria e o nada de tudo que passa. Assim despojada, ficarei no
Museu do Mundo, lembrando, aos que passam, não a miséria e o
nada, mas a grandeza das Divinas Misericórdias.
Que o bom Deus e o Imaculado Coração de Maria se dignem
aceitar os pobres sacrifícios que se têm dignado pedir-me, para
avivar nas almas o espírito de fé, de confiança e de amor!
Tuy, 8 de Dezembro (de) 1941.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-JACINTA COM FAMA DE SANTIDADE

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA

IV. JACINTA COM FAMA DE SANTIDADE
1. Indicação

Falta-me ainda responder a uma outra pergunta do Senhor Dr.
Galamba:
– Que sentiam as pessoas junto da Jacinta?
É difícil a resposta, porque, de ordinário, eu não sei o que se
passa no interior dos outros; e por isso não conheço os seus sentimentos.
Posso, pois, apenas dizer alguma coisa do que eu mesma
sentia e descrever alguma manifestação exterior do sentimento
das outras pessoas.
2. Jacinta, espelho de Deus
O que eu sentia era o que, de ordinário, se sente junto duma
pessoa santa que em tudo parece comunicar a Deus.
A Jacinta tinha um porte sempre sério, modesto e amável, que
parecia traduzir a presença de Deus em todos os seus actos, próprio
de pessoas já avançadas em idade e de grande virtude. Não
Ihe vi nunca aquela demasiada leviandade ou entusiasmo próprio
das crianças, pelos enfeites e brincadeiras. (Isto, depois das aparições, que, antes, era o número um de entusiasmo e capricho).
Não posso dizer que as outras crianças corressem para junto
dela, como o faziam para junto de mim. E isto, talvez, porque ela
não sabia tanta cantiga e historieta para Ihes ensinar e as entreter;
ou, então, porque a seriedade do seu porte era demasiado superior
à sua idade. Se, na sua presença, alguma criança ou mesmo
pessoas grandes diziam alguma coisa ou faziam qualquer acção
menos conveniente, repreendia-as, dizendo:
– Não façam isso, que ofendem a Deus Nosso Senhor; e Ele
já está tão ofendido!

Se a pessoa ou criança retorquia, chamando-lhe beata falsa
ou santinha de pau carunchento, ou coisa semelhante, o que acontecia várias vezes, ela olhava-as com uma certa severidade e, sem dizer palavra, afastava-se. Talvez fosse este um dos motivos pelo qual não gozava de mais simpatia. Se eu estava junto dela, depressa aí se juntavam dezenas de crianças; mas, se me ia embora,
depressa ficava só. No entanto, quando estavam junto dela,
parecia gostarem da sua companhia. Abraçavam-na com os abraços
próprios do carinho inocente; gostavam de cantar e jogar com
ela. Por vezes pediam-me para a ir buscar, quando não estava; e
se eu lhes dizia que ela não queria ir, por elas serem más, prometiam ser boas, se ela fosse.
– Vai buscá-la e diz-lhe que vamos a ser boas, se ela vier.
Na doença, quando, às vezes, a ia visitar, encontrava, fora da
porta, um bom grupo, esperando por mim para entrar a vê-la. Parecia que um certo respeito as detinha. Antes de me vir embora, às vezes, perguntava-lhe:
– Jacinta, queres que diga a algumas que fiquem aqui ao pé
de ti, a fazer-te companhia?

– Pois sim. Mas dessas mais pequeninas que eu.
Então, todas porfiavam, dizendo:
– Fico eu! Fico eu!
Depois, entretinha-se com elas, ensinando-lhes o Padre-Nosso,
a Ave-Maria, a benzer-se, a cantar e, sobre a cama dela ou sentadas
no chão, no meio da casa, se estava levantada, jogavam as
pedrinhas, servindo-se, para isso, das pequeninas maçãs, castanhas,
bolota doce, figos secos, etc., com que minha tia não lhes faltava, para que fizessem companhia a sua filhinha.
Rezava com elas o terço, aconselhava-as a não fazerem pecados,
para não ofenderem a Deus Nosso Senhor e não irem para
o inferno.
Algumas passavam aí manhãs e tardes quase inteiras, parecendo
sentirem-se felizes junto dela. Mas, depois de se terem ido
embora, não se atreviam a voltar com aquela confiança que parecia
ser natural entre crianças. Umas vezes, iam procurar-me e
pedir-me para entrar com elas; outras, esperavam-me junto da casa
ou, então, esperavam, fora da porta, que minha tia ou a própria
Jacinta as chamasse e convidasse a entrar e a ir para junto dela.
Parecia gostarem dela e da sua companhia, mas sentirem-se retidas
por um certo acanhamento ou respeito que as mantinha a uma
certa distância.
3. Jacinta, exemplo de virtudes
As pessoas grandes iam também visitá-la; mostravam admiração
pelo seu porte, sempre igual, paciente, sem a menor queixa
ou exigência. Na posição em que a mãe a deixava, assim permanecia.
Se Ihe perguntavam se estava melhor, respondia:
– Estou na mesma.
Ou,
– Parece que estou pior. Muito obrigada.
Com um ar mais bem triste, mantinha-se em silêncio diante de
quem a visitava. As pessoas sentavam-se aí junto dela, às vezes
longo tempo, parecendo sentirem-se aí felizes. Aí tinham também
lugar minuciosos e fatigantes interrogatórios, e ela sem mostrar
nunca a mínima impaciência ou aborrecimento. Apenas me dizia,
depois:
Já me doía tanto a cabeça de ouvir aquela gente! Agora, que
não posso fugir para me esconder, ofereço mais sacrifícios destes
a Nosso Senhor.

As vizinhas, às vezes, iam coser a roupa para junto dela e
diziam:
– Vou trabalhar um pouco para o pé da Jacinta. Não sei o que
é que ela tem. A gente gosta de estar ao pé dela.

Levavam os filhinhos que com ela se entretinham a brincar e
as mães ficavam assim mais livres para coser. Às perguntas que
lhe faziam, respondia com palavras amáveis, mas breves. Se diziam
alguma coisa que não Ihe parecesse bem, acudia logo:
– Não digam isso, que ofendem a Deus Nosso Senhor.
Se contavam alguma coisa de suas famílias, que não fosse
boa, respondia-lhes:
– Não deixem os seus filhinhos fazer pecados, que Ihes podem
ir para o inferno.

Se eram pessoas maiores:
– Digam-lhes que não façam isso, que é pecado; que ofendem
a Deus Nosso Senhor e depois podem condenar-se.

As pessoas de longe, que por curiosidade ou devoção nos
visitavam, parecia sentirem algo de sobrenatural junto dela. Às
vezes, ao chegar a minha casa para falar comigo, diziam:
– Vimos de falar com a Jacinta e Francisco; junto deles, sente-se um não sei quê de sobrenatural.
Por vezes, queriam até que eu Ihes explicasse de que provinha
esse sentimento. Como não sabia, encolhia os ombros e
guardava silêncio. Não poucas vezes, ouvi comentar isto.
Um dia, chegaram a minha casa dois sacerdotes e um cavalheiro.
Enquanto minha mãe Ihes abriu a porta e os mandou sentar-se, subi para o sótão a esconder-me. Minha mãe, depois de os ter recebido, deixou-os sós, para me ir chamar ao pátio, onde acabava de me deixar. Não me encontrando, demorou-se à minha procura. Entretanto, os bons Senhores iam comentando o caso:
– Vamos a ver o que nos diz esta – dizia o cavalheiro. – A mim
impressionou-me a inocência e sinceridade da Jacinta e do
irmãozito. Se esta se não desdiz, eu acredito.

– Não sei que senti junto dos dois pequenos! Parece que se
sente ali algo de sobrenatural
– acrescentou um dos Sacerdotes. –
A mim fez-me bem à alma falar com eles.

 
Minha mãe não me encontrou, e os bons Senhores tiveram
que resignar-se a partir sem me falar.
– Às vezes – dizia-lhes minha mãe –, vai-se por aí a brincar
com as outras crianças e não há quem na encontre.

Temos muita pena! Gostámos muito de falar com os dois
pequenitos e queríamos também falar com a sua; mas voltaremos
noutra ocasião.

Um Domingo, minhas amigas da Moita, Maria, Rosa e Ana
Caetano, e Maria e Ana Brogueira, depois da Missa, foram pedir a
minha mãe para me deixar ir passar o dia com elas. Obtida a licença, pediram-me para levar comigo a Jacinta e Francisco. Obtida a licença de minha tia, lá fomos para a Moita. Depois do jantar, a Jacinta começou a deixar cair a cabecita com sono. O Senhor José Alves mandou uma das sobrinhas ir deitá-la na sua cama. Daí a pouco, dormia a sono solto. Começou a juntar-se a gente do lugarejo, para passar a tarde connosco; e, na ansiedade de a ver, foram espreitar, a ver se já estava acordada. Ficaram admiradas de vê-la dormir um pesadíssimo sono com um sorriso nos lábios, um ar angelical, as mãozinhas postas e levantadas para o Céu. O quarto encheu-se depressa de curiosos. Todos queriam vê-la, e a custo uns saíam para deixarem entrar os outros. A mulher do Senhor José Alves e as sobrinhas diziam:
– Isto deve ser um Anjo.
E tomadas dum certo respeito, permaneceram de joelhos junto
da cama, até que eu, perto das quatro e meia, a fui chamar, para
irmos rezar o terço à Cova de Iria e depois irmos para casa. As
sobrinhas do Senhor José Alves são as atrás apelidadas Caetano.
4. O Francisco era diferente
O Francisco era, também, neste ponto, um pouco diferente:
sempre a sorrir, sempre amável e condescendente, brincava com
todas as crianças indistintamente. Não repreendia a ninguém. Apenas, às vezes, se retirava, quando via alguma coisa que não estava bem. Se se Ihe perguntava por que se ia embora, respondia:
– Porque vocês não são bons.
ou
Porque não quero brincar mais.
Na doença, as crianças entravam e saíam do seu quarto com
a maior liberdade, falavam-lhe da janela do quarto, perguntavam-lhe se estava melhor, etc. Se se Ihe perguntava se queria que algumas crianças ficassem junto dele a fazer-lhe companhia, respondia que não, que queria antes estar só.
Só gosto – dizia às vezes – que estejas aqui tu e mais a
Jacinta.

Diante das pessoas grandes que o visitavam, mantinha-se em
silêncio e respondia, ao que Ihe perguntavam, em poucas palavras.
As pessoas que o visitavam, tanto da terra como de fora,
sentavam-se junto da cama dele, às vezes longo tempo, e diziam:
Não sei que tem o Francisco! A gente sente-se aqui bem.
Algumas vizinhas comentavam, um dia, com minha tia e minha
mãe, depois de haverem estado um bom bocado de tempo no
quarto de Francisco:
– É um mistério que a gente não entende. São crianças como
as outras, não nos dizem nada, e junto delas sente-se um não sei
quê diferente das demais.

– Parece que se sente, ao entrar no quarto do Francisco, o
que sentimos ao entrar na Igreja
– dizia uma mulher vizinha de
minha tia, de nome Romana, e que não mostrava acreditar nada
nos factos.
Nesse grupo estavam ainda mais três: uma era mulher de
Manuel Faustino, outra de José Marto, outra de José Silva.
Não me admira que as pessoas experimentassem estes sentimentos,
habituadas a encontrar, em todos, somente a materialidade
da vida caduca e perecedoura. Agora, a só vista destas
eleva-lhes o pensamento para a Mãe do Céu, com Quem se diz
que têm relações; para a eternidade, para onde os vêem tão prestes
a partir, tão alegres e felizes; para Deus, a Quem eles dizem
que amam mais que os próprios pais; e também para o inferno,
para onde eles lhes dizem que vão, se continuam a fazer pecados.
Materialmente são, como dizem, crianças como as outras. Mas se
essa boa gente, tão habituada só ao material da vida, soubesse
elevar um pouco o espírito, veria sem dificuldade, que nelas havia
algo que bastante as distinguia.
Veio-me agora à mente um outro facto que teve relação com o
Francisco e vou apontá-lo.
Entrou, um dia, no quarto de Francisco, uma mulher da Casa
Velha, chamada Mariana, que, aflita por o marido ter expulsado um
filho de casa, pedia a graça da reconciliação do filho com o pai. O
Francisco respondeu-lhe:
– Fique descansada. Vou em breve para o Céu e, quando lá
chegar, peço essa graça a Nossa Senhora.

Não me lembro bem os dias que tardou ainda a ir para o Céu;
mas o que recordo é que, na tarde do dia em que Francisco morreu,
o filho pediu pela segunda vez perdão ao pai que já Iho tinha
negado uma vez, por ele se não querer sujeitar às condições impostas. Sujeitou-se a tudo o que o pai lhe impunha e restabeleceu-se a paz naquela casa.
Uma irmã deste rapaz, de nome Leocádia, casou depois com
um irmão da Jacinta e Francisco e é agora a mãe daquela sobrinha
da Jacinta e Francisco que V. Ex.cia Rev.ma há tempo viu entrar,
na Cova de Iria, para religiosa Doroteia.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-SOBRE A JACINTA

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA

III. MAIS APONTAMENTOS SOBRE A JACINTA
1. Uma cura milagrosa

Pede-me ainda, o Senhor Dr. Galamba, para escrever alguma
graça mais que tenha sido alcançada por meio da Jacinta. Pensei
um pouco e lembro-me de duas apenas.
A primeira vez que a boa Senhora Emília, de quem falo no
segundo escrito sobre a Jacinta, me foi buscar, para me levar ao
Olival, a casa do Senhor Vigário, a Jacinta foi comigo. Quando
chegámos à aldeia onde vivia essa boa viúva, era noite. Apesar
disso, a notícia da nossa chegada não tardou a divulgar-se e a
casa da Senhora Emília achou-se logo cercada de inúmeras pessoas.
Queriam ver-nos, interrogar-nos, pedir graças, etc.
Havia aí uma piedosa mulher que costumava rezar em sua casa o terço, com as pessoas da pequena aldeia que se queriam juntar a ela. Veio, pois, pedir para lá irmos a sua casa rezar o terço.
Quisemos escusar-nos, dizendo que o rezávamos com a Senhora
Emília, mas as instâncias foram tantas que não houve outro remédio senão ceder. À notícia de que íamos, o povo correu em massa para a casa da boa mulher, com o fim de apanhar lugar; e ainda bem que assim nos deixaram o caminho mais livre. Quando íamos a caminho, saiu-nos ao encontro uma rapariga, talvez dos seus vinte anos, a chorar. Prostra-se de joelhos e pede para entrarmos em sua casa a rezar sequer uma Ave-Maria pelas melhoras de seu pai, que havia mais de três anos não podia descansar, com um contínuo soluço.
Impossível resistir a umas cenas destas. Ajudei a pobre rapariga a levantar-se; e, como a noite era já bastante adiantada
(caminhávamos à luz dumas lanternas), disse à Jacinta que ficasse
ela ali, enquanto eu ia rezar o terço com o povo, que na volta a
chamava. Ela aceitou. Quando voltei, entrei também nessa casa.
Encontrei a Jacinta sentada numa cadeira, em frente dum homem
também sentado, de aspecto não muito velho, mas mirrado, e a
chorar de comoção. Rodeavam-no algumas pessoas mais, que julgo
serem da família. Ao ver-me, levantou-se, despediu-se prometendo
não o esquecer nas suas orações, e lá viemos para a casa da
Senhora Emília.
No dia seguinte, saímos de manhãzinha cedo para o Olival, e
voltámos só passados uns três dias. Ao chegar a casa da Senhora
Emília, lá nos apareceu a ditosa rapariga, acompanhada já de seu
pai, de aspecto bastante melhor, sem aquela aparência de tanto
nervosismo e de tão extremada fraqueza. Vinham agradecer a graça
recebida, porque, diziam, não tinha tornado mais a sentir o importuno soluço. Todas as vezes que ainda por aí passei, sempre essa boa família me vinha mostrar o seu agradecimento, dizendo que estava completamente curado, que não tinha sentido mais o menor assomo de soluços.

2. Regresso dum filho pródigo
A outra era uma tia minha, casada na Fátima, de nome Vitória,
que tinha um filho que era um verdadeiro pródigo. Não sei
porquê, havia tempo que tinha abandonado a casa paterna, sem
se saber que feito era dele. Aflita, minha tia veio um dia a Aljustrel,
para me pedir que pedisse a Nossa Senhora por aquele seu filho.
Não me encontrando, fez o pedido à Jacinta. Esta prometeu pedir por ele. Passados alguns dias, apareceu em casa a pedir perdão
aos pais e depois foi a Aljustrel a contar a sua desventurada sorte.
Depois (contava ele) de haver gastado tudo que tinha roubado
aos pais, andou vário tempo por lá, feito vadio, até que, não
recordo o motivo, foi metido na cadeia de Torres Novas. Algum
tempo depois de estar aí, conseguiu, uma noite, escapar-se; e,
fugitivo, de noite, meteu-se por entre montes e pinhais desconhecidos.
Julgando-se completamente perdido, entre o susto de ser apanhado
e a escuridão da noite cerrada e tempestuosa, encontrou-se
com o único recurso da oração. Caiu de joelhos e começou a rezar.
Passados alguns minutos, afirmava ele, aparece-lhe a Jacinta,
pega-lhe por a mão e condu-lo à estrada (de) macadame que
vem do Alqueidão ao Reguengo, fazendo-lhe sinal que continuasse
por ali. Quando amanheceu, achou-se a caminho de Boleiros,
reconheceu o ponto onde estava e, comovido, dirigiu-se a casa
dos pais.
Ora bem, ele afirmava que a Jacinta lhe tinha aparecido, que
a tinha reconhecido perfeitamente. Eu perguntei à Jacinta se era
verdade ela lá ter ido ter com ele. Respondeu-me que não, que
nem sabia onde eram esses pinhais e montes onde ele se perdeu.
– Eu só rezei e pedi muito a Nossa Senhora por ele, com pena
da tia Vitória
– foi o que me respondeu.
– Como foi então isto?
– Não sei; sabe-o Deus.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-EPÍLOGO

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA
EPÍLOGO
Eis, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, a história das aparições de
Nossa Senhora na Cova de Iria, em 1917. Sempre que por algum
motivo tinha que falar delas, procurava fazê-lo com as mínimas
palavras, na ambição de guardar, para mim só, essas partes mais
íntimas que tanto me custava manifestar. Mas, como elas são de
Deus e não minhas, e Ele, agora, por meio de V. Ex.cia Rev.ma, mas reclama, aí vão. Restituo o que me não pertence. Advertidamente, não reservo nada. Parece-me que devem faltar apenas alguns pequenos detalhes referentes aos pedidos que eu fazia. Como eram coisas meramente materiais, não lhes ligava tanta importância, e talvez por isso se me não gravaram tão vivamente no espírito. E depois, elas eram tantas, tantas! Devido, talvez, a preocupar-me com a recordação das inúmeras graças que tinha para pedir a Nossa Senhora, houve o engano de entender que a guerra acabava no próprio dia 13.
Não poucas pessoas se têm mostrado bastante admiradas com a memória que Deus se dignou dar-me. Por uma bondade infinita, ela é em mim bastante privilegiada, em todo o sentido. Mas, nestas coisas sobrenaturais, não é de admirar, porque elas gravam-se no espírito, de tal forma, que é quase impossível esquecê-las. Pelo menos, o sentido das coisas que elas indicam nunca se esquece, a não ser que Deus o queira também fazer esquecer.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-Treze de Outubro

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA



8. Treze de Outubro
Dia 13 de Outubro de 1917 – Saímos de casa bastante cedo,
contando com as demoras do caminho. O povo era em massa. A
chuva, torrencial. Minha mãe, temendo que fosse aquele o último
dia da minha vida, com o coração retalhado pela incerteza do que
iria acontecer, quis acompanhar-me. Pelo caminho, as cenas do
mês passado, mais numerosas e comovedoras. Nem a lamaceira
dos caminhos impedia essa gente de se ajoelhar na atitude mais
humilde e suplicante. Chegados à Cova de Iria, junto da
carrasqueira, levada por um movimento interior, pedi ao povo que
fechasse os guarda-chuvas para rezarmos o terço. Pouco depois,
vimos o reflexo da luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a
carrasqueira.
– Que é que Vossemecê me quer?
– Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra,
que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o
terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em
breve para suas casas.

– Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes
e se convertia uns pecadores, etc.

– Uns, sim; outros, não. É preciso que se emendem, que peçam
perdão dos seus pecados.

E tomando um aspecto mais triste:
– Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito
ofendido.

E abrindo as mãos, fê-las reflectir no sol. E enquanto que se
elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projectar (-se)
no sol.
Eis, Ex.mo e Rev.mo Senhor Bispo, o motivo pelo qual exclamei
que olhassem para o sol. O meu fim não era chamar para aí a
atenção do povo, pois que nem sequer me dava conta da sua presença.
Fi-lo apenas levada por um movimento interior que a isso
me impeliu.
Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento,
vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. S. José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a ideia
de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar
o Mundo da mesma forma que S. José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo.

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA-Treze de Setembro

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA- QUARTA MEMÓRIA


7. Treze de Setembro
Dia 13 de Setembro de 1917 – Ao aproximar-se a hora, lá fui,
com a Jacinta e o Francisco, entre numerosas pessoas que a custo
nos deixavam andar. As estradas estavam apinhadas de gente.
Todos nos queriam ver e falar. Ali não havia respeito humano.
Numerosas pessoas, e até senhoras e cavalheiros, conseguindo
romper por entre a multidão que à nossa volta se apinhava, vinham
prostrar-se, de joelhos, diante de nós, pedindo que apresentássemos
a Nossa Senhora as suas necessidades. Outros, não conseguindo
chegar junto de nós, chamavam de longe:
– Pelo amor de Deus! peçam a Nossa Senhora que me cure
meu filho, que é aleijadinho!

Outro:
– Que me cure o meu, que é cego!
Outro:
O meu, que é surdo!
– Que me traga meu marido...

– ... meu filho, que anda na guerra!
– Que me converta um pecador!

Que me dê saúde, que estou tuberculoso!
Etc., etc.
Ali apareciam todas (as) misérias da pobre humanidade. E alguns gritavam até do cimo das árvores e paredes, para onde subiam, com o fim de nos ver passar. Dizendo a uns que sim, dando a mão a outros para os ajudar a levantar do pó da terra, lá fomos andando, graças a alguns cavalheiros que nos iam abrindo passagem por entre a multidão.
Quando agora leio, no Novo Testamento, essas cenas tão
encantadoras da passagem de Nosso Senhor pela Palestina,
recordo estas que, tão criança ainda, Nosso Senhor me fez
presenciar, nesses pobres caminhos e estradas de Aljustrel a Fátima
e à Cova de Iria, e dou graças a Deus, oferecendo-Lhe a fé do
nosso bom Povo português. E penso: se esta gente se abate assim
diante de três pobres crianças, só porque a elas é concebida
misericordiosamente a graça de falar com (a) Mãe de Deus, que
não fariam, se vissem diante de si o próprio Jesus Cristo?
Bem; mas isto não era nada chamado para aqui. Foi mais uma
distracção da pena que me escapou para onde eu não queria.
Paciência! Mais uma coisa inútil; não na tiro, para não inutilizar o
caderno.
Chegámos, por fim, à Cova de Iria, junto da carrasqueira e
começamos a rezar o terço com o povo. Pouco depois, vimos o
reflexo da luz e a seguir Nossa Senhora sobre a azinheira.
– Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim da guerra.
Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores
e do Carmo, S. José com o Menino Jesus para abençoarem o
Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não
quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia.

– Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns
doentes, dum surdo-mudo.

– Sim, alguns curarei; outros não. Em Outubro farei o milagre,
para que todos acreditem.
 

E começando a elevar-se, desapareceu como de costume.